A Educação

O Curuzu é uma rua do bairro da Liberdade, mas, como cresceu com autonomia e identidade, foi incluído na lista de bairros de Salvador, em novembro de 2017, por meio da Lei Municipal nº 9.278/2017, que reconheceu a existência de 163 novos bairros na capital.

De acordo com o último censo do IBGE, realizado em 2010, a população atual do Curuzu é de 16.681 pessoas, das quais 53,35% são mulheres e 46,65% são homens. A maioria dos moradores (72%) tem entre 15 e 64 anos e é de baixa renda.

O barro preto caracterizava o solo do lugar, que em sua origem era composto de roças de mato fechado.

A ligação com a cultura afro-brasileira existe desde o início da ocupação do local, onde existem dezenas de terreiros de candomblé, entre os quais o Ilê Axé Jitolu e o Vodun Zo. Além da prática religiosa, ambos foram pioneiros em desenvolver atividades culturais e socioeducativas para as crianças do bairro, com ênfase na afirmação da negritude, no autoconhecimento e no enfrentamento do racismo.

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Vista do Curuzu a partir da Senzala do Barro Preto | foto: André Seiti

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O Curuzu e o Ilê Aiyê

Sede do Ilê Aiyê, a Senzala do Barro Preto foi inaugurada em 2003 na Rua do Curuzu | foto: Nove Noventa

Visto do alto, o Curuzu é um aglomerado de casas de alvenaria com ruas e vielas sinuosas em um terreno irregular.

Uma grande construção se destaca na paisagem.

No telhado, seis imagens de uma máscara africana queimam sob o sol. Perfis azeviches. No alto das torres, quatro búzios abertos confirmam que sim no jogo de Ifá. É a Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, inaugurada em novembro de 2003.

Curuzu consta nos dicionários como palavra de origem incerta, talvez indígena, que significa monte de cascalho de mineração ou excremento. Como na história hindu da flor de lótus, beleza que brota do lodo e da lama, que transmuta trevas em luz, morte em renascimento. Exemplo constante do homem e sua trajetória de vida. O Ilê Aiyê nasce nesse local que tem nome de resíduo, reunindo e ressignificando sofrimentos, preconceitos e restrições num escândalo de ritmo, cor e alegria. O mais belo dos belos.

Há quem acredite que o mundo espiritual e o material são um só e as interseções entre a matéria e o espírito, que para alguns são magia, se manifestam no ordinário contínuo cotidiano.

A construção que se destaca na paisagem do Curuzu é matéria e espírito e sua prevalência é contínua no ordinário cotidiano local.

Em sábado de Carnaval, essa força se corporifica de forma irrefutável. Desde cedo, e mesmo às vésperas, a comunidade devota sua energia à preparação dos corpos, das casas e das ruas para a primeira saída do Ilê Aiyê durante os dias de folia.

Em 2018, o tema do desfile foi Mandela – a Azânia celebra o centenário de seu Madiba, uma homenagem aos 100 anos de Nelson Mandela (África do Sul, 1918-2013), presidente da África do Sul (1994 a 1999) e importante liderança mundial.

Azânia é como os nacionalistas negros chamam a África do Sul. Madiba é o nome do clã de Mandela e uma forma afetuosa de se referir a ele. Reforça as relações tribais caras às dinâmicas sociais do continente e dos povos africanos, que, durante a diáspora negra, foram espalhados pelos quatro cantos do mundo. E seus descendentes fundaram, entre outras comunidades, o Curuzu.

A ideia de comunidade acima do indivíduo é comum no Curuzu. O outro tem valor essencial, pois é de sua humanidade que depende a minha humanidade.

Essa forma de viver o cotidiano – superando as consequências do escravismo colonial e reforçando os vínculos sociais – são fundamentos do Ilê Aiyê, que fazem do Curuzu um lugar único. Sem lágrima nem dor, não há submissão da raça nessa colina. E o Ilê é o monumento que dá sentido a tudo isso. Origem e resultado. Começo e fim.

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Cadernos de Educação

Em 1995, quando o Ilê completou 20 anos, alargou seus braços para abrigar um projeto de formação, conhecimento, autoconhecimento e educação da cultura negra. Organizações de Resistência Negra foi o título que abriu a série Caderno de Educação, produzida pelo Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê. O conteúdo trata das mais importantes organizações negras brasileiras desde o século XVII até a fundação do Ilê, em 1974, costurando história, poesia, música, ilustração, dever de casa e um rico glossário.

