A economia criativa perdeu quase 458 mil postos de trabalho formais e informais entre o 4º trimestre de 2019 e o 4º trimestre de 2020, em razão dos impactos da pandemia de covid-19. No 4º trimestre de 2019, havia 7.137.912 indivíduos trabalhando no segmento. No 4º trimestre de 2020, o número havia caído para 6.679.994, uma retração de 6,4%. As informações são do Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural, que monitora a evolução econômica da indústria criativa no Brasil. Nesse levantamento foram utilizados dados da Pnad Contínua.
Trabalhadores da economia criativa[1] – comparativo 4º trimestre 2019-2020
*Atividades artesanais, artes cênicas e artes visuais, cinema, música, fotografia, rádio e TV e museus e patrimônio.
**Publicidade, arquitetura, moda, design, tecnologia da informação e editorial.
Entre os trabalhadores criativos incorporados por outros setores da economia (um designer que trabalha para uma indústria automobilística, por exemplo), a queda foi de 4,1%. No 4º trimestre de 2019, havia 1.854.951 postos de trabalho nesse estrato. No 4º trimestre de 2020, o número caiu para 1.778.690.
No caso de pessoal de apoio (um contador que presta serviços para empresas ou indivíduos da economia criativa, por exemplo), a queda foi de 14,8%: de 2.540.624 para 2.164.134 postos de trabalho.
Já no estrato dos trabalhadores especializados em atividades de economia criativa, que atuam no setor de origem (designers, roteiristas, escritores, arquitetos, artistas etc.), houve relativa estabilidade no número de postos de trabalho regulares, que passaram de 2.742.336 para 2.737.170. Contudo, ao separar os trabalhadores especializados mais diretamente ligados a ocupações culturais (atividades artesanais, artes cênicas e artes visuais, cinema, música, fotografia, rádio e TV e museus e patrimônio), observamos que houve uma substantiva queda nesse segmento específico, na faixa de 18%. Essa queda foi contrabalançada por um aumento de 6,8% dos demais trabalhadores criativos especializados – ocupações nas áreas de publicidade, arquitetura, moda, design, TI, editorial etc., que tiveram a abertura de 134,5 mil postos de trabalho no período.
Dos trabalhadores criativos especializados ligados à cultura, o decréscimo maior foi nas ocupações de cinema, música, fotografia, rádio e TV, em que houve a perda de mais de 95 mil postos de trabalho entre o final de 2019 e o final de 2020, representando uma taxa de queda de 30%. Já na categoria dos demais trabalhadores criativos especializados, observa-se que as atividades que puxaram o crescimento foram a editorial e, principalmente, de tecnologia da informação, que impulsionou a contratação no setor com quase 115 mil novos postos de trabalho no período. As ocupações criativas ligadas à arquitetura também apresentaram expressivo aumento: no segmento dos trabalhadores dessa categoria especializados (arquitetos que trabalham em escritórios de arquitetura, por exemplo), o aumento foi de 10%.
Ao analisarmos especificamente os trabalhadores incorporados, ou seja, aqueles que são criativos, mas que atuam em outros setores da economia, percebemos que, entre o final de 2019 e o final de 2020, houve uma queda no número de postos de trabalho de 4,1%, cerca de 76 mil. O impacto foi mais acentuado nas ocupações relacionadas a cinema, música, fotografia e TV, publicidade e design, totalizando quedas de 33%, 23% e 20%, respectivamente. Em números absolutos, publicidade foi a categoria a apresentar a maior queda, com cerca de 145 mil postos de trabalho a menos no período, sendo incorporados por outros setores. As categorias que tiveram um aumento nos postos de trabalho, mais uma vez, foram aquelas ligadas aos setores de arquitetura, editorial e de tecnologia da informação.
Quantidade de postos de trabalho do total de trabalhadores incorporados e dos trabalhadores criativos especializados, segundo categoria (4º trimestre 2019-2020)
*Amostra não significativa.
**Por termos valores com amostra não significativa, os totais podem divergir da soma das categorias.
Formais × informais
A queda no número de postos de trabalho afetou mais fortemente os trabalhadores informais (trabalhadores sem carteira assinada e profissionais empregadores ou conta-própria sem cadastro formal de CNPJ) do que os trabalhadores formais (aqueles com carteira assinada, servidores públicos e profissionais empregadores ou conta-própria com cadastro formal de CNPJ).
