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80 anos de Nei Lopes, em busca da história das questões da população negra na diáspora

Assista a entrevistas e conheça mais sobre a trajetória do compositor, escritor e pesquisador carioca

Publicado em 09/05/2022

Atualizado às 12:00 de 09/05/2022

Cantor, compositor, poeta, escritor, pesquisador, teatrólogo e advogado, Nei Lopes comemora 80 anos neste 9 de abril. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, no bairro do Irajá, é o 13° filho de uma grande família e desde a infância é influenciado musicalmente pela mãe, pelo tio e pelos irmãos. É também na infância que tem contato com o mundo da produção teatral, através do Grêmio Recreativo Pau-Ferro de Irajá, fundado em 1957.

Confira a participação do compositor no programa Toca Brasil

Veja também a homenagem a Nei Lopes na plataforma Ancestralidades, iniciativa de difusão de saberes, histórias e culturas da população negra e dos povos originários, desenvolvida pela Fundação Tide Setubal e pelo Itaú Cultural.

A fotografia é um retrato de Nei Lopes. O compositor está de camisa azul, boina bege e óculos de armação preta. Seu rosto está virado para a esquerda e o artista sorri. Um tecido com estampa africana preenche o fundo da imagem.
Nei Lopes (imagem: Jefferson Mello)

Os primeiros contatos de Nei com a literatura se dão através da leitura de autores como Olavo Bilac, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Gonçalves Dias, Manuel Bandeira, Aluísio Azevedo e Lima Barreto.

No início da década de 1970 tem seu primeiro samba gravado pela cantora Alcione, Figa de Guiné, composição em parceria com o cantor Reginaldo Bessa. Na mesma década funda o Grêmio Recreativo de Artes Negras e Escola de Samba Quilombo junto com Candeia, Neizinho, Wilson Moreira e Mestre Darcy do Jongo.

Nei Lopes foi entrevistado no Jogo de ideias, programa do Itaú Cultural com convidados da música, da literatura, do teatro e da educação, entre outras áreas.

Ele é autor de uma emblemática obra musical, da qual se destacam o disco A arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes (1980), vencedor do Troféu Villa Lobos; Negro mesmo (1983); De letra & música (2000); e Partido ao cubo (2004), vencedor do Prêmio Tim e indicado ao Grammy Latino.

Além do sucesso na carreira musical, Nei é autor de mais de 35 livros, entre contos, romances, dicionários e não ficção, e é um dos maiores pesquisadores e intelectuais brasileiros no estudo de culturas africanas, tanto do continente africano quanto no contexto da diáspora. Entre suas obras literárias, destacam-se os romances Mandingas da mulata velha na cidade nova (2009), Esta árvore dourada que supomos (2011) e A lua triste descamba (2012), o livro de contos Vinte contos e uns trocados (2006), o livro paradidático vencedor do Prêmio Jabuti História e cultura africana e afro-brasileira (2008) e a Enciclopédia brasileira da diáspora africana (2004). O compositor foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ).

Conheça mais sobre a vida e obra de Nei Lopes na Enciclopédia Itaú Cultural de arte e cultura brasileira.

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