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7 filmes nacionais sobre crianças e adolescentes para todo mundo ver

Mesmo produções que optam por uma linguagem especificamente voltada para o jovem têm potencial de provocar reflexões sobre temas universais

Publicado em 26/04/2023

Atualizado às 08:37 de 10/05/2023

Por Luísa Pécora

Quase dois anos se passaram desde que assisti ao filme A primeira morte de Joana, longa-metragem da diretora gaúcha Cristiane Oliveira que ganhou três prêmios na edição de 2021 do Festival de Gramado. Esse intervalo considerável não diminuiu meu entusiasmo pela produção, que finalmente chegará aos cinemas do país em 4 de maio.

Cristiane tem demonstrado especial interesse por protagonistas jovens: a de seu primeiro filme, Mulher do pai, tinha 16 anos; a do novo tem 13. Em A primeira morte de Joana, a estreante Letícia Kacperski interpreta uma adolescente que vive em uma pequena cidade do Sul do país e acaba de perder a tia-avó. Seu luto vem acompanhado de uma curiosidade: por que a tia nunca namorou ninguém? Na busca por respostas, Joana vai aprender mais sobre si mesma e sobre como o conservadorismo e o preconceito podem afetar as relações sociais e familiares.

Há quem pense que filmes sobre crianças e adolescentes são feitos exclusivamente para o público na faixa etária dos protagonistas. No entanto, mesmo produções que optam por uma linguagem especificamente voltada para o jovem têm potencial de provocar reflexões sobre temas universais e criar identificação em espectadores de qualquer idade.

Esta coluna aproveita a estreia de A primeira morte de Joana para recomendar sete filmes nacionais que abordam a infância ou a adolescência e que são dirigidos e/ou protagonizados por mulheres. Confira:

Alice Júnior (2019)
Direção: Gil Baroni

Anne Celestino Mota ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Brasília pelo trabalho neste filme, que usa tom leve e a estética das redes sociais para abordar temas sérios como transfobia e bullying. A protagonista é Alice Júnior, jovem youtuber que tem de se mudar da capital pernambucana para uma pequena e conservadora cidade no interior do Paraná. Enquanto tenta se adaptar à nova realidade, ela também busca realizar seu maior sonho: dar o primeiro beijo. 

Imagem do filme Alice Júnior, na qual mostra duas adolescentes mulheres se olhando e sorrindo. Elas estão sorrindo.
Alice Júnior, de Gil Baroni (imagem: divulgação)

As duas Irenes (2017)
Direção: Fabio Meira

Irene tem 13 anos e faz uma descoberta surpreendente: seu pai tem uma segunda família, incluindo uma filha com o mesmo nome e a mesma idade dela. Sem revelar o segredo a ninguém, ela decide fazer amizade e saber como é a vida da outra Irene. O filme marca a estreia de Fabio Meira na direção de longas e é estrelado por Priscila Bittencourt e Isabela Torres, escolhidas após testes com cerca de 200 jovens de Goiás e Brasília. 

Imagem do filme As duas Irenes, na qual mostra duas meninas adolescentes. Elas estão em um quarto e olham para a câmera.
As duas Irenes, de Fabio Meira (imagem: divulgação)

Balú (2012)
Direção: Paula Gomes

A diretora Paula Gomes é conhecida principalmente por Jonas e o circo sem lona (2015), ótimo documentário sobre a paixão de um garoto baiano pelo circo. A história real de Jonas dialoga com a trama fictícia do curta Balú, rodado alguns anos antes. No filme, o ator Deivid Silva interpreta um menino que tem o vira-lata Balú como seu grande amigo. Quando o cachorro desaparece subitamente, o garoto sai para procurá-lo e, no caminho, descobre um mundo que não conhecia. Em tempo: tanto Jonas quanto Balú podem ser vistos na Itaú Cultural Play.

Imagem do filme Balú, a qual mostra um menino negro. A fotografia foco o rosto da criança.
Balú, de Paula Gomes (imagem: divulgação)

Cores e botas (2010)
Direção: Juliana Vicente

O curta-metragem de estreia da diretora Juliana Vicente foi realizado há mais de dez anos e já era ambientado no passado, mais precisamente na década de 1980. No entanto, continua relevante no modo como retrata o racismo na mídia e na sociedade brasileira. No centro da história está Joana (Jhenyfer Lauren), fã da apresentadora Xuxa Meneghel que tem o sonho de ser paquita. Ela se inscreve em um concurso e treina duro – mas Joana é uma menina negra, e nunca houve uma paquita negra.

Imagem do filme Cores e botas, a qual mostra duas crianças lado a lado. A menina no canto esquerdo da imagem é negra e está sorrindo. A segunda menina, no canto direito da imagem, é branca e olha para o canto da tela.
Cores e botas, de Juliana Vicente (imagem: divulgação)

Deslembro (2018)
Direção: Flavia Castro

A ditadura militar e seus desdobramentos são temas-chave do cinema de Flavia Castro, filha de militantes que lutaram contra o regime e passaram anos no exílio. Em Deslembro, seu primeiro longa de ficção, ela narra o amadurecimento de Joana (Jeanne Bournier), adolescente brasileira que cresceu na França, onde a mãe se exilou. Quando a anistia é decretada, a família volta para o Rio de Janeiro e Joana entra em contato com uma triste parte de sua história: o desaparecimento do pai nos porões do Departamento de Ordem Política e Social (Dops).

Imagem do filme Deslembro, que mostra duas crianças e uma mulher brincando na chuva.
Deslembro, de Flavia Castro (imagem: divulgação)

Mulher do pai (2016)
Direção: Cristiane Oliveira

Ganhador de três prêmios no Festival do Rio, inclusive o de Melhor Direção de Ficção, o primeiro longa-metragem de Cristiane Oliveira foca na relação entre pai e filha. Ruben (Marat Descartes) é um homem de meia-idade que ficou cego muito jovem; Nalu (Maria Galant), uma adolescente que vive o despertar sexual. Os dois foram criados quase como irmãos por Olga, mãe de Ruben e avó de Nalu. Mas, após a morte de Olga, terão de aprender a ser pai e filha e a cuidar um do outro.

Imagem do filme Mulher do pai, que mostra um homem e uma menina encostados numa parede do lado de fora de uma casa. A porta, entre as duas pessoas, está aberta.
Mulher do pai, de Cristiane Oliveira (imagem: divulgação)

Vida de menina (2003)
Direção: Helena Solberg

A cineasta Helena Solberg é mais conhecida por seu trabalho no documentário, mas também dirigiu este longa-metragem de ficção, que adapta os diários de Helena Morley, pseudônimo da autora Alice Dayrell Caldeira Brant. Assim como no livro, publicado em 1942, o filme acompanha o cotidiano de Helena, adolescente que vive na cidade mineira de Diamantina no fim do século XIX. Protagonizado pela atriz Ludmila Dayer, pode ser visto na Itaú Cultural Play.

Imagem que mostra uma adolescente em meio a um espaço aberto. Ela parece estar em cima de uma carroça.
Vida de menina, de Helena Solberg (imagem: divulgação)
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