No caso dos informais, havia 2.838.385 postos de trabalho na economia criativa no 4º trimestre de 2019. O número caiu para 2.525.900 postos no 4º trimestre de 2020, consolidando queda de 11%.
Trabalhadores informais da economia criativa – comparativo 4º trimestre 2019-2020
Entre os trabalhadores formais, a retração foi menor em virtude das políticas de proteção ao emprego implementadas durante a pandemia, que permitiram a diminuição de carga horária e a suspensão temporária de contratos de trabalho, protegendo trabalhadores de possível desligamento. Segundo dados da Pnad Contínua, no 4º trimestre de 2019 eram 4.299.526 postos de trabalho formais na economia criativa. No mesmo período em 2020, foram 4.154.094, uma retração de 3,4%.
Trabalhadores formais da economia criativa: comparativo 4º trimestre 2019-2020
Os segmentos que mais conseguiram recuperar seus níveis de emprego entre o 4º trimestre de 2019 e o 4º de 2020 foram o de trabalhadores especializados formais (trabalhadores criativos de todas as categorias – culturais e demais categorias criativas – que atuam nos setores criativos) e os de trabalhadores incorporados formais e especializados informais. Os trabalhadores de apoio informais, após expressiva queda nos dois primeiros trimestres de 2020, ainda mostram dificuldades para recuperação.
Os trabalhadores criativos especializados formais conseguiram, inclusive, ultrapassar o seu nível de emprego do final de 2019, com saldo positivo na faixa de 49,5 mil empregos. Supõe-se que esse aumento tenha sido puxado pelos trabalhadores especializados da área de tecnologia da informação e de editorial, que, conforme visto anteriormente, obtiveram crescimentos expressivos no período. De fato, com as restrições de circulação trazidas pela crise de covid-19, os serviços e plataformas on-line ganharam ainda mais relevância e demanda, tendo sido adotados por diversos segmentos da população.
O movimento de recuperação do emprego dos trabalhadores incorporados formais – que chegou perto de seu patamar anterior à pandemia, embora ainda não o tenha atingido – demonstra a importância dos trabalhadores criativos para os demais setores da economia. Após uma queda no 2º trimestre de 2020, os 3º e 4º trimestres mostram que o setor formal não criativo voltou a buscar e contratar esses profissionais para contribuir em seus setores. Estima-se que essa retomada quanto aos trabalhadores criativos incorporados também esteja relacionada, principalmente, aos trabalhadores de ocupações ligadas à tecnologia da informação.
Trabalhadores formais e informais da economia criativa – evolução 2019-2020
Gênero
Sob o recorte de gênero na economia criativa, observamos que as repercussões da pandemia não alteraram de forma significativa a configuração existente em 2019. A participação das mulheres no mercado de trabalho segue sendo maioria apenas entre os trabalhadores especializados. Analisando pela perspectiva da formalidade, também é possível constatar que as mulheres seguem representando cerca de 60% do mercado de trabalho informal da economia criativa. Entre o 4º trimestre de 2019 e o mesmo trimestre de 2020, a participação dos homens apresentou aumento mais significativo no segmento dos trabalhadores de apoio, passando de 52% para 56% do total de ocupados desse grupo.
Participação do público feminino e masculino no mercado de trabalho da economia criativa, segundo segmento ocupacional e formalidade
Observa-se também que o rendimento médio dos homens empregados na economia criativa segue sendo maior que o das mulheres – provavelmente por conta da maior participação feminina no mercado informal da economia criativa. Contudo, no período, o rendimento médio real (descontando a inflação) das mulheres se manteve no mesmo patamar, enquanto o dos homens apresentou queda real de 9,2%. Isso alterou a diferença de salário ligada ao gênero: no 4º trimestre de 2019, o salário das mulheres era equivalente a 55% do salário dos homens; no último trimestre de 2020, o salário das mulheres passou a ser equivalente a 61% do salário dos homens. Mesmo com essa alteração, a desigualdade no rendimento ainda se mostra bastante forte.
