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Adelia Sampaio: 80 anos da cineasta que não veio a passeio

A mineira foi a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil

Publicado em 20/12/2024

Atualizado às 10:53 de 20/12/2024

Por Luísa Pécora

Em junho de 2017, um debate intitulado “O olhar e a voz das mulheres no cinema” reuniu Adelia Sampaio e outras quatro cineastas brasileiras no palco do Sesc Pompeia, em São Paulo (SP). Não fazia muito tempo que Adelia, então com 72 anos, tinha sido apontada como a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil. Para todos que estavam lá, a excitação da plateia em vê-la e ouvi-la era evidente.

Naquele dia, questionei Adelia sobre como se sentia diante da reação que sua presença provocava. Ela me respondeu narrando um episódio que ocorrera algum tempo antes na cidade mineira de Juiz de Fora. Durante um debate, uma jovem negra se levantou da cadeira, pediu o microfone e se dirigiu à cineasta. “A vida inteira eu procurei um espelho”, ela disse. “Agora, encontrei.”

O relato dá pistas do impacto da figura de Adelia, que completa 80 anos neste 20 de dezembro. Dona de longa carreira como diretora, roteirista e produtora, ela só teve seu pioneirismo reconhecido cerca de três décadas depois de ter realizado seu primeiro longa-metragem, Amor maldito (1984), um dos filmes mais vistos na Itaú Cultural Play em 2023.

Na imagem, em preto e branco, está uma mulher branca, de cabelos loiros e camisa branca, um homem ao centro, de cabelos curtos e grisalhos e usando roupas pretas. Do lado direito está uma mulher negra, de cabelos crespos e curtos, com uma camiseta branca. Os três conversam em um espaço que parece um tribunal.
Adélia Sampaio dirige os atores Monique Lafond e Tony Ferreira em "Amor maldito" (imagem: Arquivo pessoal | Adélia Sampaio)

“Quando virei popstar, minha neta fez uma observação fantástica: ‘Ih, vovó, lembraram que você existe!’”, contou Adelia. “E eu respondi: ‘Pois é, Antônia, é assim. As pessoas costumam não assimilar o que a gente faz, principalmente quando vem a questão cultural e da cor. Passa o tempo e, de repente, não tem mais como botar debaixo do tapete. Demora, mas acontece’”.

Adelia nasceu em 1944, em Belo Horizonte (MG), filha da empregada doméstica e mãe solo Guiomar. A infância não foi fácil: por decisão da patroa da mãe, ela foi enviada a um internato e só voltou a morar com a família sete anos depois. Aos 13, quando vivia no Rio de Janeiro (RJ), Adelia foi ao cinema pela primeira vez a convite da irmã, Eliana. Ao fim da sessão de Ivan, o terrível (1944), dirigido por Sergei Eisenstein, a adolescente proclamou que era aquilo – cinema – o que gostaria de fazer.

Na imagem estão duas mulheres em um escritório. A da esquerda, que tm cabelos crespos e curtos e usa uma camisa com estampa floral, está ao telefone e com um dos braços apoiado na mesa, que está com muitos papéis e objetos. No lado direito está a outra mulher, que usa os cabelos lisos e presos e uma camisa escura. Ela mexe em um envelope que está em suas mãos.
Adélia Sampaio e sua irmã, a produtora executiva Eliana Cobbett (imagem: Adélia Sampaio)

O primeiro passo foi dado nos anos 1960, quando Adelia ocupou uma vaga de telefonista na Difilm, empresa de produção e distribuição fundada por artistas ligados ao Cinema Novo. Quando o expediente acabava, ela permanecia no trabalho e acompanhava os colegas para aprender sobre as diferentes etapas da produção cinematográfica.

