Desde 2012, o Itaú Cultural tem intensificado ações que promovem a acessibilidade para a comunidade surda, principalmente no intuito de...
Publicado em 01/09/2015
Atualizado às 10:15 de 03/08/2018
Desde 2012, o Itaú Cultural tem intensificado ações que promovem a acessibilidade para a comunidade surda, principalmente no intuito de tornar mais fácil o acesso à sua programação com o uso da interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais) – como em peças de teatro, debates e oficinas.
No entanto, Valéria Toloi, gerente do Núcleo de Educação e Relacionamento do instituto, enfatiza o desejo e a preocupação da equipe em tornar a linguagem ponto de partida para a criação. “A ideia é que possamos pensar atividades que explorem o potencial expressivo e poético da língua de sinais, contemplando os públicos surdo e ouvinte”, destaca.
Assim como os demais eventos, as exposições têm sido não só desafios, mas territórios férteis para a criação e a ampliação de acesso aos mais diversos temas. O suporte vibrátil para a percepção de som foi utilizado pela primeira vez no Itaú Cultural na Ocupação Dona Ivone Lara.
No espaço expositivo, um piso elevado de madeira convidava o público a sentir algumas músicas da grande sambista brasileira. O equipamento – os chamados buttkikckers –, cedido pelo Museu de Arte Moderna (MAM), era semelhante a uma caixa de som cujos alto-falantes internos faziam vibrar o chão.
O equipamento é usualmente utilizado na festa SenCity – realizada periodicamente no MAM em parceria com a organização holandesa Skyway –. que tem por objetivo propor a descoberta da potencialidade de todos os sentidos, oferecendo ao público performances aromáticas, cardápio sensorial e signdancers (dançarinos de sinais). A instituição merece destaque quando o assunto é proporcionar que pessoas interessadas em diversas expressões artísticas possam desenvolver seu percurso criativo com a mesma qualidade de oportunidades.
Daina Leyton, educadora e coordenadora do educativo do museu, destaca que essa é apenas uma das atividades que compõem a programação: “A cultura surda contagiou toda a equipe, o que influencia nosso planejamento”. Pontua ainda que durante o período em que participou da formação dos educadores surdos foi perceptível o interesse deles pelo universo musical.
Na Ocupação Elomar, em cartaz no Itaú Cultural nos meses de julho e agosto deste ano, também foram criadas – dessa vez pela própria equipe do Itaú Cultural – pequenas caixas de madeira que, ligadas a toca-discos e a toca-fitas, permitiam sentir o ritmo e a sensação provocada pela música.
Além da sensibilidade provocada pelo tato, lançar mão de outros sentidos pode ser importante para qualificar surdos em seu percurso criativo. O Itaú Cultural comemora neste mês o Setembro Azul e entre as atrações está uma aula-espetáculo, comandada pelos Batuqueiros do Silêncio, em que o ensino de música é realizado a partir de um método visual que conta com dinâmica corporal e utilização de luzes coloridas.
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