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Ancestralidades Arte e acesso Mekukradjá Rumos

A plataforma Ancestralidades reúne conteúdos sobre os saberes, as histórias e as culturas da população negra e dos povos originários. Esse espaço plural, desenvolvido em parceria entre a Fundação Tide Setubal e o Itaú Cultural, é também um local de formação e fomento para iniciativas dispostas em três eixos estratégicos: Democracia e Direitos Humanos; Arte e Cultura; e Ciência e Tecnologia.

O Arte e acesso – portfólio coletivo de artistas com deficiência mapeia trabalhos de pessoas com deficiência que atuam em diferentes áreas de expressão artística. Com este projeto, o Itaú Cultural visa incentivar programadores, curadores e produtores – independentes ou ligados a espaços culturais – a expandir a presença de artistas com deficiência em suas programações.

Desde 2016, o Itaú Cultural promove o Mekukradjá, ciclos de trocas de saberes dos povos originários, com diálogos nos campos das artes, dos direitos, do território e das questões sociais e econômicas. Além da programação, um mapeamento lista os participantes e suas etnias, feito em parceria com o portal Povos Indígenas do Brasil, do Instituto Socioambiental (ISA).

Criado em 1997, o programa Rumos Itaú Cultural já viabilizou milhões de ações artísticas e culturais em todas as regiões do Brasil, selecionando artistas, pesquisadores e produtores, e reinventando-se a cada edição. O ano de 2013 marcou uma mudança estrutural no conceito do Rumos, que se tornou mais adaptável e aberto a todas as áreas de expressão simultaneamente.

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Grupo FATO, Suricato e Zéli Silva levam seus novos CDs e sonoridades ao Toca Brasil

Nos repertórios estão tradições regionais paranaenses, pop contemporâneo, rock e música instrumental

Publicado em 18/04/2015

Atualizado às 21:07 de 02/08/2018

Neste fim de semana, o programa Toca Brasil, do Itaú Cultural, apresenta três shows para todos os gostos musicais, sendo dois lançamentos de CD. Neles, o público se depara com tradições regionais paranaenses, com pop contemporâneo, rock e música instrumental. No dia 17, o curitibano Grupo FATO, contemplado pelo programa Rumos Itaú Cultural 2007-2009, apresenta, pela primeira vez em São Paulo, o disco Próximo, com Maurício Pereira como convidado. No dia seguinte, a banda Suricato, famosa pela participação no programa Super Star (TV Globo), faz o show da turnê do disco Sol-te. Por fim, no dia 19, o baixista Zéli Silva, que já acompanhou artistas como Badi Assad, Cida Moreira e Edgar Scandurra, lança o CD Una, com participação especial do multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo.

Famoso por utilizar a sonoridade dos tamancos de fandango paranaense em suas composições, o Grupo FATO sobe ao palco da Sala Itaú Cultural com o show Próximo, título do novo álbum que celebra a trajetória artística de 20 anos da banda. O CD, produzido por Pedro Luís, contou com participações especiais de artistas de renome nacional, como Lenine e João Cavalcanti, e de paranaenses como Neuza Pinheiro.

Além da participação em algumas canções de Maurício Pereira, parceiro artístico de longa data, o espetáculo é composto por 15 músicas e é variado em movimentações, já que os integrantes ora cantam, ora tocam instrumentos diversos, trocando de lugar em cena e enriquecendo a experiência do público. O FATO utiliza-se de elementos de tradições regionais, do pop contemporâneo e sonoridades que vão das acústicas às digitais. Os arranjos exploram uma convivência harmônica de timbres e texturas musicais, vindas de todos os cantos do Brasil e do mundo.

A banda é formada por Daniel Fagundes, na voz, violão sete cordas, guitarra, bateria e percussão; Grace Torres, no teclado, voz e percussão; Priscila Graciano, na bateria, voz e percussão; Sergio Monteiro, no sax soprano e tenor, voz, guitarra e percussão; e Ulisses Galetto, no baixo, violão e percussão. Fora os instrumentos citados, todos os músicos estão munidos de tamancos ou de tamancalha – instrumento inventado por elespara simular os tamancos do fandango paranaense.

