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O som que fez o som do Duofel

Série musical produzida pelo Álbum reúne influências de diferentes artistas

Publicado em 20/04/2020

Atualizado às 18:46 de 26/08/2022

O Som que Fez o Som foi uma série musical integrante do Álbum, site do Itaú Cultural dedicado à música. Tal série reunia indicações, feitas por diferentes artistas, de músicas que fizeram parte de suas trajetórias e foram importantes na busca pela criação de um som próprio. O Álbum saiu do ar, mas o IC decidiu retomar a série – a princípio, publicando textos que haviam sido postados no site e alimentando nosso Spotify com playlists compostas por essas indicações. O original foi ao ar em janeiro de 2014.

Fernando Melo e Luiz Bueno formam o Duofel há 35 anos. Parceira de estrada de Tetê Espíndola desde os anos 1970 e de Hermeto Pascoal nos 1990, a dupla se caracteriza por seus arranjos inovadores ao violão, viajando do rock à MPB e passando pela música eletrônica. Em 2013, lançam o álbum Pulsando MPB, em que revisitam clássicos  como “Romaria” (Renato Teixeira), “Água de beber” (Vinicius de Moraes e Baden Powell) e “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso).

Intimados pela equipe do Álbum, Fernando e Luiz listaram músicas de artistas e grupos, nacionais e internacionais, que, após audição, dissecam as influências que marcam o som que criam. Um mergulho que contempla o rock progressivo, a principal tatuagem do Duofel. A faixa 13 é a prova de todas essas influências.

Os violonistas Fernando Melo e Luiz Bueno vão lançar o disco "Duofel Pulsando MPB" (Foto: Divulgação)

Aproveite e salve a playlist que montamos com as dicas no Spotify.

1. "Maracatu", por Egberto Gismonti

Em 1978, quando viajamos pelo Nordeste brasileiro por um ano inteiro, esta música foi uma das trilhas sonoras.

2. "Voo do besouro", por Los Indios Tabajara

Quando pensávamos o Duofel em 1977, o LP Casually Classic, 1966, nos foi apresentado por um amigo como parâmetro de um duo de violões e essa música foi uma grande inspiração.

3. "Roundabout", por Yes

Yes estava entre nossas referências no rock progressivo quando nos encontramos em 1975 no Grupo Boissucanga [Fernando Melo tocando baixo elétrico e Luiz Bueno na guitarra].

4. "Money", por Pink Floyd

Outra referência no progressivo foi o álbum The Dark Side of the Moon. “Money” traz, além do solo arrasador de guitarra, sons de elementos não musicais.

5. "Samba triste", por Baden Powell Trio

Aqui o violão com suingue criativo de Baden já nos fazia a cabeça desde muito jovens, mesmo gostando muito mais do universo pop.

6. "Blue star", por The Shadows

Essa é nossa lembrança da primeira fase de adolescentes, o pop instrumental invadindo as vitrolas.

7. "I want to hold your hand", por The Beatles

Beatles entra definitivamente como um verdadeiro marco em nossa vida e essa música tem uma sonoridade muito diferente para a época, com a guitarra de 12 cordas na base.

8. "Airpower", por Larry Coryell and Philip Catherine

Quando retornamos de nossa viagem pelo Nordeste, em 1978, nós nos deparamos com o primeiro Festival de Jazz em SP e esse duo foi a referência da época, principalmente o álbum Twin Houses. Anos mais tarde, Philip Catherine declararia sua admiração pelo Duofel.

9. "Marcha dos marinheiros", por Dilermando Reis

Quando meninos ainda, Dilermando Reis e sua “Marcha dos Marinheiros” eram referência de todos aqueles que admiravam o violão brasileiro. Ele extraí, inclusive, sons de outros instrumentos sem recursos externos.

10. "Apache", por The Jet Blacks

“Apache” foi a primeira música que Luiz Bueno tocou ao violão. Na verdade, iniciou-se no instrumento reconhecendo as primeiras notas da melodia nesse tema pop instrumental.

11. "Firth of fifth", por Genesis

Genesis, tal qual Pink Floyd e Yes, estava entre nossas referências de sonoridade única no rock progressivo.

12. "Friends", por Led Zeppelin

Led Zeppelin despertou o uso do violão no reino das guitarras com sonoridades e afinações diferentes.

13. "Do outro lado do oceano", por Duofel

É a nossa música mais pedida. Foi lançada em nosso segundo álbum, Duofel  (selo Camerati, 1993), e com ela vencemos em 1994 o Prêmio Sharp de Música, hoje Prêmio da Música Brasileira. Também foi responsável por abrir as portas do difícil caminho da música instrumental, levando-nos aos Estados Unidos e à Europa.

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