O otimista sorridente

O sorriso

Acervo da família Person

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Projetos não realizados

Enquanto estudava na Itália, além de dirigir Al Ladro (1962), Person realizou o curta O Otimista Sorridente (L’Ottimista Sorridente) em 1963. O nome do filme batiza esta seção, que reúne alguns dos projetos não realizados do artista.

Conhecido por sua inquietude e por sempre estar produzindo, Person não conseguiu transformar em obra finalizada tudo aquilo com o que sonhou. Mas nunca desistia – sempre otimista. Algumas vezes, inclusive, abria mão de um projeto exatamente para abraçar outro que desse conta de viabilizar a ideia abandonada – sempre sorridente.

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Carta à censura

Carta de Person à censura, datada de 13 de junho de 1975, por ocasião da proibição da peça Trotsky no Exílio, traduzida por ele para ser encenada no Auditório Augusta | Acervo da família Person

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Carta à censura [2]

Carta de Person à censura, datada de 13 de junho de 1975, por ocasião da proibição da peça Trotsky no Exílio, traduzida por ele para ser encenada no Auditório Augusta | Acervo da família Person

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Carta à censura [3]

Carta de Person à censura, datada de 13 de junho de 1975, por ocasião da proibição da peça Trotsky no Exílio, traduzida por ele para ser encenada no Auditório Augusta | Acervo da família Person

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Sonho interrompido

Capa da revista Sequência, criada por Person em 1956 e que não passou do primeiro número | Acervo da família Person

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Acervo da família Person

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Roteiro não lido

Carta (original em inglês) da secretária de Marlon Brando em resposta ao convite de Person para que ele participasse de A Hora dos Ruminantes | Acervo da família Person

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Acervo da família Person

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Um homem de tentativas

Texto escrito à mão por Person | Acervo da família Person

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Um homem de tentativas [2]

Texto escrito à mão por Person | Acervo da família Person

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Seção de vídeo

Dos Naves para a Jovem Guarda

Jean-Claude Bernardet (1936) é romancista, crítico de cinema, roteirista e cineasta. Também fez trabalhos no cinema como ator. Com Person escreveu os roteiros de O Caso dos Irmãos Naves, A Hora dos Ruminantes e SSS contra a Jovem Guarda, estes dois nunca realizados.

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SSS contra a Jovem Guarda

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre o cancelamento do filme SSS contra a Jovem Guarda, projeto inacabado de Person com Roberto Carlos e demais artistas da jovem guarda | Acervo/Estadão Conteúdo

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Um momento interessante

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Roteiro

Argumento e roteiro – assinado por Jô Soares, Jean-Claude Bernardet e Luiz Sergio Person – de SSS contra a Jovem Guarda | Acervo da família Person

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Roteiro [2]

Argumento e roteiro – assinado por Jô Soares, Jean-Claude Bernardet e Luiz Sergio Person – de SSS contra a Jovem Guarda | Acervo da família Person

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Roteiro [3]

Argumento e roteiro – assinado por Jô Soares, Jean-Claude Bernardet e Luiz Sergio Person – de SSS contra a Jovem Guarda | Acervo da família Person

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O último projeto

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Pegando Fogo: Meu Parceiro Muito Louco

Por Ricardo Kotscho

“NÃO ENTRE!!! CUIDADO!!! CACHORRO BRAVO, DONO LOUCO”

A placa pregada junto à porteira do sítio em Itapecerica da Serra, às margens da BR-116, na região metropolitana de São Paulo, já dava ideia de quem se tratava e o que me esperava ao aceitar o convite para ser seu parceiro na criação do musical Pegando Fogo, o último trabalho de Luiz Sergio Person, uma figuraça que não está no gibi.

Logo percebi que os cachorros nem eram tão bravos, mas o dono era mesmo muito louco, no melhor sentido da palavra, a que define os gênios da raça cultivados fora dos padrões convencionais.

Para começar, foi uma loucura dele me chamar para esse trabalho, pois a gente nem se conhecia e eu era apenas um repórter de jornal, que nunca tinha feito outra coisa na vida. A mulher dele, Regina Jehá, também cineasta, tinha sido minha colega na primeira turma da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Por uma dessas boas coincidências da vida, Person tinha lido uma reportagem minha sobre o Carnaval de 1975, no Estadão (O Estado de S.Paulo), e comentou com ela que eu poderia ser seu parceiro na peça que estava pensando em escrever.

