Conhecida como Tatu, a fotógrafa se define como uma mulher negra, nordestina e LGBT
Publicado em 27/11/2020
Atualizado às 19:10 de 16/08/2022
por Cassiano Viana
Todo mundo conhece Tatiany Barros por Tatu. Ela tem 27 anos e mora em Assu, no interior do Rio Grande do Norte. “Uma mulher negra, nordestina e LGBT tentando fazer fotografia no interior do Nordeste”, ela mesmo define.
Tatu começou a fotografar em 2015, aos 22 anos, por hobby, quando saía da aula e ia para casa andando. “Acho que não ter um transporte me fez observar mais os lugares que eu passava e registrar aquilo que achava interessante”, avalia. “Difícil de dizer qual foi a primeira foto, acho que é impossível até. Mas sempre fui de fotografar paisagem, praças, monumentos e a natureza da minha cidade.”
“O que me motiva é essa ideia de deixar registrado algo que aconteceu naquele dado momento, para que no futuro possamos ainda contemplar, pois sabemos que as coisas estão sempre em movimento, evolução e renovação”, explica.
Com a palavra, Tatiany Barros:
Fotografia para mim é isto: parar para observar o que está à nossa volta, registrar as coisas que a maioria das pessoas às vezes não têm tempo de apreciar.
Sobre as fotos: saí pelas ruas da minha cidade e pude observar como, mesmo quando o mundo vive em contexto de pandemia, para muitas pessoas não é dada a possibilidade de se isolar. Registrar o cotidiano de cidade de interior neste momento permite ter uma noção de como as pessoas estão reagindo a tal circunstância e, mais do que isso, sobrevivendo!
Assu é uma típica cidade de interior do Nordeste. No centro, eu fotografo as pessoas que estão indo para o trabalho, visitando amigos, conversando nas calçadas etc. Amo fotografar esses momentos, pois são os mais espontâneos e na espontaneidade se encontra muita beleza e momentos únicos.
Como método para a realização deste ensaio, eu me sentei em bancos das praças da cidade e fiquei observando o movimento das pessoas e suas atividades.
Cassiano Viana (@vianacassiano) é editor do site About Light.