Ocupação

O Itaú Cultural chega à décima edição do projeto Ocupação com a exposição da obra rio oir , de Cildo Meireles, um dos mais significativos e conceituados artistas multimídia brasileiros. Concebido em 1976, o trabalho ganhou novas dimensões e foi pela primeira vez executado e apresentado.

Esta publicação refaz o percurso do artista e de sua equipe pelo interior do Brasil, partindo do Parque Nacional das Águas Emendadas, no Planalto Central, que pode ser considerado poeticamente a nascente das outras bacias que integram a obra. Ao captar o som de alguns dos principais rios brasileiros, o artista convida o público a ouvir as águas. Registros fotográficos e a cartografia de cada localidade documentam o espaço percorrido. Em entrevista exclusiva, Cildo Meireles relembra a origem do projeto e o situa em sua produção.

No Brasil as cidades se desenvolveram numa batalha contra o meio natural. Daí que a maioria delas tenha crescido de costas para os seus rios, como se fossem o fundo do quintal dessas imensas casas. Desde 2009, com a criação do projeto Margem, o Itaú Cultural busca pensar, dialogar e debater sobre potenciais agenciamentos entre a arte contemporânea e o espaço urbano, por meio de seus rios e margens. A Ocupação  de Cildo Meireles reacende essa reflexão e provoca nossos sentidos em direção ao fluxo das águas, inclusive residuais.

Memória e prospecção definem a série Ocupação, que apresenta um modelo interdisciplinar de exposição, privilegiando artistas que transitam pelas diversas formas de expressão. Publicações como fanzines, hotsites e revistas aumentam a imersão do público.

Devido à atualidade da proposta artística, o instituto traz desta vez um formato expositivo ainda não realizado no projeto: a apresentação de uma obra única, composta de um disco de vinil, cujo áudio pode ser ouvido no espaço cenográfico criado pelo curador do projeto, Guilherme Wisnik, e pela designer da obra Noni Geiger.

Itaú Cultural


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