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Filmes e Vídeos de Artistas

Recorte da Coleção Itaú exibe experimentação em formatos, materiais e linguagens no audiovisual, em BH

Publicado em 07/11/2012

Atualizado às 14:48 de 12/08/2020

Obras audiovisuais que exploram e ampliam a linguagem do cinema e do vídeo são o foco da exposição Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural, que acontece no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), de 22 de novembro de 2012 a 6 de janeiro de 2013. A mostra apresenta um recorte da produção brasileira dos últimos 50 anos.

A curadoria de Roberto Moreira S. Cruz traça dois eixos principais: o histórico, que cobre destaques da década de 1970, com obras recuperadas e remasterizadas de artistas como Nelson Leirner, Letícia Parente e Regina Silveira; e o contemporâneo — a nova geração de artistas, incluindo Cao Guimarães, Rivane Neuenschwander, Thiago Rocha Pitta, Eder Santos, entre outros.

Conteúdo extra

Alguns artistas exibidos na Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural já foram expostos no instituto. Confira alguns destaques:

- Nelson Leirner e Regina Silveira foram os homenageados do programa Ocupação. No hotsite, você acessa fotos, textos críticos e entrevistas sobre suas vidas e obras.
- Eder Santos realizou a performance “O Lugar Aonde os Carros Não Vão”, no On_Off. Veja o vídeo!
- Cao Guimarães dirigiu um dos filmes da série Iconoclássicos: Ex Isto, inspirado no livro Catatau, de Paulo Leminski. Assista ao trailer!

Abaixo, você confere as biografias e as sinopses de todos os artistas e suas obras. Acesse também o texto do curador.

Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural
quinta 22 de novembro de 2012 a domingo 6 de janeiro de 2013
terça a sábado das 9h30 às 21h, domingo das 16h às 21h

Entrada franca

[livre para todos os públicos] L

atendimento educativo permanente
agendamento para grupos: 31 3236 7322 / 3236 7389

Biografias/Sinopses:

Coleta da Maresia
Brígida Baltar (1998-2005)
[Brasil, 2001, 58seg, looping]
Vídeo DV/exibido em LCD

Coleta da Neblina
Brígida Baltar (1998-2005)
[Brasil, 1999, 1min54]
Filme 16 mm transferido para vídeo DV/exibido em LCD

Coletiva do Orvalho
Brígida Baltar (1998-2005)
[Brasil, 2001, 1min33, looping]
Vídeo DV/exibido em LCD

Performance realizada em três situações num cenário bucólico, em que Brígida Baltar coleta em um pequeno frasco a atmosfera desse lugar. Relacionando o enqua­dramento da imagem com o espaço-tempo da narrati­va, o vídeo constitui-se como a obra em si, criando uma relação intrínseca entre o ato da performance e a sua exibição nas telas de vídeo.

Brígida Baltar (Rio de Janeiro, RJ, 1959) é artista multimídia. No fim da década de 1980, frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Participou do Grupo Visorama, no Rio de Janeiro, e, nessa época, criou a obra Abrigo, na qual projeta a forma do seu corpo escavada na parede de sua casa-ateliê, e a série Estrutura, na qual emprega tijolos. Frequentemente capta suas ações em fotografias e filmes curtos, como no projeto Umidades, realizado entre 1994 e 2001, com base na coleta de elementos naturais e transitórios. Apresentou na 25ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2002, o trabalho Casa da Abelha, composto de fotografias, vídeos e desenhos. No fim desse mesmo ano, realizou a exposição Coleta da Neblina, no Museum of Contemporary Art (MOCA), em Cleveland, nos Estados Unidos.

Cinema
Eder Santos
[Brasil, 2009, 13min]
Vídeo full HD/projeção em single channel

No interior de Minas Gerais as coisas têm um tempo próprio. Uma lâmpada, a chuva, um menino jogando bola, o arame farpado. Elas se movem como imagens, como no cinema. Este é um dos trabalhos mais recentes de Eder Santos, no qual a imagem e a narrativa extrapo­lam os aspectos prosaicos do cotidiano e da natureza, transformando-os em fenômenos poéticos reveladores.

