Leituras dramáticas baseadas em mensagens de WhatsApp, performance criada no momento, debates e oficina integram programação sobre...
Publicado em 18/04/2015
Atualizado às 10:58 de 04/09/2017
De 24 a 26 de abril, o espaço Multiúso do Itaú Cultural recebe Prática Aisthesis. a criação em fluxo, uma série atividades do grupo que lhe dá nome e um dos 102 contemplados entre mais de 15 mil inscritos no Rumos 2013-2014 – principal programa do Itaú Cultural para o fomento e apoio à produção cultural do Brasil. Fundado por um grupo de artistas proposto a investigar procedimentos de criação em zonas híbridas entre o teatro, a dança contemporânea, a performance e as suas relações com o espectador, o projeto chega à capital paulista depois de uma série de encontros em Brasília, com atividades que englobam práticas, exibição dos registros do processo e rodas de conversa com artistas, jornalistas e pesquisadores convidados.
Partindo da ideia inicial de que tudo pode interferir e colaborar para o processo de criação, a programação tem como um dos destaques a Leitura dramática do WhatsApp Aisthesis, aplicativo que ao longo de oito meses de desenvolvimento do processo criativo fez uma espécie de ponte digital entre as cidades de Brasília e São Paulo, onde moram os artistas, trocando fotos, textos, áudios e vídeos. “Quando baixamos todas as mensagens trocadas, vimos que o que a gente tinha no WhatsApp era a vida real”, recorda o diretor e performer Francis Wilker, um dos idealizadores do Aisthesis. “A leitura meio encenada desse registro orgânico do processo criativo é um jeito fiel de compartilhar com o público toda essa experiência”, complementa sobre a apresentação que acontece no dia 25, às 15h (confira programação completa abaixo).
Para os que têm dúvidas de como os elementos externos interferem nesse processo, os integrantes do projeto lançam no mesmo dia, na sequência, um desafio ao público: vivenciar com eles a Encenação do Instante, um trabalho coletivo realizado em tempo real, com a proposta de experimentar diversos elementos para a criação, gerando novas experiências. Na prática, todos os participantes sofrem interferências ao vivo do diretor do grupo XIX de Teatro, Luiz Fernando Marques; do diretor de arte Renato Bolelli; do designer de som Ricardo Garcia; e da iluminadora Raquel Oliveira.
“O principal mote do projeto Aisthesis – palavra grega que significa ‘a percepção pelos sentidos’ – sempre foi a questão: como compartilhar um processo de pesquisa?”, conta Wilker. “O que queremos agora é vivenciar essa prática junto com outras pessoas”, ressalta sobre a questão que norteou os três encontros que o grupo de artistas realizou em Brasília entre o final de 2014 e início de 2015, e que dá o tom da programação em São Paulo.
Debates
A programação no Itaú Cultural reserva outros momentos para discussões sobre os processos criativos, seja sob o olhar artístico, jornalístico ou acadêmico. No dia 24, às 20h recebe a pesquisadora e performer Bia Medeiros e os artistas do Aisthesis para uma conversa sobre performance, presença, instante e novos formatos de relação com o público. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos (GPCI) UnB/CNPq e autora do livro Aisthesis – estética, educação e comunidades, ela debate sobre a proposta do artista em se abrir à percepção de uma forma geral, para gerar uma discussão e reflexão.
No domingo, dia 26, às 15h, a jornalista Cássia Navas e os críticos de teatro Valmir Santos, autor do site Teatro Jornal, e Maria Eugênia de Menezes, editora de cultura do Divirta-se, guia de O Estado de S. Paulo, participam do debate Mídia de processo: processo também é notícia? “Esta mesa é uma forma de provocar o debate sobre o assunto, já que percebemos que a imprensa em geral tem dificuldade de abordar matérias sobre os processos, e normalmente priorizam noticiar o resultado final dele”, observa Wilker.
Em seguida, às 17h, fechando a programação, o público é convidado para uma conversa com a pesquisadora e professora Cecília Salles (PUC/SP) sobre processo criativo. Especialista na temática, a convidada fala sobre criação em rede a partir das experiências e por meio dos questionamentos: Como analisar processo sem valorar a causalidade de seu fim? O que é lixo e o que é recolha no processo criativo? Como relacionar processo criativo e instante?
Fechado
Com o olhar também dirigido à formação, Prática Aisthesis. a criação em fluxo conta ainda com um encontro fechado entre a pesquisadora e professora Maria Lúcia Pupo (ECA/USP) e estudantes do projeto Espetáculo, da Fábrica de Cultura do Jaçanã. Com pesquisas na área da pedagogia do teatro na educação, a convidada discute com os alunos sobre a não restrição dos processos criativos à arte, e de que forma a essa prática contribui para o desenvolvimento de qualquer processo no cotidiano.
