O que significa “expor” um autor e sua obra? O que esperar dessa representação? Como motivar o público (leitor ou não) a percorrer um espaço ocupado por uma obra que tem na palavra sua primeira e mais significativa expressão? Essas questões certamente provocam quem vai realizar uma exposição sobre um autor ou, de forma mais geral, sobre poesia, movimento literário ou qualquer outro tema que orbite a literatura. Foi assim com Paulo Leminski, escritor a quem foi dedicada uma edição do projeto Ocupação em 2009, e agora o é com Haroldo de Campos. O ideário desse projeto do Itaú Cultural abre caminhos para as respostas por se tratar de um espaço para que novas gerações conheçam artistas referenciais e desvendem elementos de seu processo de criação e formação. Com esse objetivo em sua cabeça, os curadores da Ocupação Haroldo de Campos – H LÁXIA – Frederico Barbosa, Gênese Andrade, Livio Tragtenberg e Marcelo Tápia – (re)formularam o universo do autor de Galáxias com fotos, datiloscritos (textos datilografados), autógrafos, poemas, traduções, ensaios.
Ao ocupar pela primeira vez um espaço além do Itaú Cultural – a Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, parceira no projeto — o projeto, em sua nona edição, exibe uma série nunca antes exposta de marginálias — anotações que Haroldo fez em obras que eram suas principais referências. Com elas, o público descobre o que o poeta e tradutor pensou ao ler os livros selecionados para a exposição. Mas possibilitar que todos conheçam elementos da memória e leiam esse autor não basta. Integram o evento instalações que interpretam Haroldo e suas obras, principalmente a barroca Galáxias. H LÁXIA, instalação e título criados por Livio Tragtenberg, é uma delas. Um espaço sensorial, multilinguístico, em que o visitante mergulha para ser provocado pelas diferentes leituras da obra.
Itaú Cultural