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Chico Buarque, 80 anos: aniversário é comemorado com shows, livros e mais

Sozinho ou em parceria, o artista já compôs 537 músicas. A mais tocada é “Iolanda” (1984) e a mais gravada, “Gente humilde” (1969)

Publicado em 19/06/2024

Atualizado às 15:46 de 19/06/2024

por André Bernardo

Miltinho e Aquiles, os integrantes remanescentes da formação original do MPB4, puxam pela memória, mas não conseguem se lembrar do exato momento em que conheceram
Francisco Buarque de Hollanda, há quase 60 anos. Para um deles, foi em um encontro no Bar Redondo, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua da Consolação, em São Paulo. Para o outro, foi em uma apresentação do cantor no Bar Cravinho, na capital paulista. Juntos, o cantor e o quarteto gravaram músicas, fizeram shows e participaram de festivais – em 1967, conquistaram o terceiro lugar com a canção “Roda viva”, no Festival da Record. Ficaram atrás apenas de “Ponteio’, de Edu Lobo e Capinam, e “Domingo no Parque”, de Gilberto Gil, primeiro e segundo colocados, respectivamente.

Foi no camarim de um dos incontáveis shows que fizeram juntos – houve um tempo em que se dizia, quase de brincadeira, que o nome do grupo era MPB-5 – que começou a nascer a única parceria entre Chico e Miltinho. O músico estava ao violão dedilhando uma melodia quando Chico parou para ouvir. “Puxa, que música bonita!”, elogiou o cantor. “Gostou?”, perguntou o compositor, “então, faz a letra!”. Algum tempo depois, Chico recebeu uma encomenda do Quarteto em Cy. O grupo vocal formado pelas irmãs Cybele, Cylene, Cynara e Cyva queria gravar um disco e pediu uma música para o artista. Como ele não tinha nenhuma inédita guardada, se lembrou da melodia de Miltinho. “Angélica” foi gravada pelo Quarteto em Cy em Querelas do Brasil (1978) e regravada pelo MPB4 em Bons tempos, hein? (1978) e por Chico Buarque em Almanaque (1981).

Na imagem estão cinco homens: Chico Buarque e os integrantes do MPB4. Todos são brancos e de cabelos grisalhos, exceto um deles, que tem a cabeça raspada. O primeiro usa roupas pretas e óculos de grau. O segundo usa camisa acinzentada e calça jeans. O terceiro, camisa azul e calça escura. O quarto usa camisa marrom e calça jeans acinzentada. Por fim, o último usa camisa e calça jeans em tons escuros.
Chico Buarque e MPB4 (imagem: Divulgação)

Em fevereiro, Chico Buarque e MPB4 voltaram a se encontrar para regravar a canção. O encontro se deu no estúdio da Biscoito Fino, no Rio de Janeiro. “Foi uma satisfação para o MPB4 e uma honra para mim”, derrama-se Milton Lima dos Santos Filho, o Miltinho. “Conheço o Chico desde 1965. Foram nove anos de estreita convivência, até que ele resolveu dar um tempo dos palcos. Shows, ensaios, viagens... Até pelada de futebol, nós jogamos juntos, acredita?”, recorda o violão e voz do MPB4. A canção “Angélica” vai entrar no CD que comemora os 60 anos do MPB4 e os 80 de Chico Buarque. O álbum conta com as participações especiais de Edu Lobo, Paulinho da Viola, Ivan Lins, Milton Nascimento e Alceu Valença, entre outros.

 Anos de chumbo

A história da música “Angélica” está contada em dois livros recém-lançados para comemorar os 80 anos do cantor e compositor, no dia 19 de junho: Trocando em miúdos – seis vezes Chico, de Tom Cardoso, e O que não tem censura nem nunca terá – Chico Buarque e a repressão artística durante a ditadura militar, de Márcio Pinheiro. A letra presta uma homenagem póstuma à estilista mineira Zuzu Angel (1921-1976), que morreu na madrugada de 14 de abril de 1976 em um atentado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O Karmann-Ghia que ela dirigia capotou na saída do túnel Dois Irmãos e caiu de uma altura de dez metros. À época, Zuzu procurava os assassinos do filho, o estudante Stuart Angel (1946-1971). 

