por Jullyanna Salles O grupo Jaguaribe Carne, fundado nos anos 1970, lançou um grande nome da música brasileira, Pedro Osmar. Com seu...
Publicado em 06/09/2016
Atualizado às 10:46 de 03/08/2018
por Jullyanna Salles
O grupo Jaguaribe Carne, fundado nos anos 1970, lançou um grande nome da música brasileira, Pedro Osmar. Com seu irmão, Paulo Ró, o paraibano utiliza a cultura como instrumento de transformação – é com sua música que participa de movimentos sociais e da luta por liberdade em um período de rigidez política. O documentário Pedro Osmar, prá Liberdade que se Conquista, contemplado pelo programa Rumos 2015-2016, conta a história do compositor e terá uma exibição no In-Edit Brasil nos dias 11, 13 e 16 de setembro.
Dirigido por Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques, o longa tem finalização prevista para novembro deste ano, quando serão incorporados recursos de acessibilidade, como audiodescrição, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legenda descritiva. No documentário, serão retratados não só o trajeto musical de Pedro Osmar, mas também suas outras atuações como o multiartista que é. Envolvido com a militância política, o paraibano faz também poesia, cinema e trabalhos plásticos, como gravuras e pinturas.
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A ideia do longa surgiu quando Eduardo e Rodrigo passaram a acompanhar o processo de gravação de um disco duplo de Pedro Osmar, que ainda não foi lançado. Depois de conferir a riqueza de seu trabalho, a dupla de diretores começou a gravar encontros no estúdio e comemorações, como os 60 anos do cantor e compositor.
Ao levantar o que já havia sido produzido sobre o paraibano, os documentaristas encontraram arquivos raros do início da carreira de Pedro Osmar e trabalhos com grandes parceiros, como Zé Ramalho, Chico Sá, Lenine e Elba Ramalho. Recuperar e restaurar esses materiais, muitos deles inéditos, foi um dos processos mais delicados do filme.
[caption id="attachment_93656" align="alignnone" width="636"] Cena do documentário documentário "Pedro Osmar, prá Liberdade que se Conquista"[/caption]
O documentário trabalha com diferentes tipos de suporte. Além de todo o material de acervo restaurado, há filmagens realizadas com uma câmera de 35 milímetros e imagens feitas pelo próprio protagonista – durante três meses, Pedro Osmar ficou com uma “câmera confidente”, que deveria ser ligada quando ele achasse conveniente, para registrar o que quisesse falar.
O roteiro do longa une as múltiplas atuações do artista por meio de um fio condutor. Eduardo detalha: “A narrativa que percorre o filme inteiro é ele [Pedro] em busca da liberdade. Tudo o que ele faz, todas as linguagens que utiliza, é em prol de uma luta política. Este é o eixo condutor: a luta política e a busca por liberdade”. Rodrigo explica que o intuito era mostrar como os ideais do cantor e compositor foram retratados nos diferentes momentos de sua carreira. “Tem essa curva que passa pela experimentação, pela exploração do instrumento-base dele – a viola caipira – e depois pelo desprendimento dela. Há também uma passagem pelo rock e um retorno às canções”, diz.
Com exceção de duas músicas, toda a trilha sonora é original de Pedro Osmar e do grupo Jaguaribe Carne. O documentário é um dos cinco da competição nacional do festival In-Edit Brasil, escolhido entre cerca de 140 inscritos. Confira as exibições aqui.