“Fui ser a telefonista da Difilm porque eu, um dia, queria dirigir um filme”, afirmou em entrevista publicada em 1988 pela revista Filme Cultura. “Achei que ali eu poderia estar próxima de alguma coisa que eu queria muito, na medida em que tinha absoluta certeza de que jamais eu iria conseguir ingressar numa faculdade por uma questão econômica. Eu teria que fazer o segundo grau para prestar um vestibular e jamais teria condições de bancar uma faculdade. Então achei que ali eu poderia, pelo menos, descobrir, pegar e sentir o que era uma película.”

Adelia estava certa. Aos poucos, acumulou conhecimento e experiência em funções diversas. Em 1971, desligou-se da Difilm para abrir a sua própria produtora. Trabalhou sobretudo na direção de produção, atuando em filmes como O seminarista (1976), de Geraldo Santos Pereira; Parceiros da aventura (1979), de José Medeiros; Ele, ela, quem? (1980), de Lulu de Barros; e O grande palhaço (1980), de William Cobbett, casado com a irmã de Adelia, Eliana Cobbett (1941-2007), a mesma que a levou ao cinema e, mais tarde, se tornou produtora-executiva.

Veja mais:
>> Adélia Sampaio no Ancestralidades

Outro trabalho de destaque foi O segredo da rosa (1974), único longa-metragem dirigido pela atriz, cantora e cineasta Vanja Orico (1931-2015). Nesse filme, Adelia fez a direção de produção e a produção executiva, foi assistente de fotografia e assinou o roteiro em parceria com Daisy dos Santos e Mário Paris. “Foi uma experiência muito importante, porque fiquei a filmagem toda ao lado da Vanja, como se fosse uma continuísta”, contou.

Inspiração real

Adelia estreou na direção em 1979, com o curta Denúncia vazia. Na época, ela vivia com os dois filhos pequenos em um apartamento na Rua Paissandu, no Rio de Janeiro, e foi surpreendida ao receber a chamada “denúncia vazia”, quando um proprietário retoma o imóvel alugado sem ter de oferecer justificativa. Ao ler uma notícia sobre um casal de idosos que cometeu suicídio por causa da mesma notificação, Adelia decidiu que faria um filme sobre o caso.

“Você recebe [a denúncia vazia], vai estudar para saber o que é e fica enlouquecida em descobrir que essas coisas acontecem no país”, afirmou. “Eu disse: ‘Como pode? Alguém tem de derrubar isso!’. E qual a forma de eu me comunicar? É o cinema!”.

Denúncia vazia carrega duas das características mais marcantes da obra de Adelia: o interesse por temas de cunho social e a inspiração em casos verídicos, sejam eles experiências próprias, vividas por conhecidos ou noticiadas na imprensa. “A realidade me inspira”, definiu a diretora.

Na imagem há duas mulheres: a que está a esquerda é branca, de cabelos lisos e presos. Ela usa um vestido escuro e segura um pano de prato nas mãos enquanto direciona o olhar para a mulher que está a direita. Essa é negra, tem cabelos crespos e curtos e usa camisa listrada.  Elas estão em uma cozinha.
Adélia Sampaio dirige a atriz Catalina Bonakie em "Denúncia Vazia" (imagem: Arquivo pessoal | Adélia Sampaio)

Adelia realizou outros dois curtas no mesmo ano e com a mesma equipe: Agora um deus dança em mim, no qual narrou as dificuldades de uma bailarina para conseguir trabalho no Brasil; e Adulto não brinca, a história de crianças que têm de se explicar a um policial por causa de uma brincadeira com um falso cadáver. Mais tarde, dirigiu o curta Na poeira das ruas (1982), um documentário sobre a vida de moradores de rua do Rio de Janeiro.

Cinema de “ajuntamento”

Amor maldito também foi inspirado em um caso real. No fim dos anos 1970, a secretária Ninuccia Bianchi foi acusada – e posteriormente absolvida – de matar a companheira Vânia da Silva Batista. Adelia acompanhou a cobertura nos jornais e percebeu que o que estava sob julgamento era o amor entre as duas mulheres, e não o suposto crime. Foi isso que a motivou a escrever o argumento de Amor maldito, desenvolvido como roteiro pelo amigo José Louzeiro (1932-2017).