Eder Santos (Belo Horizonte, MG, 1960) trabalha com vídeos e instalações e é graduado em belas artes pela UFMG. Seus vídeos integram os acervos permanentes do The Museum of Modern Art (MoMA) e do Centre Georges Pompidou e são distribuídos internacionalmente pela Electronic Arts Intermix (Nova York) e pela London Electronic Arts (Londres). Foi premiado em diversas edições do Videobrasil, no Festival del Cine de Cuba e no Montreal International Festival of New Cinema and Video. Participou da mostra Exit, na Chisenhale Gallery, em Londres (2000), e da Rede de Tensão: Bienal 50 Anos (2001) e apresentou sua obra na exposição Estratégias para Deslumbrar, na Galeria de Arte do Sesi, em São Paulo (2002).

Domingo (Sunday)
Rivane Neuenschwander e Sergio Neuenschwander
[Brasil, 2010, 5min17]
Vídeo full HD/projeção em single channel

Um papagaio, ao comer sementes, provoca inusitadas interferências na narração radiofônica de uma partida de futebol. Rivane Neuenschwander apresenta aspectos visuais de pequenos acontecimentos que passam quase sempre despercebidos. A questão da linguagem é um dos elementos mais recorrentes em suas obras. A artista se utiliza de alfabetos e de outros códigos de representação verbal e não verbal para tirar do automático os seus significados.

Sergio Neuenschwander é neurocientista. Atua como professor titular, chefe de laboratório e vice-diretor do Instituto do Cérebro na UFRN. É doutor em neurociências pela Universidade Pierre et Marie Curie, Paris, França, e pós-doutor na mesma área pelo Instituto Max-Planck for Brain Research, em Frankfurt, Alemanha. Investigador principal no Instituto Max-Planck (1998-2010), tem experiência na área da visão, atuando principalmente nos seguintes temas: mecanismos da percepção visual, processos da atenção e expectativa temporal, dinâmica de oscilações neuronais. Seu trabalho em artes visuais inclui os filmes Love Lettering (2002), The Fall (2009) e Sunday (2010), feitos em colaboração com a artista plástica Rivane Neuenschwander. Recentemente criou a disciplina de graduação neurocinema na Escola de Ciências e Tecnologia (UFRN), em que discute os processos neurais ligados à experiência visual, à teoria do conhecimento e à construção da realidade no cinema.

Rivane Neuenschwander (Belo Horizonte, MG, 1967) é artista visual e estudou desenho na Escola de Belas-Artes da UFMG, entre 1989 e 1994. Em 1992, fez sua primeira exposição individual na Itaú Galeria de Belo Horizonte e de São Paulo. Recebeu, em 1993, o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia pelo projeto Ex-Votos, Objetos Fotográficos, realizado na Funarte, no Rio de Janeiro. Foi artista residente do Royal College of Art, em Londres, entre 1996 e 1998. Participou da 24ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1998. No mesmo ano, foi diretora de arte do curta Otto, Eu Sou um Outro, com direção de Lucas Bambozzi (1965) e Cao Guimarães (1965). Foi artista residente do International Artists Studio Program in Sweden (Iaspis), em Estocolmo, Suécia, em 1999. Em parceria com Cao Guimarães, dirigiu os vídeos experimentais Sopro (2000) e Word/World (2001). Em 2001, recebeu prêmio da ArtPace Foundation sediada em Santo Antonio, Texas, Estados Unidos. Participou da Bienal Internacional de Veneza em 2003 e em 2004 e da 27ª Bienal Internacional de São Paulo em 2006.