Zuzu Angel sabia que ia morrer. Ou, pelo menos, desconfiava disso. Tanto que, no dia 23 de abril de 1975, escreveu dezenas de bilhetes e os entregou a artistas e intelectuais, como o cantor Chico Buarque e o jornalista Zuenir Ventura. “Se eu aparecer morta, por acidente, assalto ou qualquer outro meio, terá sido obra dos mesmos assassinos do meu amado filho”, dizia o texto. Durante muito tempo, acreditou-se que Zuzu teria morrido em um “suposto acidente de carro”, após ingerir álcool, cochilar ao volante ou sofrer um infarto. Nada disso. Em 2020, a justiça brasileira reconheceu que ela foi assassinada por agentes da ditadura militar. E novas certidões de óbito foram emitidas em nome de Zuzu Angel e de seu filho, Stuart.

 >>Visite o site da Ocupação Zuzu Angel

Autor de O que não tem censura nem nunca terá, Márcio Pinheiro relata os muitos apuros enfrentados por Chico durante a ditadura. Entre outros perrengues, o cantor teve música censurada (pelo menos umas dez, como Apesar de Você e Cálice), foi obrigado a viver no exílio (em Roma, entre janeiro de 1969 e março de 1970), precisou compor sob pseudônimo (Júlio César Botelho de Oliveira, o Julinho da Adelaide) e chegou a depor na polícia. “O momento mais tenso? Todos!”, dispara o autor. “A ditadura era criativa em inventar maneiras de perseguir. E vale lembrar acontecimentos paralelos, como a bomba do Riocentro e o atentado de Zuzu Angel. Mesmo não tendo Chico como alvo, esses ataques também o atingiram”, completa Pinheiro.

A ideia original de Márcio Pinheiro era escrever uma biografia de Chico Buarque, nos moldes da que ele escreveu sobre O Pasquim, Rato de redação (Matrix, 2022). Mas, como contar sua vida – desde o nascimento, no dia 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro, até os dias atuais – parecia uma missão impossível, ele optou por fazer um recorte que, grosso modo, vai de 1966 a 1989. “Chico Buarque foi o artista brasileiro mais visado pela censura. Soube enfrentá-la com inteligência e criatividade”, destaca o autor. “Com sua arte, Chico Buarque conseguiu criar uma trincheira e, dali, enfrentou a ditadura. E mais: suas composições não ficaram velhas ou datadas. Podem ser ouvidas com o mesmo prazer 40, 50 anos depois”.

Uma curiosidade: como Julinho da Adelaide, Chico Buarque compôs três canções: “Acorda, amor” (1974), “Jorge maravilha” (1974) e “Milagre brasileiro” (1975). Um verso de “Jorge maravilha” ficou famoso: “Você não gosta de mim / Mas sua filha gosta”. “Aquela música falava de uma situação que vivi muito: os caras do DOPS iam me prender e, enquanto me levavam para depor, pediam para eu autografar discos para as filhas, que gostavam de mim”, relata o cantor em entrevista ao jornal Correio Braziliense, de 9 de janeiro de 1999.

Trocando em miúdos

A ideia de biografar Chico Buarque também passou pela cabeça de Tom Cardoso, autor de alguns exemplares do gênero como Sócrates (2014), Ninguém pode com Nara Leão: uma biografia (2021) e Tarso de Castro: 75 kg de músculo e fúria (2023). Mas ele desistiu. Em vez disso, publicou um ensaio jornalístico, dividido em seis capítulos: “Política”, “Literatura”, “Fama”, “Polêmicas”, “Censura e autocensura” e “Futebol”. Para tanto, consultou extensa biografia, ouviu a discografia do cantor (ao longo da carreira, Chico gravou 37 álbuns de estúdio e nove ao vivo) e pesquisou entrevistas antigas em dezenas de livros, jornais e revistas.

