Espiando e espocando
O personagem mais famoso de Glauco é um marmanjo que, na casa dos 30 anos, ainda mora com a mãe – com quem mantém uma relação que nem Freud conseguiria explicar. Fumando, bebendo, comendo e se picando – tudo ao mesmo tempo –, Geraldão não perde uma oportunidade de espiar a coroa tomando banho e de experimentar maneiras alternativas de espocar a cilibina: bonecas infláveis, a enceradeira da mãe, as luvas da mãe, o xampu da mãe, tudo pode ser um bom consolo para aplacar os efeitos de uma virgindade que teima em perdurar.
Geraldão apareceu pela primeira vez em 1982, no livro Minorias do Glauco – editado e impresso pela gráfica do Teatro Lira Paulistana. Em seguida, ganhou espaço fixo na Folha de S. Paulo e virou a estrela principal de uma revista que levava o seu próprio nome – publicada entre os anos 1980 e 1990 pela Circo Editorial.
Seção de vídeo
Trecho de Almanaque com Glauco
Trecho de entrevista cedida por Glauco ao programa Almanaque, em 2002
Arquivo Rede Globo
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Humor sem fronteiras
O editor Toninho Mendes fala sobre a revista Geraldão – publicada pela Circo Editorial, casa por ele fundada nos anos 1980
Ele sempre foi assim…
Criado para a Folhinha, suplemento infantil da Folha de S.Paulo, Geraldinho é uma versão mirim de Geraldão. Ele não gosta de banho, tem horror à escola, é vidrado em televisão e inferniza a ordem do lar na companhia do gato Tufinho e do cão Cachorrão. Apesar da fissura que, mais tarde, viria a sentir pela mãe, o menino nem quis saber do leite materno quando nasceu: queria mesmo era uma soda limonada. Refrigerante e sorvete – outro vício precoce – parecem ser portas de entrada para substâncias mais pesadas…