Fôlego Curto – Dramas para Ouvir reúne nove peças adaptadas para radiofonia, em uma releitura das obras escritas pelo dramaturgo Igor Nascimento entre 2011 e 2017
Publicado em 03/09/2019
Atualizado às 15:54 de 18/11/2021
por Tatiana Diniz
Igor Nascimento é dramaturgo, diretor e roteirista, além de fundador do grupo de teatro Petite Mort. Mas sua relação com as palavras veio de forma tardia, em 2006, quando percebeu que não se dava bem com o curso de engenharia elétrica.
Acesse aqui:
>>Projeto Fôlego Curto – Dramas para Ouvir reúne nove peças adaptadas para radiofonia
“Comecei a ler poemas, romances e peças, tudo para não assistir as aulas. Assim veio o gosto pela leitura e, com ele, o gosto pela escrita. Caminhando na escrita, encontrei-me com a dramaturgia. Esse elã, espécie de segundo parto, me traz até os dias de hoje”, conta.
Em 2008, montou sua primeira peça, De Assalto. A segunda, Um Dedo por Dente, veio em 2011 e, em 2015, dirigiu e escreveu As Três Fiandeiras, com o grupo Xama. Criado na periferia de São Luís, no bairro Anjo da Guarda da área Itaqui-Bacanga, percebeu que a cada dia se afastava mais de onde vinha.
“Instalei-me em São Paulo e algo faltava. Notei que perdia minhas raízes e, por isso, me veio a ideia de começar do zero. De novo. Do epicentro.”
Um novo projeto artístico, selecionado na edição 2017-2018 do Rumos Itaú Cultural, partiu de uma memória de infância: uma viatura da Polícia Federal foi até sua casa atrás de seu pai – então presidente e fundador da Rádio Bacanga FM, que na época funcionava de forma ilegal.
“Nesse encontro, eu me deparei com a intersecção entre o mundo de casa e mundo lá fora. Vi o peso das decisões, o preço dos sonhos. Apesar das perseguições da polícia, a rádio vingou”, conta.
Em São Paulo, Igor retomou a fissura em sua própria história, a quebra na qual um tempo se parte e se torna outro. Nasceu, então, Fôlego Curto – Dramas para Ouvir. A iniciativa reúne nove peças adaptadas para radiofonia, em uma releitura de peças escritas por ele entre 2011 e 2017.
O objetivo primeiro foi fazer uma peça artística de fácil acesso. Para Igor, o áudio, tanto via rádio quanto via plataformas digitais, é um meio fluido. “A ideia foi voltar à época dos radiodramas, explorando a radiofonia e a difusão em redes. Portanto, fizemos, além das nove peças para o rádio, nove teasers para as redes e banners e cartazes virtuais para cada uma”, adianta.
O conteúdo está disponível on-line em um site que, além das composições, auxiliará na veiculação dos making ofs, dos textos, das fotos e dos links para download das peças e de um PDF interativo.