“A princípio, achei que, pela própria timidez, encontraria uma “Nara Leão de calças”. Mas, para minha surpresa, me deparei com um personagem polêmico que sempre se posicionou de maneira corajosa. Se a pesquisa surpreendeu o autor, também vai surpreender o público”, promete Cardoso. Quanto ao fato de não ter entrevistado Chico Buarque, ele minimiza. “As entrevistas que o Chico deu nos anos 1960 e 1970 são incríveis. Imagino que, se pudesse entrevistá-lo, seria algo protocolar. Aproveitaria pouca coisa. As entrevistas que pesquisei são quase inéditas. A maioria delas não está no Google. Você tem que entrar nos arquivos da Biblioteca Nacional. E, por terem sido dadas no calor da hora, têm mais valor jornalístico”, avalia.

Olhos nos olhos

As comemorações pelos 80 anos de Chico Buarque vão além, muito além do lançamento de dois livros. Abrangem, ainda, a gravação de um CD, a produção de um filme, os ensaios de um musical, a realização de shows... Em março, Claudette Soares lançou Claudette canta Chico, com dez canções do autor – de “Realejo” (1967) a “Caravanas” (2017). Não é a primeira vez que um artista dedica um álbum inteirinho ao repertório do cantor: Ney Matogrosso (Um brasileiro, 1993), Oswaldo Montenegro (Seu Francisco, 2000) e Mônica Salmaso (Noites de gala, samba na rua, 2007) já lançaram projetos semelhantes. Claudette canta Chico foi produzido pela Kuarup para as plataformas digitais e lançado pela Companhia de Discos do Brasil em mídia física.

A convite do produtor Thiago Marques Luiz, Chico Buarque participou da primeira faixa do álbum, “Cadê você” (1987), uma parceria dele com João Donato (1934-2023). “Em geral, duetos são gravados em separado. Cada um em um estúdio diferente. Mas, nós quisemos gravar um olhando para o outro”, explica Claudette que conta ter conhecido o cantor no João Sebastião Bar, uma casa noturna em São Paulo. Toda quarta-feira, ela apresentava um programa de jovens talentos, como Chico, Toquinho e Taiguara (1945-1996). “Cadê você”, explica a cantora, foi gravada em um take só. Terminada a gravação, Chico e Claudette se deram por satisfeitos com o resultado. “Se regrava muito, perde a espontaneidade. O importante é a emoção do momento”, orgulha-se a cantora.

Na imagem está Chico Buarque, um homem branco, de cabelos grisalhos e olhos claros, deitado em uma cadeira. Ele usa uma camisa branca de botões e calça preta. Atrás dele há arbustos verdes.
Chico Buarque já compôs mais de 500 canções (imagem: Bob Wolfenson)

Chico Buarque já compôs, sozinho ou em parceria, 537 músicas. Os dados são do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD). As três músicas mais tocadas são “Iolanda” (1984), “A banda” (1966) e “João e Maria” (1977) e as três mais gravadas são “Gente humilde” (1969), “Retrato em branco e preto” (1968) e “Beatriz” (1982).

Bastidores

A obra de Chico Buarque será revisitada em duas produções. Uma delas, ainda sem título, será adaptada para as telas. Trata-se da versão cinematográfica de “Geni e o Zepelim”, canção que faz parte do musical Ópera do malandro (1978) e conta a história de uma prostituta que salva uma cidade do ataque de um zepelim prateado. O filme terá produção da Migdal Filmes, coprodução da Globo Filmes e roteiro e direção de Anna Muylaert. “Não posso adiantar mais nada por enquanto”, faz mistério a cineasta de filmes como Que horas ela volta? (2015), entre outros.

A outra produção, Nossa história com Chico Buarque, será encenada nos palcos – a estreia está prevista para 29 de agosto no Teatro Riachuelo, no Rio. Será a terceira vez que a produtora Andréa Alves produz um espetáculo baseado na obra do artista: as outras duas foram A ópera do malandro, de João Falcão, e Gota d’água [a seco], de Rafael Gomes. Dessa vez, o espetáculo será adaptado por Rafael Gomes e Vinicius Calderoni. “Comecei a conversar com o Chico ainda na pandemia. A ideia de montar o espetáculo foi amadurecendo aos poucos até que nos demos conta da efeméride. O Chico não gostou nada de lembrar que ia fazer 80 anos. O espetáculo não é biográfico. É uma obra dramático-musical”, define Alves.

