Trecho da estrofe VIII do poema “O Guardador de Rebanhos”, de Alberto Caeiro – um dos heterônimos de Fernando Pessoa –, transcrito por Lydia Hortélio.
Na obra, bastante citada pela pesquisadora, o poeta narra um encontro que teve, em sonho, com o menino Jesus. Escapado do céu – onde “tinha que estar sempre sério”, onde vivia morrendo na cruz, o tempo todo com a coroa de espinhos na cabeça e com os pés trespassados de pregos –, o rapaz passa a viver na aldeia do eu lírico, interagindo, se encantando e se divertindo com as coisas e os seres da natureza – e dividindo essas experiências todas com o narrador.
Em outro trecho, o poeta define o menino nestes termos:
“Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.”