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Novos nomes da fotografia no Brasil – Marina Soares – Gravatá, Pernambuco

Marina Soares explora processos históricos e alternativos da fotografia: fotograma, papel salgado, cianotipia e goma bicromatada, além da linguagem da videoarte

Publicado em 09/10/2020

Atualizado às 19:15 de 16/08/2022

por Cassiano Viana*

Marina Soares (Gravatá, Pernambuco, 1996) explora processos históricos e alternativos da fotografia: fotograma, papel salgado, cianotipia e goma bicromatada, além da linguagem da videoarte. “Esses processos me proporcionaram uma visão mais ampla do que é a fotografia, um tempo diferente do comum”, explica.

O primeiro contato com a fotografia se deu através de álbuns de família. “Rever momentos dos quais não mais lembrava e aqueles que nem mesmo tinha vivido era algo prazeroso”, conta.

Ao longo dos anos, a relação com a imagem se tornou íntima. “Lembro que entre os 10 e 12 anos fiz minhas primeiras fotografias com uma câmera analógica, registrando o entusiasmo da minha irmã vestida de roupas estranhas posando pelos cômodos da casa, um filme que não foi revelado”, recorda. “Mais tarde ganhei uma câmera digital da qual voltava sua lente frequentemente para meu ambiente familiar e paisagens rurais e passei a sentir o desejo de capturar momentos através da minha perspectiva, com traços de poesia”.

Com a palavra, Marina Soares:

Minha poética tem se estruturado nas narrativas míticas e nas pesquisas sobre o imaginário, bem como nas questões sobre identidade e memória afetiva. Busco atingir uma dimensão estética e provocar emoções através do belo e do sensível. A fotografia para mim é a representação imaginária do mundo real e dos sonhos, das nossas intimidades e visões de mundo. A poesia motiva meu olhar, seja ela escrita, visual ou sonora.

Em O Mar que em Mim Permanece (2020), ensaio impresso em cianotipia, exploro a dimensão simbólica do cabelo feminino e seu elo com a água por meio de autorretratos, incluindo objetos pessoais que se correlacionam com a simbologia do cabelo, tendo como inspiração o livro A Água e os Sonhos – Ensaio sobre a Imaginação da Matéria (1942), de Gaston Bachelard, no qual se sugere o devaneio através de imagens, tendo a água como o elemento basilar.

Em Crisálidas (2017, em andamento), ensaio em fotograma – revelação química em preto e branco –, evoco a poética da transformação do ser livre, tendo a borboleta como símbolo.

Cassiano Viana (@vianacassiano) é editor do site About Light.

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