Além de Gota d’água, parceria com Paulo Pontes (1940-1976), e Ópera do malandro, Chico Buarque escreveu mais três peças teatrais: Roda viva (1967), Calabar – O elogio da traição (1973), parceria com Ruy Guerra, e O grande circo místico (1983), a quatro mãos com Edu Lobo.  

Sanatório geral

Ao longo do mês, diversos artistas fazem shows em homenagem ao ilustre aniversariante. Um deles é Francis Hime, parceiro de Chico em 19 canções, como “Meu caro amigo” (1976), “Trocando em miúdos” (1978) e “Vai passar” (1984). A parceria teve início em 1972 com “Atrás da porta”. Mas, poderia ter sido bem antes, se o poeta Vinicius de Moraes (1913-1980) tivesse deixado. Quem conta essa história é o próprio compositor. “Nos anos 1960, amigos em comum nos incentivaram a compor juntos. Escolhi uma melodia para o Chico escrever a letra. Mas, quando soube da história, Vinícius vetou a parceria. Era muito ciumento”, entrega Francis que apresenta o show Dois Franciscos, ao lado de Olivia Hime, no dia 20, no Espaço Cultural BNDES, no Rio. O recordista em parcerias com Chico Buarque é o cantor e compositor Edu Lobo. Juntos, ele e Chico compuseram 42 músicas, como “Beatriz” (1982) e “Ciranda da Bailarina” (1982), entre outras.

Um dia depois, no dia 21 de junho, o Teatro Rival, no Centro do Rio, recebe o show Mulheres de Chico celebram os 80 anos de Chico Buarque. O primeiro bloco carnavalesco formado integralmente por mulheres surgiu em 2003 como uma brincadeira de Carnaval entre duas amigas foliãs, Vivian e Gláucia, durante o desfile do Céu na Terra pelas ladeiras de Santa Teresa. Lá pelas tantas, uma das duas sonhou alto: “Já imaginou se a gente fizesse um bloco só de mulheres com músicas do Chico?”. Hoje, o bloco tem 30 integrantes, público fidelíssimo e repertório para mais de quatro horas de show. “Toco músicas do Chico há 18 anos e, há 18 anos, eu me emociono tocando as músicas dele”, derrama-se Vivian Freitas, uma das fundadoras.

Se o bloco Mulheres de Chico toca as músicas de seu muso em ritmo de samba, o duo NU’SZ revisita o repertório do artista com uma sonoridade eletrônica. A dupla é composta pelo músico Max Silva e pela cantora Marcê Porena. Os dois releem clássicos do cantor, como “Tatuagem” (1973), “Olhos nos olhos” (1976) e “Sob medida” (1979), em uma roupagem pop. Daí, o nome do duo: NU’SZ, de nudez. “De tirar a roupa velha e colocar uma nova”, revela Silva. “Não significa que o que fazíamos era velho. Significa que necessitávamos de uma mudança”. No dia 13 de junho, o duo apresenta o espetáculo Chico Buarque – Um outro olhar no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro. No repertório, uma novidade: “Anos dourados” (1986), de Chico Buarque e Tom Jobim (1927-1994). “Adoraríamos, um dia, poder dar um abraço no Chico, mas ainda não rolou. Quem sabe depois dessa entrevista?”, diverte-se Silva.

O meu guri

A Companhia das Letras já anunciou que, em agosto, chega às livrarias seu novo título: Bambino a Roma. Desde Estorvo (1991), que teve uma tiragem inicial de 30 mil exemplares esgotada em apenas dois dias, Chico Buarque já publicou seis livros: Benjamim (1995), Budapeste (2003), Leite derramado (2009), O irmão alemão (2014), Essa gente (2019) e Anos de chumbo e outros contos (2021). Como escritor, ganhou o Prêmio Jabuti três vezes, teve dois livros adaptados para o cinema (Estorvo, por Ruy Guerra, e Benjamim, por Monique Gardenberg) e foi traduzido para mais de 20 idiomas. “A imaginação de Chico Buarque é bela e peculiar”, já elogiou o escritor britânico Salman Rushdie, autor de Os versos satânicos (Companhia das Letras, 1998). “Ler sua ficção é sempre um prazer”.