Rendimento médio nominal e real de homens e mulheres empregados na economia criativa – 4º trimestre 2019-2020
Nota: Valores reais calculados a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE). Valor real de novembro de 2019 (4º trimestre/2019) inflacionado para preços de novembro de 2020 (4º trimestre/2020).
Regionalidade
Entre o 4º trimestre de 2019 e o mesmo trimestre de 2020, os estados brasileiros que mais sofreram queda de emprego em economia criativa foram Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia, sendo 31%, 30% e 26% respectivamente. Já Amazonas, Alagoas e Amapá foram os que obtiveram os maiores aumentos: 11,6%, 10% e 8,3% respectivamente. Os aumentos, todavia, foram menos significativos quando observamos apenas o total absoluto de novos ocupados, cerca de 13 mil novos postos de trabalho somados nas três unidades federativas (UFs), sendo 8.079 no Amazonas, 3.635 em Alagoas e 1.246 no Amapá. A concentração em poucos estados se manteve no período: os três principais estados (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) seguem representando cerca de 50% do total de emprego em economia criativa brasileira. Dentre eles, Minas Gerais foi o estado que mais sofreu queda na quantidade de empregados, de 12,2%. De maneira geral, os movimentos de queda no número de ocupados em economia criativa parecem ter sido inerentes a um movimento maior dos demais setores da economia em cada UF: entre o último trimestre de 2019 e o último de 2020, todas as UFs brasileiras apresentaram queda no número de ocupados. As maiores variações foram no Rio de Janeiro (14%) e no Ceará (13%).
Emprego em economia criativa (especializados, de apoio e incorporados) segundo UF – 4º trimestre 2019-2020
Estado |
4º tri – 2019 |
4º tri – 2020 |
Variação |
Participação 4º tri – 2019 |
Participação 4º tri – 2020 |
São Paulo |
2.219.486 |
2.162.614 |
-2,6% |
31,1% |
32,4% |
Rio de Janeiro |
659.423 |
618.117 |
-6,3% |
9,2% |
9,3% |
Minas Gerais |
672.518 |
590.211 |
-12,2% |
9,4% |
8,8% |
Paraná |
433.566 |
449.737 |
3,7% |
6,1% |
6,7% |
Santa Catarina |
479.514 |
446.252 |
-6,9% |
6,7% |
6,7% |
Rio Grande do Sul |
426.121 |
366.142 |
-14,1% |
6,0% |
5,5% |
Ceará |
323.922 |
302.574 |
-6,6% |
4,5% |
4,5% |
Pernambuco |
275.982 |
256.025 |
-7,2% |
3,9% |
3,8% |
Goiás |
246.462 |
236.142 |
-4,2% |
3,5% |
3,5% |
Bahia |
293.010 |
215.217 |
-26,5% |
4,1% |
3,2% |
Pará |
161.282 |
147.064 |
-8,8% |
2,3% |
2,2% |
Espírito Santo |
125.594 |
110.128 |
-12,3% |
1,8% |
1,6% |
Distrito Federal |
118.207 |
108.656 |
-8,1% |
1,7% |
1,6% |
Maranhão |
88.905 |
88.619 |
-0,3% |
1,2% |
1,3% |
Paraíba |
81.070 |
86.349 |
6,5% |
1,1% |
1,3% |
Amazonas |
69.895 |
77.974 |
11,6% |
1,0% |
1,2% |
Rio Grande do Norte |
90.100 |
74.253 |
-17,6% |
1,3% |
1,1% |
Mato Grosso |
81.218 |
55.976 |
-31,1% |
1,1% |
0,8% |
Mato Grosso do Sul |
72.697 |
51.055 |
-29,8% |
1,0% |
0,8% |
Sergipe |
47.969 |
49.516 |
3,2% |
0,7% |
0,7% |
Piauí |
50.792 |
48.945 |
-3,6% |
0,7% |
0,7% |
Alagoas |
36.178 |
39.813 |
10,0% |
0,5% |
0,6% |
Tocantins |
22.655 |
* |
|
0,3% |
* |
Rondônia |
28.050 |
27.961 |
-0,3% |
0,4% |
0,4% |
Amapá |
15.012 |
16.258 |
8,3% |
0,2% |
0,2% |
Acre |
10.098 |
10.284 |
1,8% |
0,1% |
0,2% |
Roraima |
8.188 |
8.512 |
4,0% |
0,1% |
0,1% |
*Amostra não significativa no período.