O Pintor Joga o Filme na Lata do Lixo (El Pintor Tira el Cine a la Basura)
Cao Guimarães
[Brasil, 2008, 5min]
Vídeo full HD/projeção em single channel

No espaço de uma galeria, o vídeo Da Janela do Meu Quarto, de autoria do próprio Cao Guimarães, é proje­tado sobre a parede, enquanto um pintor dá os últimos retoques na montagem. Estranhamente, a imagem pro­jetada e a tela se misturam numa única superfície, trans­formando-se em objeto. A partir dessa metáfora, Cao Guimarães propõe ironicamente uma reflexão sobre os caminhos que o cinema pode tomar.

Cao Guimarães (Belo Horizonte, MG, 1965) é videomaker e fotógrafo. Estudou filosofia na UFMG e jornalismo na PUC, em Belo Horizonte, e é mestre em estudos fotográficos pela Universidade Westminster, de Londres. A partir dos anos 1990, além da fotografia, passou a produzir vídeos, videoinstalações e filmes. Em 1993, recebeu o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte para desenvolver o ensaio fotográfico Ex-Votos, com Rivane Neuenschwander (1967). Em 1997, participou de curso de cinema experimental em The National Film-Makers Cooperation, em Londres. No fim da década de 1990, passou a realizar principalmente documentários experimentais. Foi premiado em diversos festivais de vídeo e cinema nacionais e internacionais e publica artigos, críticas de arte e contos em suplementos literários de jornais e revistas.

Translado
Sara Ramo
[Brasil, 2008, 8min]
Vídeo full HD/projeção em single channel

Num ambiente doméstico, um quarto vazio e uma mala de viagem. Inusitadamente a artista começa a re­tirar uma infinidade de objetos de dentro da valise. Ao se apropriar de elementos e cenas do cotidiano, deslo­cando-os de seus lugares de origem e rearranjando-os, Sara Ramo cria estratégias formais e conceituais, numa encenação constante de mapeamento da realidade.

Sara Ramo (Madri, Espanha, 1975) vive entre a Espanha e o Brasil. De suas exposições recentes podemos citar Sin Heroismos, Por Favor, CA2M, Centro Dos de Mayo. Madri, Espanha; e Penumbra, na Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro, Brasil, ambas em 2012. A artista participou do Panorama de Arte Brasileira do MAM/SP em 2011 e da Bienal de São Paulo em 2010. Além de inúmeras exposições em outras instituições de importância nacional e internacional, a artista participou da Bienal de Veneza em 2009. Sua obra está nas coleções de Inhotim, Belo Horizonte, Brasil; MAM/RJ, Brasil; Instituto Cultural Itaú, São Paulo, Brasil; e Fundacione Casa di Risparmio di Modena, Itália, entre outros.

Planeta Fóssil
Thiago Rocha Pitta
[Brasil, 2009, 10min]
Vídeo full HD/projeção em single channel

Frequentemente explorando os elementos da natu­reza em seus trabalhos, o artista recria, por meio da linguagem do vídeo, um ambiente primário no qual a água, o fogo e a terra estão em plena mutação. Como uma reconstituição alegórica da transformação desses elementos, o vídeo cria sensações plásticas e visuais semelhantes à representação da arte abstrata.

Thiago Rocha Pitta (Tiradentes, MG, 1980) é artista multimídia e seus trabalhos buscam uma relação íntima com a natureza. Em 2011, participou da exposição The Garden of Forking Paths Sculpture Project, do Migros Museum für Gegenwartskunst, Suíça. No mesmo ano, foi um dos três artistas brasileiros a expor na sessão especial Solo Projects Latino America, na Arco 2011, em Madri, na Espanha, e apresentou uma individual no CCBB/RJ. Entre as individuais, destacam-se: em 2010, Notas de um Desabamento, no Parque Lage (RJ); em 2009, A Rocky Mist, no Meyer Riegger, Karlsruhe (Alemanha); em 2008, Notes on an Inland Shipwreck, na Andersen Contemporary, em Berlim (Alemanha); e, em 2007, SCAI X SCAI, na Arts Initiative Tokyo (Japão). Dentre as coletivas de que participou estão: em 2008, Nova Arte Nova, no CCBB/RJ; em 2006, A Time Frame, no PS1-MoMA, em Nova York (Estados Unidos); e, em 2005, 5ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (RS).

