20/09, das 22h às 0hPRESENCIALSessão finalizada
cenas Tibiras on-line e Alice [com interpretação em Libras]
com Coletivo Das Liliths (BA) e Grupo Faces Jovem (MT)
+ bate-papo com Fredda Amorim (Udesc) e Lubi Marques (Escola Livre de Teatro)
Artistas abrem seus processos de criação numa exibição de cena de até 15 minutos, com bate-papo ao final.
O espetáculo Tibiras on-line caracteriza-se como uma epopeia sobre a morte. Não uma morte que se encerra, sendo o fim de uma existência, mas, ao contrário, uma morte que reverbera, ecoa corpos-vidas marginalizadas, necropoliticamente invisibilizadas, exterminadas pelo poder biopolítico que, desde o início, desde a nau, vem estrategicamente nos dividindo, nos confundindo, nos soterrando no limbo de uma memória ferida, que querem que não conheçamos. Dividida em duas partes, Volume I e Volume II, a obra parte da história do primeiro assassinato LGBTfóbico contra Tibira – assim eram denominadas existências tupinambás que transgrediam a lógica binária de gênero, sexualidade e identidade no Brasil Colônia.
Em Alice, a personagem não se vê como Fernando e, quando começa a ir à escola com o uniforme com o qual se identifica, sofre violência de alguns alunos e descaso dos professores, que não podem e não querem discutir gênero. Entre as descobertas da adolescência e das fronteiras de seu próprio corpo, Alice luta pelo direito de ser feliz.
domingo 19 de setembro de 2021
das 19h às 21h
[classificação indicativa: 16 anos]
Reserve o seu ingresso
O Coletivo Das Liliths é uma plataforma artística composta de artistas mulheres e LGBTQIA+ que vem, há oito anos, fomentando e fortalecendo o debate acerca das dissidências de gênero e sexuais através das artes cênicas. Com sede na cidade de Salvador (BA), vem produzindo de forma ininterrupta uma série de atividades de formação, capacitação e difusão da cultura dissidente, tais como espetáculos, leituras dramáticas, oficinas, palestras, seminários e atividades internas de preparação, treinamento e aprimoramento do trabalho de suas intérpretes, sempre voltando as atenções para as questões de gênero e sexualidade. Seu repertório de trabalho é formado por oito espetáculos – Antro, O covil, Tibiras, Xica, Circo dos horrores, Eva, Adão e Lady Lilith – e quatro intervenções cênicas, intituladas Diários de Eva. O coletivo já participou de importantes eventos no Brasil, corroborando com pesquisas acadêmicas nacionais e internacionais no que tange às discussões sobre as questões de gênero e sobre a visibilidade de histórias de vida de pessoas LGBTQIA+.
O Faces Jovem é um grupo de teatro com sede em Primavera do Leste, no interior de Mato Grosso. Surgiu através da união de jovens que faziam teatro em projetos socioculturais em comunidades carentes espalhadas pela cidade no ano de 2011. Eram jovens que, quando chegaram aos seus 17 anos, decidiram seguir a carreira artística e montaram um grupo independente de teatro, com interesse em se aprofundar no estudo sobre o teatro colaborativo. A criação dos espetáculos parte sempre de processos particulares que misturam a existência do elenco com práticas e técnicas desenvolvidas no teatro de Primavera do Leste, em diálogo com as interferências e insurgências do território. O grupo participou de festivais como Feto (MG), Festival velha Joana (MT), Festival da Amazônia mato-grossense (MT) e circulação Amazônia das artes por dez estados brasileiros (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins).
Fredda Amorim é historiadora e professora de história, com experiência de quase dez anos no ensino público de educação de Minas Gerais, pelas prefeituras de Ouro Preto, cidade onde tem escolhido viver, e de Pedro Leopoldo, por onde seu corpo entrou no mundo. Tem se relacionado com as artes, com a performance, intervenções urbanas, teatro, poéticas, processos de criação e performatividade de gênero dentro e fora das instituições, debruçando-se em pesquisas, ações e práticas voltadas para as questões de gênero e raça junto com a plataforma Queerlombos, composta de outros pesquisadores e pessoas LGBTTQI-+. Atualmente é doutoranda em teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), onde vem desenvolvendo pesquisas no campo das artes cênicas e das possibilidades de (re)existência do corpo travesti na cena contemporânea numa perspectiva decolonial e transcestral.
Lubi Marques, nascido em Santos (SP), é formado em audiovisual pela Universidade Metodista de São Paulo e na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD/USP) e integra o Grupo XIX de Teatro, desde 2000, e o Teatro Kunyn, desde 2009. Fez a direção e a dramaturgia de um total de 29 peças de teatro. Parte desse repertório já foi encenada em mais de 120 cidades no Brasil e 30 no exterior, sendo realizada em espanhol, francês, inglês e italiano. Ao longo de sua trajetória, acumulou, entre prêmios e indicações, mais de 20 menções nos principais prêmios do país: Shell e APCA Prêmio Governador do Estado de São Paulo, entre outros. Em 2016, fez a direção cênica do show Remonta, de Liniker e os Caramelows. Desde 2008, é orientador do núcleo de direção da Escola Livre de Teatro de Santo André (SP).