Últimos três meses
O 4º trimestre de 2020 evidenciou boa taxa de recuperação em relação ao trimestre anterior, demonstrando um leve aquecimento da economia criativa no período, seguindo a tendência do total de ocupados da economia. Foram abertos 366,6 mil postos de trabalho na economia criativa nesse período, um crescimento de 5,8%. No total de ocupados da economia, a taxa de crescimento nesse mesmo período foi de 4,5%.
O segmento da economia criativa que mais abriu postos de trabalho entre o 3º e o 4º trimestre de 2020 foi o de trabalhadores criativos especializados, com quase 212 mil novos postos. Tanto o setor formal quanto o setor informal desse segmento obtiveram taxa de crescimento de 8,4% no emprego. O segmento de trabalhadores incorporados informais também apresentou grande taxa de crescimento (21,9%), embora siga sendo o de menor participação no total da economia criativa.
Trabalhadores formais e informais da economia criativa: comparativo 3º trimestre 2020 – 4º trimestre 2020
Do 3º para o 4º trimestre de 2020, as categorias ocupacionais que mais apresentaram crescimento foram arquitetura, editorial e atividades artesanais. Especificamente no segmento de trabalhadores criativos especializados (trabalhadores criativos que são empregados em setores criativos), as categorias ocupacionais de design e editorial foram as que obtiveram os maiores crescimentos. Nesse período, apenas as ocupações criativas das categorias cinema, música, fotografia, rádio e TV e publicidade apresentaram variação negativa.
Quantidade de postos de trabalho do total de trabalhadores criativos (especializados + incorporados) e dos trabalhadores criativos especializados, segundo categoria
Total de Trabalhadores Criativos |
3º Tri - 2020 |
4º Tri - 2020 |
Variação |
Saldo postos de trabalho |
Arquitetura |
212.181 |
262.484 |
24% |
50.302 |
Artes Cênicas e Artes Visuais |
* |
97.552 |
- |
- |
Atividades Artesanais |
485.220 |
584.512 |
20% |
99.292 |
Cinema, Música, Fotografia, Rádio e TV |
350.510 |
329.898 |
-6% |
-20.611 |
Design |
192.869 |
212.995 |
10% |
20.125 |
Editorial |
177.278 |
217.512 |
23% |
40.234 |
Gastronomia |
* |
* |
- |
- |
Moda |
764.167 |
843.919 |
10% |
79.753 |
Museus e Patrimônio |
33.483 |
* |
- |
- |
Publicidade |
760.659 |
730.249 |
-4% |
-30.409 |
Tecnologia da Informação |
1.111.475 |
1.163.110 |
5% |
51.635 |
Total de Ocupados da Economia |
82.463.740 |
86.179.036 |
5% |
3.715.295 |
Trabalhadores Criativos Especializados |
3º Tri - 2020 |
4º Tri - 2020 |
Variação |
Saldo postos de trabalho |
Arquitetura |
151.428 |
162.067 |
7% |
10.639 |
Artes Cênicas e Artes Visuais |
39.014 |
* |
- |
- |
Atividades Artesanais |
313.131 |
350.464 |
12% |
37.333 |
Cinema, Música, Fotografia, Rádio e TV |
227.340 |
219.321 |
-4% |
-8.019 |
Design |
158.244 |
187.160 |
18% |
28.916 |
Editorial |
97.018 |
117.477 |
21% |
20.459 |
Gastronomia |
* |
* |
- |
- |
Moda |
736.220 |
813.395 |
10% |
77.175 |
Museus e Patrimônio |
* |
* |
- |
- |
Publicidade |
244.349 |
231.201 |
-5% |
-13.148 |
Tecnologia da Informação |
553.881 |
589.885 |
7% |
36.003 |
Total de Ocupados da Economia |
82.463.740 |
86.179.036 |
5% |
3.715.295 |
*Amostra não significativa.