No fim de semana seguinte, eu já estava lá no sítio de Itapecerica, cercado de mata virgem e cortado por uma linha de trem, enfiado no meio de livros, discos e jornais velhos da década de 30 do século passado, nos tempos bicudos da ditadura de Getúlio Vargas, em que as marchinhas de Carnaval faziam muito sucesso. “Pegando Fogo” era uma delas, e Person não se cansava de cantá-la na sala do casarão, como se estivesse num palco imaginário.

Era uma produção, digamos, familiar. Minha mulher, Mara, nossa filha, Mariana, Regina e as duas filhas pequenas deles, Marina e Domingas, quase da mesma idade, rodeavam a mesa grande onde Person e eu começamos a montar a história. Cenas, personagens e diálogos ganhavam vida a cada fim de semana, enquanto lá fora a ditadura da época, comandada então pelo general Ernesto Geisel, continuava prendendo, torturando e matando quem se opunha ao regime. Naquele ano de 1975, o jornalista Vlado Herzog foi assassinado nos porões da repressão, dezenas de colegas e amigos estavam sendo presos ou desapareciam. A gente vivia com muito medo, mas o entusiasmo de Person era tamanho que nada tirava nossa alegria de viver e criar.

Mara estava grávida de nossa segunda filha, Carolina, hoje cineasta, assim como Marina Person, artista desde pequenininha. A gente só parava para comer e tomar umas cervejinhas, temperadas com uma cachacinha, que ninguém é de ferro. Foi nesse clima que escrevemos Pegando Fogo, e já estávamos entrando na reta final, animados com o resultado, sonhando com o dia da estreia no Auditório Augusta, uma das belas criações do multimídia Person ‒ publicitário, ator, roteirista, produtor e diretor premiado de cinema e teatro, num tempo em que ainda não se usava essa expressão.

Da ditadura de Vargas à ditadura dos generais de 1964, o Brasil continuava saçaricando em busca de seu destino, convivendo com as sacanagens e maracutaias dos poderosos de plantão, civis ou militares. As marchinhas carnavalescas que não paravam de tocar na vitrola eram seu fio condutor para não deixar a peteca cair.

Até que um dia, ou melhor, uma noite, a cortina se fechou para sempre, antes mesmo de abrir, como conto em meu livro de memórias Do Golpe ao Planalto: uma Vida de Repórter:

“Person morava no sítio, mas passava alguns dias da semana em São Paulo, cuidando do Auditório Augusta, teatro onde as peças que dirigia eram apresentadas com muito sucesso. Uma noite, Regina ligou aflita: o marido não tinha voltado para o sítio nem era encontrado em São Paulo. Mara e Regina procuraram por ele em toda parte; foram a hospitais, delegacias e até ao Instituto Médico Legal. Só o encontrariam dias mais tarde, no Hospital das Clínicas, internado como indigente. Havia acabado de morrer. Person não costumava andar com documentos. Bebeu, pegou carona com um sujeito que tinha acabado de conhecer num bar e sofreu o acidente na Régis Bittencourt (BR-116), a caminho de Itapecerica. A peça, que terminei de escrever sozinho, nunca seria encenada”.

Quem sabe agora, 40 anos depois…

Ricardo Kotscho é repórter desde 1964, já tendo desempenhado as funções de repórter especial, editor, chefe de reportagem, diretor de jornalismo e colunista nos principais veículos do Brasil. Atualmente é comentarista do Jornal da Record News e também repórter especial da revista Brasileiros.

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Ideias

1975: anotações sobre a peça Pegando Fogo (nunca montada) | Acervo da família Person

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Ideias [2]

1975: anotações sobre a peça Pegando Fogo (nunca montada) | Acervo da família Person

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Ideias [3]

1975: anotações sobre a peça Pegando Fogo (nunca montada) | Acervo da família Person

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Pegando Fogo

Acervo da família Person

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Outro sonho

Tradução e adaptação da peça Trotsky no Exílio, de Peter Weiss, feitas por Person, que nunca chegou a finalizar a montagem | Acervo da família Person

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Outro sonho [2]

Tradução e adaptação da peça Trotsky no Exílio, de Peter Weiss, feitas por Person, que nunca chegou a finalizar a montagem | Acervo da família Person

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O dia em que Person acabou com tudo e outras histórias