O pianista, compositor e arranjador paraibano Salomão Soares e a cantora e compositora paulista Vanessa Moreno sobem juntos ao palco do Auditório Ibirapuera para fazer o show de lançamento de Chão de Flutuar – o primeiro trabalho dos artistas como duo.
Utilizando a voz e o piano como instrumentos, o álbum – gravado no estúdio Gargolândia, de Rafael Altério (Garga) – traz um repertório composto de obras de nomes como Guinga e Edu Kneip, Egberto Gismonti, Edu Lobo e Vinicius de Moraes e Filó Machado, mas com uma nova roupagem e muitas nuances rítmicas, numa homenagem à música brasileira e a alguns de seus grandes intérpretes e compositores.
“O show vai ser um convite à experimentação”, fala Vanessa. “Assim como o disco, ele mostra as nossas raízes, a nossa construção musical e o conceito de liberdade do jazz (e sua proposta de criar junto, deixando acontecer), que é a forma como enxergamos a arte”, acrescenta Salomão. “É um panorama da música brasileira, mas com a nossa versão. Vamos reinventar e improvisar muita coisa na hora, fazendo uma troca com o público.”
Vanessa e Salomão, que se conhecem há cerca de sete anos, mas nunca tinham trabalhado antes como duo, contam que, sempre que se viam em apresentações de outros colegas, expressavam o desejo de fazer um trabalho juntos, na formação de voz e piano. Até que um dia, ao se encontrarem para uma gravação, a ideia veio novamente à tona – e eles não deixaram a oportunidade escapar.
“Certo dia, nos cruzamos no estúdio Gargolândia para um trabalho. Quando o Garga soube que tínhamos a intenção de fazer algo juntos, nos ofereceu para gravarmos lá. Cerca de um mês depois, já estávamos em estúdio”, conta Vanessa. “Nesse meio-tempo, começamos a organizar as músicas que gostaríamos de tocar e fomos conversando, testando coisas para essa formação, descobrindo e apresentando composições um ao outro – mas diferentes do que estávamos fazendo nos demais projetos. A curiosidade de saber o que poderíamos fazer em duo nos motivou.”
Chão de Flutuar, cujo nome foi retirado da letra de “Via Crucis”, de Guinga e Edu Kneip – e conta com textos, em seu encarte, do próprio Guinga e da intérprete portuguesa Maria João –, reflete, segundo a dupla, não só a experimentação e a espontaneidade que eles apresentam no decorrer do trabalho, mas principalmente a descoberta de um novo lugar como artistas.
“Quando tocamos juntos, a rítmica e a pulsação trazem a sensação de irmos para ‘outro lugar’, de sairmos um pouco daquilo que é o esperado tanto para nós quanto para quem ouve”, fala Vanessa. “Tem esse chão e tem um flutuar que, para mim, apresenta vários sentidos, como a possibilidade de ficar livre em cima de uma estrutura. Você sabe que está caminhando junto, mas termina em caminhos inusitados. A arte é uma ferramenta para isso e, quando a deixamos fazer parte da gente, e vice-versa, é um convite e um lembrete para olhar para dentro e se reinventar”, diz. “Chão de Flutuar foi um desafio”, acrescenta Salomão. “Mas o mais legal, e que conversa muito com o nome do disco, é a oportunidade de, em algumas composições, sairmos de certa ‘zona de conforto’ e acabarmos descobrindo outros recursos, outras sonoridades, outros componentes que vieram dessa liberdade e desse deixar fluir.”
Salomão Soares e Vanessa Moreno [com interpretação em Libras]
sábado 27 de julho de 2019
às 21h
[duração aproximada: 80 minutos]
R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)
[livre para todos os públicos]
abertura da casa: 90 minutos antes do espetáculo.
Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Ingresso Rápido e em seus pontos de venda a partir das 13h do dia 12 de julho. Também estão à venda na bilheteria do Auditório Ibirapuera, nos seguintes horários:
sexta e sábado das 13h às 22h
domingo das 13h às 20h