No último trimestre do ano de 2020, os estados em que houve maior recuperação em relação ao trimestre anterior, em termos porcentuais, foram Acre, Pará, Paraíba, Ceará e Amazonas. Os únicos estados com taxas de queda significativas no período foram Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Da mesma maneira como ocorreu na variação entre o último trimestre de 2019 e o último de 2020, as variações apresentadas nas UFs do 3º trimestre para o último trimestre de 2020 em economia criativa parecem ter acompanhado um aquecimento na economia brasileira como um todo, que apresentou variação positiva de 5% (aumento de 3,7 milhões postos de trabalho) no período. Dos cinco principais estados no emprego da economia criativa, foi o Paraná que mais aumentou sua quantidade de empregados no último período do ano, com uma taxa de crescimento de 12%. Em termos absolutos, os estados que mais contribuíram para o saldo positivo de 366,6 mil postos de trabalho em economia criativa foram Ceará (58,3 mil), Paraná (48,7 mil), Minas Gerais (45,4 mil) e Rio de Janeiro (41,7 mil). Entre esses, somente o Paraná apresentou crescimento do total absoluto de ocupados, ou seja, aumento de ocupados do setor, quando comparado ao último trimestre de 2019. Interessante notar que o setor de TI na UF, que foi um dos principais responsáveis pelo aumento de postos de trabalho na economia criativa no Brasil, tem sido fortalecido nos últimos anos, representando cerca de 25% do total de ocupados do setor criativo.
Emprego da economia criativa segundo UF: 3º trimestre 2020 – 4º trimestre 2020
* Amostra não significativa.
Ao pensarmos exclusivamente na evolução das pessoas ocupadas entre o 4º trimestre de 2019 e o 4º de 2020, percebemos que a maior queda foi entre o 1º trimestre e o 2º de 2020, com uma perda de cerca de 576 mil postos de trabalho. A recuperação veio também no ano de 2020, a partir do 3º trimestre (aumento de 46.843 postos de trabalho), mas bastante concentrada no último, com um aumento de cerca de 367 mil postos de trabalho. As variações parecem acompanhar o restante da economia, em que a queda mais acentuada se percebe no número de postos de trabalho do 1º trimestre de 2020 para o 2º, com uma perda de cerca de 8,87 milhões deles. A retomada também veio com o leve aquecimento da economia, concentrada principalmente no último trimestre de 2020, com um aumento de 3,17 milhões de postos de trabalho.
Evolução dos postos de trabalho na economia criativa entre o 4º trimestre 2019-2020
Evolução dos postos de trabalho na economia brasileira entre o 4º trimestre 2019-2020
Se observamos o mesmo período, mas enfocando os trabalhadores especializados (os criativos que trabalham no setor de origem), percebemos que há certa estabilidade ao longo do tempo ao compararmos o último trimestre de 2019 e o último de 2020 (a diferença é de apenas 5.166 postos de trabalho), com uma dinâmica de queda maior do 1º para o 2º trimestre de 2020 (perda de 87.075 postos de trabalho) e recuperação no último trimestre (aumento de 211.821 postos de trabalho), acompanhando tanto a dinâmica da economia criativa quanto do resto da economia. Contudo, ao avaliar a composição desses postos de trabalho, separando os trabalhadores especializados diretamente ligados a ocupações culturais dos demais trabalhadores especializados criativos, percebemos que a estabilidade foi gerada principalmente pelos últimos. Enquanto os especializados culturais tiveram uma perda acumulada de 139.665 postos de trabalho no período analisado, os especializados criativos apresentaram um ganho acumulado que basicamente compensa essa perda (aumento de cerca de 135 mil postos de trabalho).
Evolução dos postos de trabalho dos trabalhadores especializados entre o 4º trimestre 2019-2020
*Atividades artesanais, artes cênicas e artes visuais, cinema, música, fotografia, rádio e TV e museus e patrimônio. **Publicidade, arquitetura, moda, design, tecnologia da informação e editorial.
[1] Os trabalhadores da economia criativa foram definidos a partir das ocupações criativas. Englobam três tipos de trabalhadores, de acordo com a participação que têm nos setores criativos e nos setores não criativos. Desse modo, temos as seguintes possibilidades: os especializados, ou seja, trabalhadores criativos que são empregados nos setores criativos; os de apoio, trabalhadores que atuam nos setores criativos, mas em ocupações que não são consideradas criativas; e os incorporados, trabalhadores que são criativos, mas atuam em outros setores da economia.