Rock-Folck

No sábado, dia 18, é a vez do rock se manifestar. A banda carioca que carrega nome de animal africano, Suricato, chega ao segundo álbum, marcado pelo Folk. Com cenário de Susana Lecevitz e Phillipe Midani, e iluminação de Thomas Hieatt, o grupo volta à capital paulista, em show gratuito, para apresentar os sucessos do novo disco, como Trem, Um tanto, Inseparáveis, Diante de qualquer nariz e Pra tudo acontecer. A nova formação do grupo, Gui Schwab, responsável por gaita, guitarras, violões, viola caipira, bandolim e outras cordas; Raphael Romano, no baixo; e Pompeo Pelosi, na bateria e percussão, trouxe mais versatilidade, sons de outros continentes e culturas, suingue, elementos roots americanos, country e blues. Os vocais ainda pertencem ao já conhecido Rodrigo Suricato.

A pluralidade de ritmos é importante para a banda: “Tocamos com muita gente de outras praias. Queríamos ser fieis à paleta do estilo”, afirma o cantor. Criado em uma década em que os garotos com guitarras falavam para o país inteiro, da classe A à E, Rodrigo, Gui, Raphael e Pompeo não querem ficar confinados a circuitos cult e nichos menores. “Muitos artistas independentes da minha geração se contentam com isso, parece que têm medo de se comunicar com mais gente”, continua. “Nos anos 80, o povo do rock queria falar com mais gente, já compunha pensando no ao vivo, nos lugares maiores”.

Jazz com samba, afoxé, maracatu e choro

No dia 19, Zéli Silva, ex-integrante do Terra Brasil, sobe ao palco do Itaú Cultural com os seus baixos acústico e elétrico e comanda o show de lançamento de Una, o quarto CD solo do músico. Especialmente para este álbum, ele decidiu reunir músicos com afinidades sonoras e a partir daí criar um trabalho conjugando diferentes gerações e sotaques musicais: instrumental brasileira com influências de jazz e algumas pitadas de samba, afoxé, maracatu e choro. O resultado foi um trabalho com 11 músicas, sendo 10 de autoria de Zéli e uma regravação de Jongo de Compadre, de Guinga, Simone Guimarães e Aldir Blanc.

A banda que o acompanha em Una e no show é formada pelo pianista Moisés Alves, que também já realizou trabalhos com grandes nomes da música brasileira, como Izzy Gordon e Vânia Bastos. Edu Ribeiro, o qual conquistou o Grammy com o Trio Corrente, no ano passado, está na bateria. No sax e na flauta, mais um nome virtuoso: Vitor Alcântara, que já gravou CDs com as bandas Terra Brasil, Savana e Mantiqueira. Vale destacar, ainda, na guitarra e no violão, Fernando Corrêa, fundador do Fernando Corrêa Quarteto, criado quando o músico morava na Áustria, nos anos 90. Completando a trupe, Lulinha Alencar no acordeon; ele é integrante do grupo de choro Moderna Tradição e do coletivo latino-americano América Contemporânea, tendo na bagagem apresentações em países como Inglaterra, Espanha, Bélgica, Holanda, França, Alemanha, Itália, Suíça, Áustria, Marrocos.

As músicas do disco têm títulos como Semeado (ijexá), Campo de casa (chacarera), Samba com Sorte e Esperta (marcha samba). Simplificando, única faixa com letra, cantada por Tatiana Parra, é uma homenagem ao pianista João Donato. Arismeira, dedicada ao multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, tem o próprio no violão. No show, ele fica à frente da flauta. Essas homenagens são assim explicadas por Zéli: “Tenho uma afinidade musical e grande admiração pelos dois. Para mim, eles representam o que há de mais rico em nossa música e ao mesmo tempo, aquilo que vai direto ao coração”.

Antes de entrar em mais este projeto solo, Zéli, que já tocou em festivais na Alemanha, Dinamarca e Estados Unidos, vinha consolidando uma carreira de prestígio e destaque. Ele foi parceiro, por exemplo, de nomes de relevo na cena musical, como Badi Assad, Rosa Passos, Leni Andrade, Osvaldinho do Acordeon, Cida Moreira, Chico Pinheiro, Nuno Mindelis, Chico Saraiva, Carlinhos Antunes, João Parahyba, Virginia Rosa, MPB4, Taciana e Edgar Scandurra, Zé Luis Mazzioti, Henri Grendl e Hector Costita, só para citar alguns.

SERVIÇO

Toca Brasil

Grupo FATO

Lançamento do CD Próximo

Com Maurício Pereira como convidado

Dia 17 (sexta-feira)

Às 20h

Sala Itaú Cultural

249 lugares

Duração: 70 minutos

Classificação livre

Retirada dos ingressos com 30 minutos de antecedência