as fases do ator
Eu compreendo que no aprendizado do ator existem várias fases: numa primeira, você pensa saber tudo e não sabe que não sabe tudo nem mesmo sabe muito; numa segunda, você percebe o que não sabe; numa terceira fase, você começa a saber o que ainda precisa aprender e, às vezes, percebe também que existem coisas que não vai saber nunca, uma percepção terrível de suas limitações. Já passei por todas essas fases. Hoje, tenho a pretensão de saber quase tudo, mas nem por isso me sinto capaz de enfrentar qualquer texto, qualquer tipo de espetáculo.
[Sergio em O Teatro & Eu – Memórias]
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Sentimento Básico
Hermes Frederico é um dos curadores desta Ocupação. É professor da PUC-RJ, diretor da Casa de Artes das Laranjeiras (CAL) e produtor teatral. Coproduz o programa Damas da TV, do Canal Vida, que reúne atrizes relevantes dos 50 anos das telenovelas nacionais. Convidou Sergio para três espetáculos: Longa Jornada de um Dia Noite Adentro (2003), de Eugene O’Neill; Outono e Inverno (2007), de Lars Norén; e As Pequenas Raposas (2009), de Lillian Hellman.
momento-chave
(…) muitas vezes me falavam desse momento-chave na preparação de um personagem, um arrepio nas costas os fazia chorar e rir, dando a certeza de que tinham chegado ao personagem que tentavam criar.
[Sergio em O Teatro & Eu – Memórias]
O Poder do Hábito
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Transmitir a Riqueza
Barbara Heliodora é crítica, ensaísta, professora e tradutora. É a pesquisadora de Shakespeare com maior autoridade no país. Fez críticas para o Jornal do Brasil de 1958 a 1964, dirigiu o Serviço Nacional de Teatro (SNT), de 1964 a 1967, e então se dedicou à tradução. Em 1986, retornou à crítica, para a revista Visão. De 1990 até hoje, realiza esse trabalho para o jornal O Globo.
Ai, Ai, Brasil
As Pequenas Raposas
composição
Composição para mim é o ator entrando em cena com o seu personagem pronto na voz, no gesto, na ação, nada deixado a esmo, ao sabor de sua capacidade de representar. Composição é o que o ator faz para chegar a um personagem e deixa-lo totalmente definido.
[Sergio em O Teatro & Eu – Memórias]
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Cerebral + Emocional
Paulo Mamede é diretor, cenógrafo, figurinista e artista visual. Em 1978, fundou, com Sergio Britto e Mimina Roveda, o Teatro dos Quatro. O grupo se manteve até o início da década de 1990. Dirigiu Sergio nas peças Afinal, uma Mulher de Negócios (1981), de Rainer Fassbinder; O Suicídio (1982), de Nikolai Erdman; A Imaculada (1986), de Franco Scaglia; A Cerimônia do Adeus (1987), de Mauro Rasi.
A Última Gravação de Krapp
voei, voei!
Eu era o palhaço absoluto, inglês, com sotaque terrível (…) Eu usava uma bolinha de pingue-pongue pintada de vermelho no nariz e adorava minha arrevesada pronúncia. Eu voei, acho que essa é uma boa palavra para dizer o que aconteceu comigo. Voei, voei! Viver um palhaço correndo, caindo, dançando, subindo e descendo escadas, derrapando, se tornou um prazer (…) ficou claro que eu tinha feito pela primeira vez em minha carreira uma composição.
[Sergio sobre Uma Mulher e Três Palhaços, de Marcel Achard, direção de José Renato (1954). Trecho de O Teatro e Eu – Memórias]
Jung e Eu
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Característica Principal se Libertar
Amir Haddad é diretor e ator. Fundou o grupo Tá na Rua e participou da criação do Teatro Oficina. Dirigiu Sergio nas peças Fim de Jogo (1979), de Samuel Beckett, O Marido Vai à Caça (1971), de Georges Feydeau; Tango (1972), de Slawomir Mrożek; e Festa de Aniversário (1972), de Harold Pinter.
violência
Num determinado momento da peça, eu pegava uma garrafa e jogava na direção dos bastidores. Eu a jogava contra uma armação de ferro, onde ela se partia com estrondo. Era um bom efeito no meio da bebedeira geral. Joguei a garrafa, ela bateu na armação e voltou. Eu, como um jogador de futebol insuspeitado, acertei um chute. A garrafa foi na direção do ferro e se partiu. Acabou o espetáculo, fui jantar fora e, para ganhar tempo e sair mais cedo do teatro, fiquei com as botas que usava em cena. Quando chego em casa e tiro a bota, descubro meu pé direito todo ensanguentado. Eu tinha quebrado a garrafa, mas o pé tinha sido cortado. A violência com que eu me entregava ao treinador fez com que eu não sentisse o vidro cortando a minha planta do pé direito.
[Sergio sobre A Noite dos Campeões, de Jason Miller, direção de Cecil Thiré (1975). Trecho de O Teatro e Eu – Memórias]
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Não Representa, Sergio
Amir Haddad é diretor e ator. Fundou o grupo Tá na Rua e participou da criação do Teatro Oficina. Dirigiu Sergio nas peças Fim de Jogo (1979), de Samuel Beckett, O Marido Vai à Caça (1971), de Georges Feydeau; Tango (1972), de Slawomir Mrożek; e Festa de Aniversário (1972), de Harold Pinter.
às últimas consequências
Quando resolvi compor o cego, eu fechava os olhos, não via nada durante uma hora e 45 minutos, o tempo de duração do espetáculo. Era uma sensação dolorosa, incômoda, mas eu a mantinha, fiel à minha composição. Acabei tendo o prazer de uma experiência nova. Eu tinha levado meu cego às últimas consequências.
[Sergio sobre Fim de Jogo, de Samuel Beckett, direção de Amir Haddad (1954). Trecho de O Teatro e Eu – Memórias]
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Detalhista e Entregue
Hermes Frederico é um dos curadores desta Ocupação. É professor da PUC-RJ, diretor da Casa de Artes das Laranjeiras (CAL) e produtor teatral. Coproduz o programa Damas da TV, do Canal Vida, que reúne atrizes relevantes dos 50 anos das telenovelas nacionais. Convidou Sergio para três espetáculos: Longa Jornada de um Dia Noite Adentro (2003), de Eugene O’Neill; Outono e Inverno (2007), de Lars Norén; e As Pequenas Raposas (2009), de Lillian Hellman.