No filme, Sueli (Wilma Dias) se joga da janela do apartamento de Fernanda (Monique Lafond), que é acusada de homicídio. As cenas do tribunal – cujos diálogos foram baseados nos autos do processo – são combinadas com flashbacks que narram o relacionamento e o casamento das duas.

De acordo com Adelia, a Embrafilme, na época o principal órgão de fomento ao cinema nacional, recusou-se a financiar Amor maldito por causa da temática lésbica. Para realizar o longa, a diretora contou com pequenos investimentos individuais e montou um sistema de cooperativa envolvendo todos os integrantes da equipe – do maquinista à protagonista. Se o longa fizesse algum dinheiro, seja em bilheteria ou na venda para exibição em outros países, todos dividiriam o valor.

“Fizemos o filme pela história, que é absurda e até hoje muito atual, e também por amor ao cinema e por amor à Adelia”, afirmou Monique Lafond. “Ela é uma pessoa incrível, que conseguiu fazer essa sinergia de artistas que tinham a mesma proposta e se encontraram para filmar.”

A capacidade de reunir parceiros em torno de seus projetos – ou fazer “ajuntamentos”, como diz Adelia – foi uma de suas principais estratégias para lidar com a falta de recursos que acompanhou sua carreira. “Cinema é uma arte elitista, e, sempre que me perguntam como consegui fazer esse filme com fundos tão pequenos, respondo: ‘Não fiz sozinha, fiz com pessoas incríveis que tenho aprumadas em mim’. O ajuntamento foi manter essas pessoas vinculadas a mim e a elas mesmas. Nós conversávamos muito e íamos sempre atrás de uma solução para as pessoas tocarem o trabalho delas.”

No caso de Amor maldito, Adelia reduziu custos com locação realizando as filmagens em um tribunal de Niterói (RJ) durante o período de recesso. O figurino saiu dos armários das próprias atrizes e de outras pessoas da equipe, e até o negativo era contado. “Quando trabalhava como diretora de produção, tinha acesso enorme ao set e ganhava muita ponta de filme dos assistentes de direção. Eu guardava essas pontas todas e foi isso que me possibilitou rodar Amor maldito”, relembrou.

O fato de não haver negativo sobrando determinou as condições de filmagem. Antes de rodar, Adelia fazia uma decupagem precisa com o diretor de fotografia Paulo César Mauro (o Paulão, que trabalhou em todos os seus filmes e morreu em 2022) e ensaiava com atores e equipe técnica. “Ela sempre chegava ao set sabendo o que ia fazer, com a sequência montada. Nunca colocava uma câmera de bobeira – era tudo bonitinho e ensaiadinho”, contou Monique, que durante as filmagens ganhou o apelido de “Take 1”. “A gente fazia de tudo para que aquele take 1 valesse e a gente pudesse seguir a vida”, acrescentou.

Monique já havia colaborado com Adelia em filmes nos quais ela tinha sido produtora, mas foi em Amor maldito que conheceu seu processo de direção. “No trabalho, Adelia é uma pessoa séria e focada, e ao mesmo tempo doce e sensível”, afirmou. “Para o ator, é muito bom quando o diretor não fica apenas no técnico, mas também te ajuda, te coloca, te envolve. É muito bom quando um diretor acredita em você, e eu tive um superapoio dela.”

Recuperando trajetórias

Uma vez finalizado, Amor maldito ainda enfrentou obstáculos para chegar às salas. Um único exibidor de São Paulo demonstrou interesse em exibir o filme, desde que fosse vendido como pornográfico. Após consultar a equipe, Adelia topou, mas a repercussão se limitou basicamente a uma crítica escrita por Leon Cakoff (1948-2011) no jornal Folha de S.Paulo, à qual a diretora credita a permanência do longa em cartaz e a estreia em outras cidades.

