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O que vem por aí: filmes nacionais para ficar de olho em 2023

Na coluna “Grande angular” deste mês, a jornalista Luísa Pécora lista sete longas-metragens dirigidos ou protagonizados por mulheres com estreia para 2023

Publicado em 25/01/2023

Atualizado às 08:37 de 10/05/2023

Por Luísa Pécora

Colunas sobre cinema também podem ter tradição de ano novo? Em janeiro de 2022, a Grande Angular listou sete aguardados longas-metragens dirigidos e/ou protagonizados por mulheres que chegariam às salas nos doze meses seguintes. Em janeiro de 2023, decidi fazer o mesmo: compartilhar, com vocês, alguns dos filmes nos quais estarei de olho ao longo do ano.

Por causa do maior controle da pandemia, o cenário cinematográfico atual é menos incerto do que era em janeiro de 2022. Hoje, grande parte do público se sente mais confortável em frequentar as salas e muitos dos filmes selecionados já têm data para chegar às telas (embora, é claro, possam haver alterações). Confira:

Regra 34
Direção: Julia Murat

Na imagem estão quatro pessoas, sendo três mulheres e um homem. Todos sorriem enquanto olham na mesma direção.
Cena do filme "Regra 34"

Começo a lista com um filme que já está em cartaz nos cinemas: Regra 34, de Julia Murat, vencedor do “Leopardo de Ouro” no Festival de Locarno e do prêmio de direção de ficção no Festival do Rio. Protagonizado por Sol Miranda, o longa conta a história de Simone, uma jovem que fez performances de sexo online para pagar seus estudos e, agora, acaba de ingressar na defensoria pública. Simone busca ajudar mulheres vítimas de abuso, enquanto seus interesses sexuais a levam a um mundo de violência e erotismo.

Mato seco em chamas
Direção: Adirley Queirós e Joana Pimenta

Este filme híbrido realizado pela portuguesa Joana Pimenta e pelo brasileiro Adirley Queirós já fez uma bela carreira internacional, com direito a estreia mundial no Festival de Berlim e ao prêmio principal no Cinéma du Réel, um dos mais importantes eventos mundiais dedicados ao documentário. O longa conta a história das Gasolineiras de Kebradas, um grupo que comanda uma rede de comércio ilegal de gasolina na região de Ceilândia, periferia de Brasília (DF). O elenco tem Joana Darc Furtado, Léa Alves da Silva e Andreia Vieira. Previsão de estreia: 23 de fevereiro.

Meu nome é Gal
Direção: Lô Politi e Dandara Ferreira

A atriz Sophie Charlotte aparece caracterizada com Gal. Ela está de biquíni preto, com os cabelos soltos e volumosos e com uma fita amarada.
Sophie Charlotte no filme "Meu nome é Gal"

 

Centrado na juventude e no início da carreira de Gal Costa (1945-2022), este filme de Lô Politi e Dandara Ferreira já estava em pós-produção quando a cantora morreu, em novembro do ano passado, aos 77 anos. O material promocional afirma não se tratar de uma cinebiografia, mas, sim, do retrato de "parte da trajetória de Maria da Graça Costa Penna Burgos, uma menina tímida que desde muito cedo soube que a música iria guiar seus caminhos". A atriz Sophie Charlotte interpreta Gal, enquanto a diretora Dandara Ferreira assume o papel de Maria Bethânia. Previsão de estreia: março de 2023.

A primeira morte de Joana
Direção: Cristiane Oliveira

A diretora Cristiane Oliveira tem talento para contar histórias de jovens mulheres em momentos de transformação. Depois de estrear no longa com Mulher do Pai (2016), ela agora conta a história de Joana, uma garota de 13 anos que sofre com a perda da tia-avó, de quem era muito próxima. Vivendo o despertar sexual, Joana se une a uma amiga para tentar entender o motivo de a tia nunca ter tido um namorado. Nesta investigação, conhece melhor as mulheres de sua família e a sociedade conservadora em que vive. O filme A primeira morte de Joana venceu três prêmios no Festival de Gramado. Previsão de estreia: 4 de maio.

Uýra – A retomada da floresta
Direção: Juliana Curi

Na imagem há uma pessoa agachada, com o corpo todo pintado de amarelo, grande folhas ao redor do pescoço e na cabeça. O fundo é escuro.
Cena de "Uýra – A retomada da floresta"

 

As lutas sociais e a luta pela conservação do planeta se cruzam em Uýra – A Retomada da Floresta, documentário brasileiro que foi premiado em importantes festivais internacionais de temática LGBTQIA+, como Frameline e Outfest. O filme acompanha Uýra, entidade híbrida amazônica vivida pela artista trans indígena e bióloga Emerson Pontes, que defende a preservação do meio ambiente e os direitos das comunidades indígenas e ribeirinhas. Uýra assina o roteiro junto com Martina Sönksen e a diretora Juliana Curi. Previsão de estreia: primeiro semestre de 2023.

Diálogos com Ruth de Souza
Direção: Juliana Vicente

A atriz Ruth de Souza posa sorridente em uma sala, sentada em um sofá marrom. Ela está com um coque nos cabelos, camisa rosada e calça marrom.
"Diálogos com Ruth de Souza", de Juliana Vicente

 

O documentário de Juliana Vicente recupera a trajetória de Ruth de Souza, uma das mais importantes atrizes brasileiras que morreu em 2019, aos 98 anos. O filme se desenvolve em duas frentes: de um lado, momentos ficcionalizados nos quais Ruth é interpretada por Jhenifer Lauren e Dani Ornellas. De outro, entrevistas e conversas que Juliana gravou com a atriz ao longo de uma década, num potente diálogo entre artistas negras de diferentes gerações. Por este trabalho, a cineasta ganhou o prêmio de direção de documentário no Festival do Rio. Previsão de estreia: 2023.

Vai e vem
Direção: Chica Barbosa e Fernanda Pessoa

Em 2020, no começo da pandemia, Fernanda Pessoa vivia em São Paulo e, Chica Barbosa, em Los Angeles. Ambas cineastas, elas decidiram trocar vídeo-cartas para compartilhar a experiência de viver a era Covid no Brasil e nos Estados Unidos. Decidiram, também, buscar inspiração no trabalho de diferentes mulheres do cinema experimental, tendo como ponto de partida o livro Women’s experimental cinema, organizado pela professora americana Robin Blaetz. Vai e Vem foi o filme de abertura do festival Olhar de Cinema. Previsão de estreia: 2023.

 

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