O Caderno de Educação foi idealizado pelo poeta, professor e então diretor do bloco Jônatas Conceição (Salvador, 1952-2009), e pela pesquisadora, professora e diretora do bloco Maria de Lourdes Siqueira (Codó, 1937), a partir de outros cadernos que eram editados anualmente com os temas do Carnaval. A implantação marcou um novo tempo de produção intelectual e pedagógica no Curuzu e na Liberdade.

A cada ano, após a escolha do tema central da festa, passou a ser feito um extenso trabalho de pesquisa, envolvendo intelectuais, professores e educadores, para levantamento das informações. O resultado da pesquisa é compartilhado com os compositores, que transformam aquele caldo cultural e histórico em poesia, ritmo, música e axé.

A pesquisa mune os outros produtores de conteúdo: música, adereços, tecido. Assim surgem as capas e ilustrações para os cadernos. As ideias se unificam e se pluralizam ao mesmo tempo. O Ilê Aiyê usa de toda a sua poética e estética para aproximar os negros deles mesmos, de suas histórias e legados ancestrais, como um modo de enfrentamento social.

Entre 1995 e 2018, foram produzidas 24 edições do Caderno de Educação. Esse material se consolidou como um instrumento de poder e é utilizado em escolas ainda hoje, sobretudo na Escola Mãe Hilda – uma instituição de ensino formal – que destaca-se com uma grade curricular que contempla a cultura negra. Em 1995, o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê acolheu 50 professores de colégios públicos do bairro da Liberdade, em Salvador, para uma capacitação fazendo uso também das pesquisas realizadas na elaboração do conteúdo para o carnaval.

A publicação da série de cadernos do Ilê antecedeu a aprovação da Lei Federal nº 10.639/2003, que incluiu a obrigatoriedade dos estudos de história e cultura afro-brasileira no currículo oficial da rede pública de ensino. A lei já existia na Bahia desde 1987.

Abaixo, confira alguns dos cadernos de educação produzidos pelo Ilê Aiyê:

Caderno de Educação 2001 – África ventre fértil do mundo

Caderno de Educação 2006 – O negro e o poder

Caderno de Educação 2008 – Candances – As Rainhas do Império Méroe

Caderno de Educação 2009 – Mãe Hilda Jitolu

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O Carnaval na sala de aula

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A inteligência negra

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Conhecimento ancestral e ocidental na academia e fora dela: professora Lourdinha, entre Ilê Aiyê e UFBA, disseminando saberes plurais

Por Liliane Braga*

Joseania Miranda Freitas,[1] professora titular do curso de museologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ana Célia da Silva,[2] professora no Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Elias Lins Guimarães,[3] professor adjunto e pró-reitor de graduação da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). Amélia Conrado,[4] professora associada da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Nanci Helena Rebouças Franco,[5] professora adjunta da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sueli Santos Conceição,[6] consultora de educação ambiental do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e, há 20 anos, educadora na Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê. Eleita Deusa do Ébano na Noite da Beleza Negra de 1999, ano do jubileu de prata da associação.

O que elas (o plural no feminino é porque são maioria) têm em comum? O Ilê Aiyê permeia sua formação, incluindo a acadêmica. Na trajetória intelectual de cada uma delas, inclui-se Maria de Lourdes Siqueira, nascida em 1936 no quilombo Matões dos Moreira, no município de Codó (Maranhão). Morando em Salvador (Bahia) pela maior parte de sua vida, professora Lourdinha, como é carinhosamente chamada, integra o Ilê Aiyê desde sua fundação, em 1975, tornando-se parte de seu corpo de diretores e diretoras e figurando entre os principais responsáveis pelo seu projeto educacional – que inclui pesquisa e produção de temas anuais para a celebração do Carnaval e para a elaboração dos Cadernos de Educação, publicados pelo Ilê Aiyê desde 1995.

Com um currículo que fertiliza e germina o solo árido para a presença feminina na área acadêmica, a célebre professora desbrava trajetória quase ímpar neste país, entre aquelas de sua geração, expoentes de uma intelectualidade negra. A professora baiana Josildeth Gomes Consorte, do quadro docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) desde 1966, lhe faz companhia no rol acadêmico de mulheres negras que, década após década, vem se ampliando, a partir de batalhas comunitárias para obtenção de reconhecimento institucional frente ao racismo estrutural no país.

