Trecho de “e começo aqui”
e começo aqui e meço aqui este começo e recomeço e remeço e arremesso e aqui me meço quando se vive sob a espécie de viagem o que importa não é a viagem mas o começo (…)
[trecho de “e começo aqui”, poema de Galáxias]
Sobre Haroldo de Campos
Como afirma um dos curadores desta edição da Ocupação, Gênese Andrade, “talvez Haroldo pertencesse a outra dimensão: seu tempo era outro, assim como sua capacidade de leitura, escrita, aprendizado. A metáfora borgeana da biblioteca infinita ou do livro de areia, sem começo nem fim, tem que ser transferida para Haroldo de Campos: seu legado, que ora percorremos de forma panorâmica, é apenas um reflexo de seu conhecimento, de sua sede de saber e de sua personalidade igualmente infinitos”.
Haroldo de Campos (1929-2003). Poeta, tradutor, ensaísta, é irmão do escritor Augusto de Campos. Sua obra valoriza o uso da tecnologia e a interação da poesia com a música. Em 1956, participou da Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP. Em 1958, publicou, com seu irmão Augusto e Décio Pignatari, o Plano-Piloto para a Poesia Concreta. De 1973 a 1989 lecionou Semiótica da Literatura na PUC/SP. Como tradutor de poesia, dedica-se a diversas obras, com especial destaque para os autores de vanguarda, como o poeta norte-americano Ezra Pound (1885-1972) e o romancista irlandês James Joyce (1882-1941).
Haroldo, em sua “bibliocasa” (2)
trecho de “no jornalário”, poema de Galáxias
(…) mas o livro me salva me alegra me alaga pois o livro é viagem é mensagem de aragem é plumapaisagem é viagemviragem o livro é visagem (…)
[trecho de “no jornalário”, poema de Galáxias]
Seção de vídeo
Um perfil de Haroldo de Campos
Haroldo de Campos, no programa Roda Viva, em outubro de 1996. Apresentação: Matinas Suzuki Jr. Entrevistadores: Leão Serva, jornalista; Gerald thomas, diretor de teatro; Rinaldo Gama, jornalista; Augusto Massi, jornalista e poeta; João Alexandre Barbosa, professor e crítico literário; Claudio Willer, poeta
Seção de vídeo
e começo aqui – 1994
Poema de Galáxias, na voz de Augusto de Campos | trecho do programa Galáxia Haroldo, TV Cultura, 2003