Pelo quinto ano consecutivo, a Mostra internacional de cinema de São Paulo realiza, em parceria com o Itaú Cultural (IC), o Fórum Mostra, um espaço voltado às discussões sobre os aspectos políticos, econômicos e criativos do audiovisual.
Em 2021, como no ano passado, o evento acontecerá ainda de forma virtual e será transmitido pelo canal da mostra no YouTube nos dias 27, 28 e 29, com mesas sendo realizadas em dois horários: às 11h e às 15h. Anote na agenda!
Os debates, além de procurar abarcar as novas questões mercadológicas e estéticas que se impuseram ao cinema recentemente, expandem-se para a cultura como um todo.
Veja abaixo a programação. Os links serão disponibilizados nesta página.
quarta 27 de outubro / O audiovisual pós-pandemia
às 11h
Novas telas, novas regras
O último ano e meio, que deixou as salas de cinema fechadas em parte do tempo e manteve as pessoas em suas casas, acelerou de forma significativa mudanças que já estavam em curso no campo audiovisual. No Brasil, desde que a pandemia começou, as plataformas existentes expandiram a base de assinantes e outras desembarcaram por aqui. Diante de tantas novidades, o setor se pergunta: como esse novo ambiente será regulado?
com Andressa Pappas (Motion Picture Association), Felipe Lopes (Vitrine Filmes) e Marcelo Bechara (Grupo Globo)
mediação Ana Paula Sousa, coordenadora do Fórum Mostra
às 15h
Ainda é tudo cinema?
A pandemia, além de ter acelerado as mudanças estruturais no mercado audiovisual, impôs novos desafios na forma de se fazer cinema e, curiosamente, aproximou cinema e teatro. Ao mesmo tempo em que o teatro se viu obrigado a fazer experiências em vídeo, os filmes recuperaram elementos do teatro para se tornarem possíveis.
com Caco Ciocler (O Melhor Lugar do Mundo É Agora), Andréa Beltrão (Antígona 442 a.C.) e Luís Urbano (Diários de Otsoga)
mediação Guilherme Genestreti, editor-adjunto de cultura da Folha de S.Paulo
quinta 28 de outubro / Os tempos híbridos
às 11h
A realidade animada
Da mesma forma que as fronteiras entre ficção e documentário foram ficando cada mais diluídas, aquelas entre a animação e a realidade também foram ficando cada vez mais próximas. Por que, numa era na qual o real é registrado de forma abundante, a animação é um recurso tão atrativo para se substituir as imagens realistas ou para tratar de temas de fundo político ou potencial crítico?
com Ducca Rios (Meu Tio José), César Cabral (Bob Cuspe – nós não gostamos de gente) e Célia Catunda (Kiko Mistrorigo)
mediação Helen Beltramé-Linné, roteirista e consultora de roteiro
às 15h
O on-line veio para ficar?
No começo da pandemia, foi o vazio. Depois, veio o online. Aos poucos, foi se desenhando o híbrido. E agora, com as atividades culturais autorizadas a acontecer de forma novamente presencial, um modelo que ninguém ainda sabe ao certo qual será vai se desenhando. Partindo das experiências de alguns eventos e instituições, esta mesa falará dos desafios e das possibilidades que a pandemia colocou para a relação entre a cultura e o público e do quanto a natureza de algumas manifestações culturais pode ter sido para sempre alterada.
com Fernanda Feitosa (SPArte), Arthur Nestrovski (Osesp) e Renata de Almeida (Mostra)
mediação Ana Paula Sousa, coordenadora do Fórum Mostra
sexta 29 de outubro / A cultura e a política
às 11h
Cultura, Estado e burocracia
A cultura, no Brasil, sempre foi marcada pela presença estatal. Essa relação, que começa com a biblioteca trazida pela família real e se aprofunda na era Vargas, reflete a própria formação do Estado brasileiro, moldado por aquilo que Raymundo Faoro chama de “patrimonialismo” e “estamento burocrático”. Enredado nessa relação tanto por meio das leis de renúncia fiscal, que implicam numa relação formal com o Estado, quanto por meio do apoio direto, o setor cultural tem vivido, no momento, uma pressão política que tem a própria burocracia – representada pelas prestações de contas jamais analisadas e pelas cobranças do Tribunal de Contas da União – como algoz. Quais são, para o futuro, as possibilidades de avanço nessa relação?
com Eduardo Saron (IC), Alfredo Manevy (gestor e pesquisador) e Claudinelli Moreira Ramos (gestora e pesquisadora)
mediação Ana Paula Sousa, coordenadora do Fórum Mostra
às 15h
Política audiovisual: impasses e saídas
O início das políticas públicas de apoio ao cinema remete ao pós-guerra, na década de 1940. Desde então, mecanismos de proteção, como a cota de tela, e de financiamento público foram se tornando mundialmente aceitos como a única forma de se garantir a existência dos cinemas locais. Passado quase um século desse início, as políticas públicas de apoio ao cinema se veem fortemente impactadas pela crise financeira dos Estados; pela reconfiguração do mercado, que passou a estar incluído no ecossistema das big techs; e pelo seu cruzamento com outras pautas políticas, como a pauta identitária. Qual será, aqui, o futuro da política e dos filmes brasileiros?
com Viviane Ferreira (SPCine), Carlos Augusto Calil (ECA-USP) e Marcelo Ikeda (Universidade Federal do Ceará)
mediação Ana Paula Sousa, coordenadora do Fórum Mostra
V Fórum Mostra
quarta 27 a sexta 29 de outubro de 2020
às 11h e às 15h
on-line – no canal da Mostra Internacional de Cinema no YouTube