Em tom de autoficção, Bambino a Roma rememora os dois anos em que o futuro escritor, então com oito anos, morou na capital italiana. Seu pai, o sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda (1902-1982), aceitou lecionar Estudos Brasileiros na Universidade de Roma. Em solo italiano, o patriarca telefonou para a família, avisando que tinha encontrado um “palazzo” para morar. Os filhos, claro, pularam de alegria. Acharam que iam morar em um castelo de verdade. “Quando chegaram lá, descobriram não só que palazzo é qualquer prédio em italiano, mas que o tal apartamento ficava no andar térreo, era sombrio e escuro, e muito frio no inverno”, relata a jornalista Regina Zappa na biografia Para todos (2000), da coleção Perfis do Rio.

O tal apartamento, “sombrio e escuro”, ficava na Via San Marino, 12, no bairro Nomentano. Autor de Tantas palavras (2007), Humberto Werneck conta que, em Roma, Chico estudou numa escola americana, a Notre Dame International. No colégio, mereceu elogios da professora de literatura. “Quando o tempo passar e você estiver crescido, vou procurar contos e romances escritos por Francisco Buarque de Hollanda”, profetizou a docente, Miss Tuttle, em 1954. Mal sabia ela que, 65 anos depois, seu aluno brasileiro ganharia, por unanimidade, o Prêmio Camões, o mais prestigiado da língua portuguesa. “Fiquei muito feliz e honrado de seguir os passos de Raduan Nassar”, declarou o escritor, em comunicado oficial.

A banda

No momento, Chico Buarque curte merecido descanso dos palcos. Mas, entre setembro de 2022 e junho de 2023, fez 60 shows no Brasil e cinco em Portugal. A turnê Que tal um samba?, título do single que ele lançou em 2022, teve início em João Pessoa, na Paraíba, e terminou em Lisboa, em Portugal. No palco, Chico Buarque revisitou 31 canções de seu repertório, como “Noite dos mascarados” (1966), “João e Maria” (1977) e “Futuros amantes” (1993). 17 delas foram interpretadas, em números solo ou em duetos, pela cantora Mônica Salmaso, convidada especial da turnê. Em 2023, a gravadora Biscoito Fino lançou um CD duplo do show, intitulado Que tal um samba? Ao vivo.

Na imagem está o cantor Chico Buarque, um homem branco e de cabelos grisalhos. Ele usa casaco e camiseta, ambos na cor cinza, e toca um instrumento enquanto canto no palco. Há também um microfone próximo ao rosto do artista.
Chico Buarque em show da turnê "Que tal um samba?" (imagem: Leo Aversa)

A banda que acompanha Chico Buarque é formada por Luiz Claudio Ramos (arranjos, guitarra e violão), João Rebouças (piano), Jorge Helder (baixo acústico e elétrico), Jurim Moreira (bateria), Chico Batera (percussão), Bia Paes Leme (teclados e vocais) e Marcelo Bernardes (sopros). Luiz Claudio Ramos começou a trabalhar com o cantor em 1973, quando participou da gravação de Bárbara, da trilha sonora do espetáculo Calabar. Já Jorge Helder entrou para a banda 20 anos depois a convite do próprio Luiz Claudio. “Já tinha tocado com a Miúcha (1937-2018) e ela deu a maior força para eu tocar com o irmão dela”, recorda. “Houve um tempo em que o Chico me chamava de “São Jorge”. Hoje, virei simplesmente Jorge”, acha graça.

Bia Paes Leme faz parte da banda desde 1999. “Estamos completando bodas de prata”, diverte-se. “Todos da banda e da equipe estão juntos há muitos anos. Isso cria um ambiente de amizade e confiança que faz muito bem ao trabalho”, avalia. No caso de Ramos e Helder, além de companheiros de palco e de estúdio, também são parceiros de Chico: Ramos, em duas canções – “Outra noite” (1993) e “Cecília” (1998) – e Helder, em três – “Bolero blues” (2006), “Rubato” (2010) e “Casualmente” (2017). “Certo dia, entrei no estúdio sem saber o que ia tocar. Lá dentro, descobri que era para gravar “Bolero blues”, nossa primeira parceria. Hoje em dia, acho graça, mas, na hora, fiquei surpreso. Cheguei a chorar de emoção”, confessa o contrabaixista.

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