O trabalho de professora Lourdinha interfere diretamente na mudança desse quadro. “São pelo menos dez alunas minhas mestras e doutoras que, enquanto mulheres negras, são protagonistas como professoras em universidades federais e estaduais”, informa a docente aposentada pela UFBA, fazendo eco aos currículos apresentados na abertura deste texto.

Em trajetória solitária de única menina negra nos bancos escolares das instituições onde estudou, Maria de Lourdes Siqueira concluiu graduação em pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) ainda na década de 1950. Especializou-se em comunidades latino-americanas pelas Nações Unidas na década seguinte. Com a chegada a Salvador e a entrada para o bloco afro Ilê Aiyê na década de 1970, a jovem pesquisadora foi iniciada no candomblé, sendo confirmada Ekedi de Xangô Aganju no terreiro Ilê Axé Opô Aganju.

Desbrava, agora de outra forma, mais uma vez a seara acadêmica, em pesquisa de mestrado a partir de enunciado posicionado, com o fato de “a autora deste trabalho participar, como mulher negra, de uma comunidade de candomblé desde julho de 1974”, como ela mesma afirma na página 14 da dissertação com a qual, em 1986, obtém título de mestra em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: Agô Agô Lonan: Repensando o Ser Negro em Terreiros de Candomblé Salvador-Bahia.

Pioneiramente, trilhou caminhos para o doutorado em antropologia social e etnologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, nos anos 1990, em Paris (França), título obtido com a tese Terreiros de Candomblé à Bahia: Mythes, Rites et Organisation. E, em seguida, dedicou-se a dois pós-doutorados: um pela University of London (School of Oriental and African Studies) (1998) e outro pela University of South Africa (2000). Isso em um tempo em que, como relata a professora, não havia bolsas de estudos disponíveis no Brasil para pessoas negras, fazendo com que utilizasse o próprio salário para custear as despesas.

Ilê e a inteligência negra

A contribuição do Ilê Aiyê se funde com a de professora Lourdinha, sobretudo no campo da formação educacional de pessoas negras, projeto atrelado à sua participação na associação. Em especial, viu-se responsável por encampar uma filosofia comprometida com a luta e o protagonismo das mulheres, que, em suas palavras, formam “a grande maioria de nós em trabalhos sociais de educação da comunidade”.

Direcionando nosso olhar para o que ela chama de “inteligência negra”, Maria de Lourdes Siqueira traduz legados afrodiaspóricos ao integrar à vida acadêmica conhecimentos da tradição ancestral, como os que o Ilê Aiyê vem reunindo durante essas quatro décadas e meia de atuação, conciliando heranças ocidentais e africanas. Heranças ressignificadas intelectualmente na diáspora afro-brasileira por meio de música, dança, performance – capitais culturais africanos, legados que podem ser vistos da perspectiva da razão corpórea, em forma de cognição que inclui o uso dos sentidos – e também com estudos que se apropriam da letra e da escrita ocidentais.

Como parte do projeto educativo do Ilê Aiyê, que reverbera em estudos acadêmicos de centros universitários de várias partes do país, está a educação africana e afro-brasileira proveniente, sobretudo, de trabalho realizado por Mãe Hilda Jitolu (Hilda Dias dos Santos, 1923-2009). Mãe Hilda foi responsável por fundar a escola que, há 26 anos, tem formado crianças do bairro da Liberdade e arredores, integrando no seu projeto pedagógico os princípios de que fala a professora Lourdinha, como os saberes cotidianos locais e uma relação que privilegia afetividade e respeito às identidades de quem está envolvido no processo educativo.

Mãe biológica de Antonio Carlos dos Santos Vovô, fundador do Ilê Aiyê, Mãe Hilda é a matriarca do terreiro Ilê Axé Jitolu, aberto em 1952 e continuado por seus e suas descendentes biológicos e espirituais. Legado esse que “afirma a humanidade do povo negro”, com vínculo à cultura e à tradição ancestral, como analisa Elias Lins Guimarães em seu artigo A Ação Educativa do Ilê Aiyê: Reafirmação de Compromissos, Restabelecimento de Princípios.

