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Bianca Foratori pinta “Quintais” na fachada do Itaú Cultural

O desenho integra o projeto “Arte urbana”, que convida artistas para intervir na fachada do IC

Publicado em 06/01/2025

Atualizado às 16:07 de 06/01/2025

Para encerrar o ano de 2024 e iniciar 2025, o Itaú Cultural (IC) recebe a pintura Quintais, de Bianca Foratori. No trabalho, que preenche a fachada do nosso prédio, a artista parte de suas pesquisas para ilustrar esse espaço historicamente mantido por mulheres e que, comumente abrigando hortas e pequenos jardins, funciona como um verdadeiro refúgio em meio à árdua rotina doméstica.

Em entrevista ao IC, Bianca falou sobre sua obra, seu processo criativo, sua trajetória e sua inspiração. Leia abaixo.

Como começou sua relação com a arte?
Desde pequena, desde que lembro, sempre desenhei. Sempre foi a minha brincadeira preferida quando era criança. Quando já era adolescente, fui estudar moda, mas acabei não seguindo nessa indústria. Comecei a tatuar e, a partir disso, a exercitar mais o desenho, uma coisa que ficou meio adormecida na adolescência.

Depois, parti para a pintura. E, quando comecei a pintar, acabei até deixando um pouco de lado a tatuagem para me dedicar mais à pintura, e fui desenvolvendo o meu traço, a minha identidade, a minha arte.

Fale um pouco sobre a obra que você criou para o banco do IC
Usei de inspiração uma pesquisa recente que tenho feito, sobre hortas domésticas e quintais. O quintal como um espaço em que as mulheres conseguem transmitir conhecimentos, compartilhar, socializar com a família ou as vizinhas.

Pensei nessa questão do quintal como uma extensão da casa, como uma mistura, um híbrido entre o espaço doméstico privado e a parte comunitária, que seria a rua, os vizinhos. Trouxe essa inspiração da mulher cuidando do seu jardim também como uma alegoria da criação, de uma atividade criativa, que seria a jardinagem.

Quais são as cores que você mais gosta de usar nas suas pinturas?
Tenho uma paleta de cores própria, que fui explorando com o tempo. Eu olho e vejo que tem uma harmonia, é uma coisa que não sei explicar muito bem, mas para mim faz sentido. São, a maioria, cores quentes. E tem muito o contraste entre uma cor mais apagada e outra bem viva, ou uma cor um pouco mais escura e outra bem clara.

Como você entende a importância de a arte ocupar esses espaços públicos?
Eu acho muito importante, primeiro porque São Paulo é uma cidade extremamente cinza e cheia de concreto. Então, quando você tem uma arte na rua, numa avenida com tanto prédio, tanto carro, é uma forma de dar um respiro para a mente das pessoas. Faz a pessoa sair um pouco do automático, parar, observar, sentir o que aquela arte traz para ela.

É muito importante para o bem-estar do ser humano, de forma geral, esse contato com a arte, principalmente numa cidade como São Paulo, cinza. E, de repente, [pode] trazer reflexões, dependendo do que você coloca nessa arte. Fazer a pessoa, no meio do cotidiano dela, parar para pensar. E democratiza esse acesso à arte, traz para um público maior.

 

 

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