Em outubro, o Itaú Cultural promoveu o Encontro Memória e Gestão de Acervos: Arte, Arquitetura e Design. Durante o evento, debatemos e...
Publicado em 23/12/2016
Atualizado às 10:36 de 03/08/2018
O arquiteto Fernando e o advogado Humberto Campana nasceram em Brotas, no interior de São Paulo, e conquistaram o mundo com suas peças ousadas, que incorporam a ideia de transformação e reinvenção de materiais do dia a dia, inspirando-se em técnicas ancestrais de artesanato de diferentes partes do Brasil e do mundo.
Em 2009 eles criaram o Instituto Campana. Na medida em que o seu trabalho faz uma crítica à sociedade atual industrial, massificada e desigual, a instituição surge para “promover transformação social através do design e da cultura; garantir a sobrevivência de técnicas artesanais brasileiras em processo de esquecimento; conservar e divulgar o patrimônio artístico dos irmãos Campana”.
Nesta conversa com a equipe do Observatório e do Centro de Memória, Documentação e Referência (CMDR) do Itaú Cultural, eles falam sobre resgate de tradições artesanais, desenvolvimento da inclusão social e da educação, manutenção do seu acervo, apoio financeiro e outros assuntos.
O Instituto Campana foi uma das instituições que participaram do encontro Memória e Gestão de Acervos: Arte, Arquitetura e Design, realizado em outubro de 2016 no Itaú Cultural, em São Paulo (SP).
Roda de Leitura no Oratório São Domingos
(Foto: Divulgação)
Como se deu a iniciativa para reunir o acervo?
O Instituto Campana foi fundado com o objetivo de transformar a sociedade por meio do design. Suas duas principais áreas de atuação são: resgate de tradições artesanais e desenvolvimento da inclusão social e da educação como instrumento para melhorar a vida das pessoas. O acervo aparece na primeira área, com a intenção de compartilhar o nosso universo – olhar e linguagem – fazendo uso, principalmente, da disseminação da nossa coleção.
Quais são os critérios utilizados para o recolhimento do acervo?
O acervo engloba peças finalizadas, protótipos, material em estado bruto, documentos, fotos e publicações sobre as criações dos irmãos Campana, assim como outros objetos essenciais que contam a história da trajetória da dupla desde seu início, em 1983.
Como se dá o tratamento técnico do acervo?
O acervo foi criado recentemente e está localizado em um galpão na cidade de Brotas, em São Paulo, onde todas as peças estão expostas e catalogadas digitalmente, com fotos e informações técnicas.
Qual é a política de difusão do acervo?
As peças pertencentes ao acervo são emprestadas para eventos culturais e educacionais que contribuam para a sociedade. Outro meio difusor ainda em fase piloto é nosso acervo digital, que está sendo implementado por alunos da faculdade Belas Artes. Nesse acervo é possível, usando-se ferramentas de busca, localizar matérias inéditas com conteúdo sobre o trabalho dos irmãos Campana.
O acervo conta com algum apoio financeiro, alguma política de incentivo?
O instituto financia suas atividades por meio de royalties e doações feitas pelo Estudio Campana e por seus parceiros. Estamos ativamente à procura de parcerias para continuar esse trabalho – desde parcerias com universidades e instituições até indivíduos que possam ser voluntários ou oferecer apoio financeiro.
Workshop para as mães no Oratório São Domingos
(Foto: Divulgação)