“Imagino continuar sendo dona da minha própria coroa. Coroa essa que já carrego por causa dos meus tambores e das minhas ancestrais!”, diz a percussionista
Publicado em 04/03/2021
Atualizado às 18:47 de 26/08/2022
Qual é a história de sua maior saudade?
Hoje a minha maior saudade é estar com as minhas manas e parceiras do Bloco Afro-Sampista Ilú Obá de Min – Educação, Cultura e Arte Negra, em que faço a regência com 450 mulheres, saudando todos os orixás, de Exu a Oxalá. Saudando todas as iabás.
Saudades de ocupar as ruas com elas cantando e tocando tambores para quem insiste em dormir.
O que a emociona em seu dia a dia?
Muitas coisas me emocionam no dia a dia. Ver as mulheres pretas tendo voz, com tanta potência, e sendo reconhecidas como autoras de conhecimentos milenares vindos do continente africano. Fazendo com que nós, mulheres pretas, reconheçamos a força feminina nutrida pelo berço da humanidade. E mais, ver minha filha Niara Belisario Cruz crescendo e sendo criada por duas mães com muito amor e compreensão do que é ser e viver neste planeta.
Como você se imagina no amanhã?
Imagino continuar sendo dona da minha própria coroa. Coroa essa que já carrego por causa dos meus tambores e das minhas ancestrais!
Quem é Beth Belisário?
Uma mulher preta, pobre e periférica, que ao longo de 52 anos conquistou respeito e reconhecimento pelo trabalho de empoderamento junto a tantas outras mulheres que acreditaram na sua batuta como maestrina.
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Um Certo Alguém
Em Um Certo Alguém, coluna mantida pela redação do Itaú Cultural (IC), artistas e agentes de diferentes áreas de expressão são convidados a compartilhar pensamentos e desejos sobre tempos passados, presentes e futuros.
Os textos dos entrevistados são autorais e não refletem as opiniões institucionais.