Conhecimento nos livros e para além dos livros

Privilegiando processos cognitivos que se dão no cérebro e dissociando-os dos sentidos, essa perspectiva ocidental de que fala professora Lourdinha não reconhece a capacidade intelectual de negros e negras para compreender o mundo, a história, a política e a cultura, como aponta a escritora maranhense, autora de livros como N’assysim: a Íris dos Olhos da Alma Africana – Saberes Africanos no Brasil. “Essa competência intelectual, o Ilê Aiyê desperta em nós. E ela acrescenta à sociedade brasileira”. Maria de Lourdes Siqueira inclui aí a valorização de um tipo de saber que parte da realidade, de conhecimentos que não estão apenas nos livros, mas localizados em “uma sabedoria maior”, diversa, que vem das mesclas de civilizações. “O conhecimento ocidental nos ajuda na universidade, mas para sair da pobreza, da miséria, para acabar com a fome, com o racismo, é preciso uma sabedoria a partir de nossa própria realidade”, avalia.

A sabedoria de que nos fala é plural, reunindo diversas áreas do conhecimento, não apenas o ocidental, nem somente o conhecimento negro. Mas deste é que parte a proposta para que pessoas negras sejam reconhecidas também por sua intelectualidade e sejam “desessencializadas” de atributos estéticos ou atributos que o Ocidente chama de lúdicos, mas que constituem modos de ser e viver de povos negros, em que a memória se atualiza em corporeidade, em gestualidade, em linguagens rítmicas.

Intelectualidade negra que não se dissocia de valores civilizacionais africanos reelaborados na diáspora e presentes no candomblé, de onde provêm os princípios que se refletem e que fortalecem o centro cultural do bairro da Liberdade: “Uma pessoa do Ilê Aiyê tem o conhecimento do mais profundo da vida, que é o respeito às pessoas, aos mais velhos, à dignidade humana, de respeitar a si e respeitar os outros”, como pode ser visto e ouvido em depoimento de Maria de Lourdes Siqueira à Ocupação Ilê Aiyê.

Produção acadêmica

Em seguida estão links de artigos e pesquisas (teses e dissertações) de algumas das pesquisadoras citadas no texto.

Joseania Miranda Freitas (artigo)

Ana Célia da Silva (e-book a partir de tese de doutorado)

Nanci Helena Rebouças Franco (tese de doutorado)

Amélia Conrado (tese de doutorado)

Sueli Conceição (artigo)

 

[1] Coorientada por Maria de Lourdes Siqueira em seu mestrado: Museu do Ilê Aiyê: um espaço de memória e etnicidade. <http://lattes.cnpq.br/2522358867008495>

[2] Orientada por Maria de Lourdes Siqueira em seu doutorado: As transformações da representação social do negro no livro didático e seus determinantes. <http://lattes.cnpq.br/7501565836028985>

[3] Orientado por Maria de Lourdes Siqueira em seu doutorado: A ação educativa do Ilê Aiyê: reafirmação de compromissos, reestabelecimento de princípios. <http://lattes.cnpq.br/1072048034528767>

[4] Orientada por Maria de Lourdes Siqueira em seu mestrado: Dança étnica afro-baiana: uma educação movimento. <http://lattes.cnpq.br/1501867561383444>

[5] Orientada por Maria de Lourdes Siqueira em seu mestrado: Negras imagens: um estudo sobre os alunos negros da Escola Tereza Conceição Menezes no bairro da Liberdade/Curuzu. <http://lattes.cnpq.br/6668613131852037>

[6] Maria de Lourdes Siqueira fez parte de sua banca de doutorado, além de ser um exemplo a seguir em sua trajetória no Ilê Aiyê. <http://lattes.cnpq.br/8670191446900036>

 

*Paulistana-baiana afrodiaspórica, Liliane Braga é candomblezeira e doutora em história. Tem atuado com educação intercultural e como pesquisadora vinculada ao Centro de Estudos Culturais Africanos e da Diáspora (Cecafro) da PUC/SP. E-mail: lilianepbraga@gmail.com.

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A missa proibida

O Ilê Aiyê tinha por costume comemorar seu aniversário com missas na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, situada no Pelourinho, no centro histórico de Salvador (BA). Quando comemorava seus 20 anos, o evento foi suspenso pelo cardeal dom Lucas Moreira Neves (São João del-Rei, 1925 – Vaticano, 2002) por conta das referências ao candomblé.

A decisão resultou em um ato ecumênico de resistência promovido pelo Ilê com apoio de outros blocos, como o Olodum, além de militantes do movimento negro e representantes de outras religiões, inclusive da Igreja Católica.

Matéria do jornal Bahia Hoje de 1º de novembro de 1994 falando da adesão do Olodum ao protesto contra a missa proibida | imagem: reprodução

———————–Matéria do jornal Bahia Hoje de 1º de novembro de 1994 falando da adesão do Olodum ao protesto contra a missa proibida | imagem: reprodução