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Rumos 2015-2016: Territórios Corporais

Utilizada para registrar aquilo que, de tão pequeno, não conseguimos ver a olho nu, a macrofotografia surge – em Territórios Corporais,...

Publicado em 03/07/2017

Atualizado às 10:55 de 03/08/2018

Por Julia Alves

Utilizada para registrar aquilo que, de tão pequeno, não conseguimos ver a olho nu, a macrofotografia surge – em Territórios Corporais, projeto do mineiro Yuji Kodato contemplado pelo Rumos Itaú Cultural – como um dispositivo para a investigação do corpo humano. A partir do recorte e da justaposição de mínimos detalhes captados pela câmera, nascem grandes paisagens que possibilitam diferentes interpretações. O objetivo principal do trabalho é montar um inventário diverso, convidando o público para experimentar seus corpos de outra maneira.

A pluralidade dos corpos que Yuji deseja investigar transcende altura, peso ou cor de pele: “tudo que se estende de um corpo, tudo que constitui esse corpo me interessa, não só a carne”, diz o artista. Assim, nos “territórios” registrados podem ser encontrados detalhes de tatuagens, piercings, esmalte, maquiagem e até roupas.

rumos_territórios corporais_imagem1

 

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[caption id="attachment_98676" align="aligncenter" width="537"]Alguns dos "territórios corporais" registrados por Yuji Kodato Alguns dos "territórios corporais" registrados por Yuji Kodato[/caption]

 

Para Yuji, a macrofotografia como instrumento para a investigação do corpo dá margem a quatro relações de oposição: a que existe entre o micro e o macro, quando um detalhe mínimo ganha a dimensão de uma paisagem – daí o nome do projeto –; a relação entre o registro científico e o fantástico, uma vez que a ampliação dos detalhes corporais cria imagens muitas vezes indecifráveis; a oposição entre o belo e o feio, ao usar um dispositivo geralmente associado à captação do que se considera belo para a criação de imagens que podem causar um desconforto em que as contempla; e, por fim, o choque entre uma sensação de intimidade e a de não reconhecimento: uma cicatriz, marca que particulariza um corpo, perde seu valor como signo de reconhecimento no registro em macro.

As paisagens criadas por Yuji serão expostas no Itaú Cultural e também poderão ser vistas em lambe-lambes espalhados pelas ruas de Uberlândia (MG) – assim como a pele, eles estarão sujeitos à ação do tempo. Até lá, o público pode acompanhar o processo de construção do projeto pelo site de Yuji.

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