O Itaú Cultural (IC) recebe, durante todos os domingos do mês de julho, às 15 horas, grupos de diferentes linguagens artísticas na mostra Territórios culturais periféricos, criada para o programa Arte na rua, da organização. A mostra busca traduzir o conceito de território do geógrafo Milton Santos por meio das práticas culturais de grupos e coletivos das periferias paulistanas. Intervenções variadas e apresentações de dança ocupam a calçada do IC, levando diversos estilos, como funk, hip-hop, breaking dance, dancehall e gumboot dance, para mais perto do público.
Confira a programação completa:
2 de julho: Renata Prado (funk)
Para abrir o evento, o público poderá conferir a apresentação da dançarina e coreógrafa Renata Prado, idealizadora e articuladora da Frente Nacional de Mulheres no Funk e do projeto Academia do funk, além de ativista da organização política Coalizão Negra por Direitos. O objetivo é oferecer uma vivência acerca da cultura do funk, desde o conhecimento histórico do movimento até a prática corporal da cultura através da dança.
9 e 16 de julho: Nelson Triunfo (hip-hop e original funk)
Nos dias 9 e 16 de julho, é a vez de Nelson Triunfo apresentar sua performance. Na companhia de seus dançarinos, ele mostrará todas as vertentes do hip-hop e do funk soul em coreografias conjuntas e também solos. Na sequência, Nelson pretende trazer o público presente para mais perto em um baile black, com todos dançando os passinhos ensinados por ele.
Considerado o pai do hip-hop no Brasil, o pernambucano é dançarino, coreógrafo, poeta, músico, produtor e educador social. O artista, que é natural de Triunfo, cidade localizada no sertão de seu estado natal, nunca imaginou que se tornaria conhecido no país como o precursor dos ideais da cultura hip-hop, tornando-se uma das maiores referências da dança de rua no Brasil.
23 de julho: Pieigyh e Jeniffeer Camille (breaking dance)
A companhia de dança Insaniahnz traz uma intervenção artística voltada para a conexão entre os dançarinos e o público. Por meio de músicas de hip-hop, house e populares brasileiras, o coreógrafo Pieigyh, junto com duas integrantes da companhia, pretende animar e envolver as pessoas presentes conectando espaço, ambiente e atmosfera.
23 e 30 de julho: live painting com Bete Nobrega (estêncil de Milton Santos)
A artista visual e designer Bete Nobrega realizará uma intervenção artística em painel branco, com uma imagem de Milton Santos produzida com estêncil de duas camadas. As célebres frases do geógrafo também ganharão destaque, sendo confeccionada uma para cada dia de apresentação.
Bete Nobrega usa técnicas de estêncil para realizar intervenções na cidade a partir de seus desenhos autorais (de influência afro) e fotografias de personalidades, preenchendo sua obra de conteúdo simbólico. Ela, que coordena oficinas artísticas para crianças, jovens e adultos, foi premiada em 2020 no edital ProAC expresso LAB pelo histórico de realizações em artes visuais com o projeto Oficina de arte colaborativa passarada.
30 de julho: projeto Requebrando (funk, dancehall e gumboot dance)
Requebrando é uma intervenção de dança que se propõe a construir um ambiente que convida as pessoas para um baile diferenciado. É um oceano sonoro que estabelece sua musicalidade, passeando por ambientes e ritmos distintos. É o requebrar a partir de cada vivência, particularidades de corpos femininos periféricos e suas linguagens negras diaspóricas.
A performance que acontece no último domingo de julho contará com a presença de Lilian Martins, Munique Costa e Pâmela Silva, que fazem parte, entre outros projetos, do coletivo Turmalinas Negras e da companhia Gumboot Dance Brasil.
mostra Territórios culturais periféricos [com interpretação em Libras]
domingos de 2 a 30 de julho de 2023
às 15h
[duração aproximada: 30 minutos]
calçada do Itaú Cultural
[classificação indicativa: livre segundo autodefinição]