Enquanto você lê este texto, como está a planta do seu pé esquerdo? Os joelhos estão estendidos ou dobrados? E os ombros, alinhados? Pele, ossos, articulações corporais e como elas se manifestam no espaço têm sido, desde a década de 1950, o foco das investigações realizadas por Angel Vianna – um dos principais nomes da história da dança no Brasil e a 38ª homenageada do programa Ocupação. Apaixonada pelo corpo e por pessoas, a artista – no sentido contrário à noção moderna de dissociação entre corpo e mente – dedicou-se a estudar o ser humano completo, dono de um corpo que sente e pensa por inteiro.
Angel iniciou sua carreira em Belo Horizonte, cidade em que nasceu em 1928 e onde fez sua primeira formação, em balé clássico. Foi ainda na capital mineira que encontrou seu companheiro de vida e de obra, Klauss Vianna (1928-1992). Da parceria profissional surgiu a primeira escola de dança; e do amor, o primeiro filho do casal, Rainer Vianna (1958-1995) – também devotado ao universo da dança.
Depois de uma temporada em Salvador na década de 1960, Angel estabeleceu-se no Rio de Janeiro, onde, além de sua atuação como bailarina e coreógrafa, inaugurou uma série de iniciativas voltadas para o ensino da dança. Fundamentado sobre a ideia de que todo ser humano é criador e de que as particularidades individuais são a essência dessa criação, o trabalho de Angel estendeu-se para além dos campos artístico e educativo, chegando também ao terapêutico.
A Ocupação Angel Vianna revela momentos importantes dessa carreira e celebra, por meio de vídeos, fotos e documentos, a energia e a sensibilidade da artista que, prestes a completar 90 anos, permanece plenamente ativa e deixando-se instigar pelo mundo.
A mostra integra o rol de atividades do Itaú Cultural que visam valorizar as artes cênicas brasileiras. Já foram homenageados pelo programa Ocupação artistas e coletivos como Grupo Corpo, Ballet Stagium e o casal Maria e Herbert Duschenes. Para saber mais, acesse itaucultural.org.br/ocupacao.
Itaú Cultural