Projeção 0 e 1
Luiz Roque
[Brasil, 2012, duração, looping]
Vídeo full HD/projeção em dois canais sincronizados

Entre duas projeções análogas, a paisagem e a luz solar são estilhaçadas por uma superfície artificial e transpa­rente. O espectador, em vez de olhar a paisagem, se sente observado por ela. Gravado com uma câmera que alcança 2.500 frames por segundo (o usual são 30), este trabalho trata das formas de representação da imagem. Como em uma pintura de Magritte, a realida­de se fragmenta e se deforma por meio de simulacros.

Luiz Roque (Cachoeira do Sul, RS, 1979) vive e trabalha em São Paulo. Sua produção tem sido mostrada individualmente em lugares como o Paço das Artes (Temporada de Projetos, São Paulo, 2008) e o Ateliê Subterrânea (Porto Alegre, 2009) e em coletivas, como Abre Alas 6 (A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2010) e Video Links Brazil (Tate Modern, Londres, 2007). Seu vídeo Projeto Vermelho foi exibido na 12ª Biennnial de l'Image en Mouvement (CIC, Genebra, 2007) e foi incluído na seleção Lúcida, um panorama sobre a videoarte latino-americana, veiculado na televisão argentina, em 2007. Em 2010, participou de Constructions Views: Experimental Film & Video from Brazil, no New Museum (Nova York). Recentemente fez parte do 17º Videobrasil, no Sesc Belenzinho, em São Paulo (2011), e foi selecionado para a edição 2011-2013 do Programa Rumos do Itaú Cultural (São Paulo).

Marca Registrada
Letícia Parente
[Brasil, 1974, 11min]
Câmera: Jom Tob Azulay
Portapack transferido para vídeo DV/exibido em monitor de iconoscópio

Em um único plano detalhe, sem cortes, a artista costura com agulha e linha em seu próprio pé “Made in Brasil”. Considerado um dos primeiros trabalhos de videoarte realizado no Brasil, Letícia Parente relaciona sua proposta conceitual e performática com a imagem eletrônica.

Letícia Parente (Salvador, BA, 1930 − Rio de Janeiro, RJ, 1991) atuou como videoartista. Formou-se e doutorou-se em química, área à qual se dedicou profissionalmente com importantes contribuições. Estudou arte com Pedro Dominguez, Hilo Krugli e Anna Bella Geiger. Nos anos 1970, participou das mais importantes mostras de videoarte brasileiras, tanto no Brasil quanto no exterior. Sua primeira mostra individual aconteceu em 1976, no MAM/RJ, sob o título Medida. Participou do Projeto Vermelho, da Faap, em São Paulo, com o objeto-instalação Constatação (1986), e do Projeto Arte Postal, na 16ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1981.

Passagens Nº 1
Anna Bella Geiger
[Brasil, 1974, 10min]
Portapack transferido para vídeo DV/exibido em monitor de iconoscópio

Por meio da reiteração de uma ação numa nar­rativa sem começo nem fim, o vídeo busca a expressivi­dade formal dos elementos e de aspectos psicológicos durante uma subida de escadarias. Anna Bella Geiger faz parte da geração de artistas pioneira que, na déca­da de 1970, utilizou o vídeo como forma de expressão.

Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, RJ, 1933) é escultora, pintora, gravadora, desenhista, artista intermídia e professora. Sua obra é marcada pelo uso de diversas linguagens, materiais e suportes e situa-se no limite entre a pintura, o objeto e a gravura. Iniciou na década de 1950 estudos artísticos no ateliê de Fayga Ostrower (1920-2001) e, em 1954, frequentou aulas de história da arte, no The Metropolitan Museum of Art (MET), e cursos na Universidade de Nova York. Retornou ao Brasil em 1955 e, entre 1960 e 1965, participou do ateliê de gravura em metal do MAM/RJ, no qual passou a lecionar três anos mais tarde. Em 1969, ministrou aulas na Universidade Columbia. Publicou, com Fernando Cocchiarale (1951), o livro Abstracionismo Geométrico e Informal: a Vanguarda Brasileira nos Anos Cinquenta (1987).

