Palmares
O Teatro Experimental do Negro existia há alguns meses quando, em dezembro de 1944, fez uma participação especial em uma cena da peça Palmares, da poetisa Stella Leonardos (1923). O elenco da encenação era formado por integrantes do Teatro do Estudante do Brasil (TEB).
O Imperador Jones
Foi vendo a encenação desta peça em Lima, no Peru, com elenco formado por atores brancos com os rostos pintados de preto, que Abdias Nascimento começou a pensar no que viria a ser o Teatro Experimental do Negro. Escrito por Eugene O’Neill (1888-1953), o texto foi encenado na estreia do TEN, em 1945, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com direção de Abdias.
Othello
O clássico do dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616) foi montado como esquete em dezembro de 1946, integrando a programação do Festival do Segundo Aniversário do TEN. Os protagonistas foram Abdias (Othello) e Cacilda Becker (Desdêmona).
O Moleque Sonhador
Também integrando a programação do Festival do Segundo Aniversário do TEN, a peça O Moleque Sonhador, escrita por Eugene O’Neill (1888-1953), teve Abdias no papel principal. Também integraram o elenco as atrizes Ruth de Souza, Marina Gonçalves e Ilena Teixeira. A direção foi de Willy Keller.
Todos os Filhos de Deus Têm Asas
Devido ao sucesso da primeira montagem de um texto de Eugene O’Neill (1888-1953), o TEN resolveu apostar em outra peça do autor e, em julho de 1946, estreou Todos os Filhos de Deus Têm Asas, com direção de Aguinaldo Camargo (1918-1952).
O Filho Pródigo
Primeiro texto criado especialmente para o TEN, O Filho Pródigo, assinado por Lúcio Cardoso (1913-1968), era uma livre adaptação da parábola bíblica homônima. Foi a primeira peça de dramaturgo brasileiro levada ao palco pelo TEN, tendo sido encenada em dezembro de 1947 (cenários de Santa Rosa e figurino de Nadir de Andrade), maio de 1953 e julho de 1955 (com cenários e figurino de Anízio Medeiros).
Recital Castro Alves
Realizado em 31 de março de 1947, no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, o recital teve direção de Abdias Nascimento, cenografia de Santa Rosa e colaboração musical de Gentil Puget e Abgail Moura. Entre os artistas que se apresentaram, em números variados, estavam Ruth de Souza, Marina Gonçalves, Aguinaldo Camargo e Neusa Paladino.
Terras do Sem Fim
Em agosto de 1947, o TEN encenou Terras do sem Fim, em colaboração com Os Comediantes. Escrita por Jorge Amado (1912-2001), a peça foi adaptada pelo ator Graça Mello (1914-1979) e contou com direção do polonês Zygmunt Turkov (1896-1970) e cenários de Santa Rosa.
Aruanda
Em cartaz de 23 de dezembro de 1948 a 2 de janeiro de 1949, Aruanda, de Joaquim Ribeiro, misturava dança, poesia e canto para falar sobre a convivência dos deuses afro-brasileiros com os mortais. A montagem deu origem ao Brasiliana, grupo que, formado por dançarinos, cantores e percussionistas, excursionou pela Europa por quase dez anos.
A Família e a Festa na Roça
Em parceria com o Serviço Nacional do Teatro, o TEN encenou em dezembro de 1948 o espetáculo A Família e a Festa na Roça, de Martins Pena. Com direção de Dulcina de Moraes, que também atuava na montagem, e cenografia e figurino assinados por Santa Rosa, a peça tinha no elenco Abdias Nascimento, Ruth de Souza, Bibi Ferreira e Jardel Filho, entre outros.
Filhos de Santo
Encenada em março e abril de 1949, em dois teatros – o Ginástico e o Regina, no Rio de Janeiro –, com texto de José Morais de Pinheiro e direção de Abdias, a peça conta a história de trabalhadores do Recife, em Pernambuco, entre o candomblé e a perseguição policial. A cenografia é de Santa Rosa.
Calígula
Montagem do texto do filósofo argelino Albert Camus (1913-1960), o espetáculo não conseguiu os recursos para ser encenado, tendo apenas uma apresentação do 1º ato feita para o autor, no Teatro Ginástico, em 1949, seguida de algumas músicas da Orquestra Afro-Brasileira e exibição de danças por Mercedes Batista. A direção era de Abdias; figurino e cenografia de Santa Rosa.
Rapsódia Negra
Com texto e direção de Abdias, a peça montada em 1952 “lançou duas artistas de grande destaque”, segundo o diretor: a dançarina Mercedes Batista e a atriz Léa Garcia. O espetáculo foi encenado em julho, outubro e novembro daquele ano, com coreógrafos e compositores diferentes a cada edição.
Festival O’Neill
Realizado em 1954 no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, trata-se da exibição de cenas das peças de Eugene O´Neill (1888-1953). Foram encenados trechos de Todos os Filhos de Deus Têm Asas, Onde Está Marcada a Cruz e O Imperador Jones – esta última, texto com que estreou o TEN. Abdias dirigiu e atuou.
Orfeu da Conceição
Com texto de Vinicius de Moraes, música de Tom Jobim (sendo essa a primeira colaboração entre os dois), cenografia de Oscar Niemeyer e elenco formado por Abdias e outros atores do TEN, a peça – que mescla a mitologia grega e o imaginário das favelas cariocas – ocorreu em 1956.
Perdoa-me por Me Traíres
Escrita pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, a peça foi exibida em 1957, com atuação de Abdias e do próprio Nelson Rodrigues.
Sortilégio – Mistério Negro
Este texto de Abdias discute a busca de identidade por meio do percurso de um homem negro que se vê distante tanto da cultura europeia quanto da africana. Foi montada em 1957, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.