Painel 3: Parcerias Culturais Público-privadas Mediador: Edson Natale Alexandre Colliex, Centre Pompidou (Paris, França) Raquel Celso e...
Publicado em 27/06/2013
Atualizado às 17:25 de 16/08/2017
Painel 3: Parcerias Culturais Público-privadas
Mediador: Edson Natale
Alexandre Colliex, Centre Pompidou (Paris, França)
Raquel Celso e Daniela Simões, Inhotim (Belo Horizonte)
Ivo Mesquita, Pinacoteca do Estado de São Paulo
Marcelo Araújo, Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo
Pedro Sotero de Albuquerque, Museu da Língua Portuguesa e Museu do Futebol
Raquel Celso e Daniela Simões, Inhotim (Belo Horizonte)
Depois de debater as questões culturais da Copa do Mundo sob a ótica de experiências internacionais e locais, os convidados do Cultura na Rede participaram de grupos de trabalhos que discutiram, entre outros temas, modelos de programação, parcerias e comunicação.
Para encerrar o ciclo de palestras, o tema escolhido – e mais provocador – foi Parcerias Culturais Público-Privadas. Edson Natale (gerente do Núcleo de Música do Itaú Cultural) mediou a conversa, que se iniciou com o francês Alexander Colliex (Centre Pompidou, Paris).
Colliex voltou a falar do projeto Mobile Pompidou, ferramenta do centro cultural francês que levou arte a várias cidades francesas e para habitantes que nunca tinham ido a museu algum. O êxito do recurso, que necessitava de uma pequena estrutura e muita tecnologia, foi comprovado em números: mais de 130 mil visitantes.
Ivo Mesquita (Pinacoteca do Estado de São Paulo) iniciou a fala lembrando que "independentemente de Copa do Mundo temos de consolidar uma rede". O próprio museu, além de ter uma extensão em Botucatu, no interior paulista, fará ao longo do ano algumas parcerias para levar o acervo a outras cidades brasileiras, como Niterói (RJ) e Juiz de Fora (MG).
Raquel Celso (Instituto Inhotim, Brumadinho/MG) fez uma breve apresentação de uma das maiores galerias de arte a céu aberto do mundo. E destacou as parcerias com várias empresas privadas, como a mineradora Vale e a operadora de telefonia Vivo. Lembrou, no entanto, que não se trata efetivamente de uma parceria contratual de injeção de recursos privados em um ente público.
O museu também conta com doações de pessoas físicas – o Amigos do Inhotim, que podem ter renúncia fiscal – e com a Lei Rouanet, pelo Ministério da Cultura. "Com apoio dessas empresas, de planejamento de mídia, inclusive, conseguimos chegar a lugares que talvez não fosse possível", disse Raquel.
Pedro Sotero de Albuquerque (Museus do Futebol e Museu da Língua Portuguesa, São Paulo) declarou que 35% a 40% do orçamentos de ambos advém de iniciativa privada. Ele destacou o modelo de gestão por organização social. E frisou os desafios desse modelo: "como dar sustentabilidade a essas organizações sociais".
Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Marcelo Araújo defendeu os modelos de organização social, afirmando que o estado hoje tem 27 modelos de gestão. Araújo voltou a afirmar a necessidade da consolidação dos equipamentos e das unidades culturais neste momento de grandes eventos esportivos do país e jogou a bola para a plateia: "Da mesma maneira que comemoramos esses grandes eventos, eles têm de ser analisados com muito cuidado, pois podem trazer grandes riscos".
A plateia entrou no jogo. Instigada, pediu mais detalhes aos convidados sobre os modelos de parceria e levantou polêmicas sobre os orçamentos de seus estados. A missão – de debate – foi cumprida.