No sábado, dia 25 de abril, às 11h, os criadores do projeto comandam uma oficina de experimentação e vivência dos princípios e procedimentos que constituem a Prática Aisthesis. Direcionada a 15 estudantes e profissionais das artes cênicas, a atividade é norteada por questões como a escuta, a presença, o contraste, a improvisação, a ausência de tema e as ações verbais, ações do movimento e ações híbridas. As inscrições devem ser feitas pelo site https://plataformaisthesis.wordpress.com/inscricoes/.
O projeto
Com a proposta de compartilharem entre si e com o público questões acerca do instante, da liberdade, da escuta e da horizontalidade de processos criativos, o bailarino e coreógrafo Édi Oliveira o diretor e performer Francis Wilker, a diretora e bailarina Kênia Dias, a coreógrafa Giselle Rodrigues, o ator e diretor Jonathan Andrade e o pesquisador Glauber Coradesqui realizaram, ao longo de oito meses, encontros sem tema, texto, roteiro ou ensaio. O objetivo final era deixar o processo criativo aberto às mais diversas possibilidades de interferências, sem, no entanto, ter a obrigação de resultar em um espetáculo, registro ou decodificação de momentos que seriam repetidos posteriormente. O foco era o processo.
As reflexões tecidas ao longo da pesquisa são compartilhadas por meio do blog http://plataformaisthesis.wordpress.com, no qual são divulgados textos, imagens e relatos dos criadores.
Programa Rumos
Com 18 anos de estrada, o Rumos Itaú Cultural é o principal programa de apoio à produção cultural do Brasil e uma das mais longevas plataformas de incentivo do país. Entrou em 2014 consolidando uma nova fase do seu ciclo de renovação anunciado em 2013 quando abandou o formato tradicional de apoio praticado no país – baseado em regras definidas pela instituição e limitação a áreas de expressão estanques – para apostar em um modelo aberto em que artistas, produtores e pesquisadores definem as regras do jogo com o apoiador, e tem, agora, sua primeira leva de contemplados.
Este formato trouxe novos ares e maior abrangência ao programa. Além de apoiar projetos tradicionais, que resultarão em uma obra a ser exposta ao público, como ocorria nos editais anteriores, o Rumos ganhou nova dimensão e tem entre os selecionados uma extensa e variada gama de experimentos e iniciativas que incluem pesquisa, organização de residências e seminários, circulação de repertório, documentação, desenvolvimento de plataformas e softwares, entre outras propostas.
Depois de um profundo processo de análise, a comissão multidisciplinar composta por 19 nomes emblemáticos da cena cultural brasileira – constituída pelo Instituto para se debruçar sobre a revitalização do programa e a análise de 15.120 projetos inscritos no edital de 2013 – chegou à lista de 104 trabalhos que atualmente recebem apoio do Instituto.
PROGRAMAÇÃO
DIA 24 DE ABRIL (SEXTA-FEIRA)
14h30
Prática Aisthesis – encontro com estudantes *
Com a pesquisadora e professora Maria Lúcia Pupo (ECA/USP)
Duração: 180 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
* Evento fechado para convidados
20h
Compartilhamento de registros de processo – Aisthesis, encontro-obra-processo
Com a pesquisadora e performer Bia Medeiros e artistas do projeto Aisthesis
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Capacidade: 50 lugares
Retirada ingresso 30 min antecedência
DIA 25 DE ABRIL (SÁBADO)
11h
Oficina para experimentação e vivência
Duração: 180 minutos
Capacidade: 15 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Inscrições pelo site: https://plataformaisthesis.wordpress.com/inscricoes/
15h
Leitura dramática do Whatsapp Aisthesis
Com artistas do projeto Aisthesis
Duração: 120 minutos
Capacidade: 50 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Retirada ingresso 30 min antecedência
17h
Encenação do Instante
Com Luiz Fernando Marques (direção / encenação), Raquel Oliveira (iluminação), Renato Bolelli (direção de arte) e Ricardo Garcia (sonoplastia)
Duração: 180 minutos
Capacidade: 50 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Retirada ingresso 30 min antecedência
DIA 26 DE ABRIL (DOMINGO)
15h
Mídia de processo: processo também é notícia?
Com os jornalistas Cássia Navas, Maria Eugênia de Menezes e Valmir Santos
Duração: 90 minutos
Capacidade: 50 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Retirada ingresso 30 min antecedência
17h
Prática Aisthesis
Conversa com a pesquisadora e professora Cecília Salles (PUC/SP)
Duração: 180 minutos
Capacidade: 50 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Retirada ingresso 30 min antecedência
SERVIÇO
Prática Aisthesis. a criação em fluxo
De 24 a 26 de abril de 2015 (sexta-feira a domingo)
Espaço Multiúso (2º andar)
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11. 2168-1776/1777
Assessoria de Imprensa: Conteúdo Comunicação
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