Após Amor maldito, Adelia realizou outros filmes, incluindo o documentário AI-5: o dia que não existiu (2004), em parceria com Paulo Markun (ele assina a direção-geral e ela, a direção artística). Além disso, fez trabalhos para a televisão e, durante dez anos, foi assistente de direção de Miguel Fallabella no teatro.

No entanto, a cineasta só seria descoberta pelo grande público no início dos anos 2010, quando a professora, pesquisadora e cineasta Edileuza Penha de Souza a identificou como a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil. Foi durante o doutorado, defendido em 2013, que Edileuza notou a falta de informações sobre diretoras negras nos livros e manuais e descobriu o pioneirismo da diretora. “Quando a gente fala dos homens negros no cinema brasileiro, não cita Adelia Sampaio. Quando fala das mulheres pioneiras do cinema brasileiro, não cita Adelia Sampaio. Mas ela estava produzindo no mesmo momento que o Zózimo Bulbul e as mulheres brancas”, disse a pesquisadora.

Um segundo acontecimento fundamental para a recuperação da trajetória de Adelia ocorreu em 2016, quando o site Blogueiras Negras publicou uma entrevista concedida pela diretora a Renata Martins e Juliana Gonçalves. A história por trás do texto, que teve grande repercussão na internet, é significativa. Naquele mesmo ano, Renata foi convidada a fazer a curadoria de uma sessão do Festival Palmares de cinema (Fepalcine) e a escolher entre dois títulos sugeridos pelas jornalistas Juliana Gonçalves e Mari Lemos: “Gritaram-me negra” ou “Adelia Sampaio”. Na primeira opção, ela reconheceu a referência ao poema da poeta peruana Victoria Santa Cruz (1922-2014). Mas de Adelia Sampaio Renata nunca tinha ouvido falar – até descobrir que se tratava de uma diretora brasileira e negra como ela.

“O encontro com Adelia me proporcionou uma série de reflexões sobre o apagamento da contribuição de mulheres negras no mercado audiovisual e na bibliografia oficial dos cursos de cinema”, afirmou Renata. Nem nós nem os alunos não negros tivemos a oportunidade de conhecer a produção de Adelia, Zózimo ou Waldyr Onofre, entre outros tantos cineastas, ao longo da graduação. É sintomático pensar que ninguém calculou o dano que essa ausência de referência cinematográfica e bibliográfica poderia causar na formação de realizadores negros e, também, no imaginário social.”

Pesquisa e preservação

Hoje, Adelia é tida como referência e dá nome a uma mostra de filmes produzidos e dirigidos por mulheres negras, que realizou sua sexta edição no mês passado em Brasília (DF). Mas a celebração dos 80 anos da diretora – e dos 40 anos de Amor maldito, também completados em 2024 – oferece nova oportunidade de reflexão sobre as desigualdades raciais e de gênero que marcam o audiovisual brasileiro.

Em anos recentes, outros longas de ficção dirigidos por mulheres negras foram lançados, incluindo Café com canela (2017), de Glenda Nicácio e Ary Rosa; De repente drag (2022), de Rafaela Gonçalves; e Um dia com Jerusa (2021) e Ó pai, ó 2 (2023), de Viviane Ferreira. Mas o acesso a financiamento ainda é desigual, o que ajuda a explicar a maior presença de realizadoras negras em curtas-metragens e documentários, que costumam ter orçamentos menores do que longas de ficção lançados no circuito comercial.

É significativo, também, que a recuperação do nome de Adelia tenha partido da iniciativa de outras cineastas negras que saíram em busca de referências e de conhecer melhor a própria história. Processo similar ocorreu com Antônia Ágape, a primeira diretora negra da Paraíba, que em 1982 realizou o curta As cegas. O filme e a cineasta voltaram à tona recentemente graças à pesquisa de Carine Fiúza, também uma realizadora paraibana negra.