A Arte de Desenhar
Regina Silveira
[Brasil, 1980, 2min38]
Portapack transferido para vídeo DV/exibido em mo­nitor de iconoscópio

No vídeo, mãos procuram imitar gestos desenhados na forma de silhuetas gráficas. Os acertos das suces­sivas imitações são marcados por salva de palmas. Um dos trabalhos pioneiros realizados em vídeo por Regina Silveira no contexto dos anos 1970 e início de 1980. O gesto e a interferência corporal são elemen­tos narrativos intrínsecos aos significados da lingua­gem forjada na performance.

Regina Silveira (Porto Alegre, RS, 1939) é artista multimídia, gravadora, pintora e professora. É graduada pelo Instituto de Artes da UFRGS e mestra e doutora pela ECA/USP. Em 1967, teve aulas de história da arte na Faculdade de Filosofia de Madri e lecionou na Universidade de Porto Rico, entre 1969 e 1973. Sua primeira instalação, In Absentia (Cavalete), foi exibida no MAM/SP, em 1982. Na 17ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1983, expôs In Absentia (M.D.). Suas primeiras mostras individuais no exterior foram em Montevidéu (1966), na Galeria U, e em Madri (1967), na Galeria Seiquer. Em 1988, expôs em Lisboa, na Fundação Gulbenkian. Transferiu-se para Nova York, em 1991, com bolsa Guggenheim. Em 1993, ganhou a bolsa Pollock-Krasner e fez estágio em Banff, no Canadá, como artista residente. Em 1996, realizou a exposição Grafias, no Masp.

Homenagem a Steinberg – Variações sobre um Tema de Steinberg: as Máscaras Nº 1
Nelson Leirner
[Brasil, 1975, 7min]
Filme super-8 transferido para vídeo HD/projeção em single channel

Em pleno contexto da ditadura militar no Brasil, figuras são apresentadas como forma de repre­sentar os hábitos e costumes da classe média brasileira e da sociedade de consumo. Personagens com acessó­rios inspirados nas famosas criações do artista plástico Steinberg, usando máscaras pintadas sobre sacos pardos de supermercado, surgem em atividades do cotidiano: fazem compras, desfilam, encontram-se. Um dos poucos trabalhos de Nelson Leirner realizados em super-8 e que exploram os mesmos signos de suas esculturas e objetos.

Nelson Leirner (São Paulo, SP, 1932) é artista intermídia. Residiu nos Estados Unidos entre 1947 e 1952 e, de volta ao Brasil, em 1956, estudou pintura com Joan Ponç. Em 1966, fundou o Grupo Rex e, em 1967, realizou a Exposição-Não-Exposição, happening de encerramento das atividades do grupo, no qual ofereceu gratuitamente obras suas ao público. No mesmo ano, enviou ao 4º Salão de Arte Moderna de Brasília um porco empalhado e questionou pelo Jornal da Tarde os critérios que levaram o júri a aceitar a obra. Por motivos políticos, fechou sua sala especial na 10ª Bienal Internacional de São Paulo, de 1969, e recusou convite para outra, em 1971. Em 1974, expôs a série A Rebelião dos Animais, com trabalhos que criticavam o regime militar, pela qual recebeu da APCA o prêmio de Melhor Proposta do Ano. Em 1975, a APCA encomendou-lhe um trabalho para entregar aos premiados. Como era feito em xerox, a associação o recusou e, em protesto, os artistas não comparecem ao evento. De 1977 a 1997, lecionou na Faap, em São Paulo. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1997, e coordenou o curso básico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage até o ano seguinte.

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