Ocupação Itaú Cultural

“Paixão e Música. Balbuciados os primeiros acordes a música flui naturalmente. A mão toca doce nos cabelos da Mulher. A mão toca doce nas cordas/cabelos do instrumento. Música Mulher Música. Tomar a arte, o riso e o sorriso, a dor e a lágrima, o trabalho e o tempo.”

[em “E vale a pena ser Poeta”, publicado na Folha de S.Paulo em 7 de fevereiro de 1982. As ênfases são nossas.]

“Eu estava na minha casa, tinha uns sete ou oito anos, procurando na biblioteca do meu pai alguma sugestão sexual. Aí encontrei A Moreninha, do Macedão [Joaquim Manuel de Macedo]. Porra, só pode ser sacanagem. Comecei a ler — CHATO PRA CARALHO. Lá pelas tantas, no meio do livro tinha um papel, escrito no cabeçalho: “Por causa dessa cabocla”, Ary Barroso. Aí comecei a ler: “À tarde/Quando de volta da serra/Com os pés sujinhos de terra/Vejo a cabocla passar/As flores vêm pra beira do caminho/Pra ver aquele jeitinho/Que ela tem de caminhar/E quando ela na rede adormece/O seio moreno esquece/De na camisa ocultar”. Minha primeira punheta! Eu acho que eu estou salvo, porque uma primeira punheta com Ary Barroso? Não é possível…”

[trecho do vídeo “Minha Religião é a Música”, parte da nossa entrevista com Jards. Assista na seção Macalândia.]