É de se pensar, portanto, em quantas outras diretoras podem ser redescobertas. “A gente sabe pouco sobre o cinema negro brasileiro, mas sabe ainda menos sobre cinema negro brasileiro no feminino, resumiu Edileuza, que agora pesquisa cineastas negras pioneiras ao lado de Ceiça Ferreira. Esse apagamento não é casual, mas, sim, uma forma de nos manter na invisibilidade. Trazer os nomes de Adelia e Antônia é dizer ‘Nós existimos’, Nós estamos aqui’, o que é de grande importância para as novas gerações.”

O processo de recuperar trajetórias exige esforços e recursos não apenas de pesquisa, como também de preservação que permitam o acesso às obras. Adelia, por exemplo, não tem os negativos originais de quatro curtas-metragens, que, segundo ela, foram depositados no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) e, depois, desapareceram. Além disso, os filmes dos quais tem cópia – como Denúncia vazia, Adulto não brinca e o próprio Amor maldito, todos divulgados por ela no YouTube – precisam ser restaurados.

Na imagem, em preto e branco, está uma mulher negra, de cabelos curtos e crespos, que usa uma calça escura, camisa listrada e casaco. Ela segura uma bengala enquanto anda por uma estrada. Há pessoas ao fundo.
Adélia Sampaio no set de "Adulto não se brinca" (imagem: Acervo pessoal / Adélia Sampaio)

No texto que escreveu sobre Adelia, Renata Martins mencionou a ocasião em que um professor não soube responder à sua pergunta sobre quem eram as cineastas negras brasileiras. Hoje, ela acredita que a resposta esteja sendo construída de forma “coletiva, artística e política” por mulheres e homens negros. Renata destaca o papel das políticas públicas tanto na produção de filmes, mostras e festivais quanto “na criação de empresas vocacionadas e na ampliação da discussão sobre a ausência e o apagamento de profissionais”.

Em 2005, a resposta que encontrei era que existíamos, mas éramos poucos e esses poucos eram invisibilizados. Em 2024, quase 20 anos depois, uma resposta à minha pergunta se apresenta de outra forma, refletindo a constante e consistente produção audiovisual dos realizadores negros”, afirmou. “Se naquela época eu não sabia quem éramos e onde estávamos, hoje sei quem somos, onde estamos e quais tecnologias afetivas e ancestrais podemos utilizar para evitar que a história do cinema de herdeiro nos apague novamente.”

“Não vim a passeio”

Pensando na continuidade desse movimento, Adelia tem um conselho aos cineastas das novas gerações: “Eu diria que devem tentar sempre, porque uma hora dá certo. É preciso ter paciência e acreditar no que está apostando. Eu sempre acreditei muito nas minhas propostas e, assim, consegui ir adiante”.

Adelia voltou à direção em 2018 com o curta O mundo de dentro, no qual a atriz Stella Miranda interpreta uma mulher que interroga a si mesma diante do espelho. Agora, quer realizar um projeto antigo: o longa A barca das visitantes, sobre as mulheres que visitavam presos políticos em Ilha Grande, Ilha das Cobras e Ilha das Flores, todas no Rio de Janeiro, durante a ditadura militar. De novo, ficção e realidade se combinam, já que Adelia era uma dessas mulheres e fez o trajeto várias vezes para ver o jornalista Pedro Porfírio, pai de seus filhos. Embora duvide da possibilidade de obter financiamento público (“Não vão me dar dinheiro para fazer isso”), a cineasta está finalizando o roteiro e planejando “um novo ajuntamento” para tirar o filme do papel.

“Outro dia um amigo me disse: você não veio [ao mundo] a passeio. E eu não vim mesmo. Eu vim para falar. Se eu posso falar, eu falo. E, aos 80 anos, concluo que vivi bem”, disse Adelia. “Não vim a passeio, vivi bem e estou aqui realizando.”

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