Zezé Motta é homenageada em mostra da IC Play

Com uma carreira de mais de cinco décadas, boa parte delas dedicadas à atuação e à música, Zezé Motta é um nome de referência para a cultura brasileira. Sempre em movimento, sua militância contra o racismo, desde a década de 1970, encontra no cinema um lugar de afirmação. A mostra tem curadoria de Carla Barbosa, filha da artista, e chega à Itaú Cultural Play (plataforma de streaming gratuita e dedicada ao cinema nacional) perto do aniversário de 78 anos de Zezé. A homenagem traz obras representativas de filmografia da atriz: Vai trabalhar, vagabundo (1974), Xica da Silva (1976), Zezé Motta, la femme enchantée (1987) e Anjos da noite (1987).

A respeito do clássico Xica da Silva, Carla comenta: “É um sucesso inesquecível: ganhou o mundo, protagonizado por uma atriz que se tornaria uma grande estrela do cinema brasileiro. Cacá Diegues, diretor brilhante, conduziu Zezé de forma magistral. A parceria dos dois, aliás, continuou por mais cinco filmes. A obra segue, até hoje, sendo tema de debates e reflexões. E deu asas para sonhos de outros artistas negros”. A curadora ressalta também que “a mostra conta ainda com outros filmes que revelam a importância da representatividade negra e a potência artística de uma artista múltipla e fundamental na construção do nosso audiovisual”.

Confira abaixo informações sobre os trabalhos em destaque.

Vai trabalhar, vagabundo (1974), de Hugo Carvana

[classificação indicativa: 16 anos]

Dino acaba de sair da prisão e volta à malandragem nas ruas do Rio de Janeiro. No asfalto, ele engana um velho parceiro e conhece Shirley, que o leva para uma noite de amor na casa de seu patrão. De andança em andança, de golpe em golpe, o destino parece lhe apresentar ainda mais surpresas.

Xica da Silva (1976), de Cacá Diegues

[classificação indicativa: 16 anos]

O filme narra a história real de Xica da Silva, mulher negra escravizada que ganhou alforria, fama, fortuna e amor nos braços de um representante da Coroa Portuguesa na segunda metade do século XVIII, durante o ciclo do ouro em Minas Gerais. Xica da Silva tornou-se a “Rainha do diamante” e escandalizou a elite branca.

Zezé Motta, la femme enchantée (1987), de Ariel de Bigault

[classificação indicativa: 12 anos]

A vida e a obra da atriz, cantora e militante Zezé Motta é revisitada por ela mesma e também celebrada por seus pares em forma de depoimentos. O filme reúne trechos de musicais e de trabalhos da artista em filmes como Xica da Silva (1976) e Quilombo (1984), ambos de Cacá Diegues.

Anjos da noite (1987), de Wilson Barros

[classificação indicativa: 16 anos]

Diferentes personagens, entre elas uma empresária com negócios escusos, um diretor de teatro, um garoto de programa e uma diva decadente convivem durante uma madrugada em São Paulo. Errantes, suas trajetórias se conectam entre inferninhos e ruas luminosas de neon.