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“Sou um ARTISTA que, embora não pertencendo intrinsecamente a nenhuma família artística específica, se sente pertencente a todas elas. DO CIRCO À LITERATURA. Sinto-me pertencer um pouco a todos esses universos. Não de uma forma superficial, mas também não de uma forma visceral. A minha única VISCERALIDADE, na verdade, é o Brasil, e digo que ela é descompromissada com qualquer ideia ufanista. Uma AUSÊNCIA DE UFANISMO que não prescinde, todavia, da presença da PAIXÃO.”
Antonio Nóbrega
Grande Sertão: Veredas
“SÓ O QUE EU QUIS, TODO O TEMPO, O QUE EU PELEJEI PARA ACHAR, ERA UMA SÓ COISA – A INTEIRA – CUJO SIGNIFICADO E VISLUMBRADO DELA EU VEJO QUE SEMPRE TIVE. A que era: que existe uma receita, a norma de um caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver – e essa pauta cada um tem – mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber? Mas, esse norteado tem. Tem que ter. Se não a vida de todos ficava sendo sempre o confuso dessa doidera que é. E que: para cada dia, e cada hora, só uma ação possível da gente é que consegue ser a certa. Aquilo está no encoberto; mas, fora dessa conseqüência, tudo o que eu fizer, o que o senhor fizer, o que beltrano fizer, o que todo-o-mundo fizer ou deixar de fazer, fica sendo falso, e é o errado. Ah, porque aquela outra é a lei, escondida e vivível mas não achável, do verdadeiro viver: que para cada pessoa, sua continuação já foi projetada, como se põe, em teatro, para cada representador – sua parte, que antes já foi inventada num papel…”
Trecho retirado do livro Grande Setão Veredas, de João Guimarães Rosa, e utilizado no espetáculo Mátria, de Antonio Nóbrega
Seção de vídeo
Nesse vídeo, Antonio Nóbrega declama trecho de Grande Sertão: Veredas.
Seção de vídeo
Carrossel do Destino
Trecho do DVD “Lunário Perpétuo”, direção de Walter Carvalho