O ator, apresentador, escritor, músico e poeta foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2016
Publicado em 05/08/2022
Atualizado às 13:59 de 05/08/2022
Morreu em São Paulo, aos 84 anos, o ator, apresentador, diretor de teatro, escritor, músico e poeta Jô Soares. A notícia foi confirmada por sua ex-esposa Flávia Pedras, pelas redes sociais.
Jô Soares começou sua carreira na televisão em 1956, na TV Record. Em 1958 participou do programa Noite de gala, na TV Rio, e passou a escrever para outro programa da emissora, o TV mistério, que contava com grandes nomes em seu elenco, como Tônia Carrero e Paulo Autran.
Trabalhou 62 anos na televisão, como apresentador, roteirista e ator. Entre as produções, destacam-se: Faça humor, não faça guerra (1971-1973), na Rede Globo; Ceará contra 007 (1965), única novela onde atuou, na TV Record; e Praça da Alegria na TV Rio (1956-1967) e posteriormente na Rede Globo (1977-1978). Também foi apresentador do programa Jô Soares onze e meia (1988-1999), no SBT, e do Programa do Jô (2000-2016), na Rede Globo.
Na literatura, Jô Soares publicou diversos romances, com destaque para o gênero policial, como O homem que matou Getúlio Vargas (1998), Assassinatos na Academia Brasileira de Letras (2005) e O Xangô de Baker Street (1995). Também é um dos autores das obras de humor A copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar (1994), com Roberto Muylaert e Armando Nogueira, e Humor nos tempos do Collor (1992), junto com Millôr Fernandes e Luis Fernando Verissimo. Em 2016, Jô foi eleito para a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras.
Ele estreou no teatro com a peça O auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, em 1959. Atuou e dirigiu diversas montagens, como O casamento do Senhor Mississipi, de Friedrich Dürrenmatt; Ricardo III, de William Shakespeare; Os trinta milhões do americano, de Eugène Labiche; Às favas com os escrúpulos, de Juca de Oliveira; e O eclipse, de Jandira Martini. Dirigiu também o espetáculo Brasil da censura à abertura, texto de sua autoria e de Armando Costa, José Luiz Archanjo e Sebastião Nery; no elenco Marília Pêra e Marco Nanini.
No cinema, Jô Soares atuou em aproximadamente 25 filmes, com destaque para O homem do Sputnik (1959), Tudo legal (1960), O Xangô de Baker Street (2001), baseado em seu livro homônimo, e O pai do povo (1976), no qual também atuou como roteirista e diretor.
Grande entusiasta do jazz, Jô também apresentou o programa Jam session, na Nova Eldorado e na Rádio Eldorado entre a década de 1980 e 1990. Como músico, lançou quatro discos, entre álbuns de humor e de jazz.
Na Itaú Cultural play, plataforma de streaming do Itaú Cultural, você pode conferir o filme Amante muito louca, de Denoy Oliveira, que conta com Jô Soares no elenco.