Antonio Candido iniciou sua atividade em docência em 1942, ao concluir o bacharelado e a licenciatura em ciências sociais e filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Foi, a partir daquela data, assistente de sociologia do professor Fernando de Azevedo (1894-1974). Permaneceu nessa posição até 1958, período de 16 anos em que se graduou livre-docente em literatura brasileira (1945) e doutor em ciências sociais (1954).
Depois dessa experiência, lecionou literatura brasileira na Faculdade de Filosofia de Assis, em São Paulo, de 1958 a 1960. Da experiência o professor contou: “Fiz os estudos e me preparei para os muitos cursos que dei mais tarde na USP. Aprendi técnicas de análise e li muito sobre teoria literária. Foram dois anos e meio de aprendizado integral”.
Segundo um artigo do pesquisador Rodrigo Martins Ramassote – do qual extraímos a fala de Candido –, em Assis o crítico inaugurou uma prática que se tornaria padrão dos cursos que daria na USP: “Invertendo a tendência dominante nos cursos de Letras, amparada no estudo da biografia dos autores e na caracterização dos períodos literários, A. Candido priorizou o foco de ensino centrado na primazia da análise textual”.
Em 1961, retornou à USP como professor colaborador da disciplina de teoria literária e literatura comparada, área de estudos formada na instituição por sua iniciativa e que originaria o Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada dessa universidade.
Após duas atuações no exterior – de 1964 a 1966 assumiu classes de literatura brasileira na Universidade de Paris e em 1968 foi professor visitante de literatura brasileira e comparada na Universidade de Yale, nos Estados Unidos –, aposentou-se em 1978 pela USP, continuando, contudo, ligado à pós-graduação.