Para além do futebol, o maior ídolo dos gramados é uma referência de cultura brasileira
Publicado em 29/12/2022
Atualizado às 10:51 de 30/12/2022
por Fernanda Castello Branco
Se futebol é arte, partiu nesta quinta-feira, 29 de dezembro de 2022, o artista que deu vida ao personagem mais lendário de todos os tempos no mundo da bola. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, morreu aos 82 anos, depois de um mês de internação, no Hospital Albert Einsten, em São Paulo (SP).
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O Instagram oficial de Pelé noticiou a morte ressaltando que ele faleceu “pacificamente”. Atendendo a pedidos do ex-jogador, seu corpo será levado para a Vila Belmiro, estádio do Santos Futebol Clube, onde será realizado o velório, provavelmente apenas na segunda-feira, dia 2 de janeiro de 2023. O Santos, aliás, publicou a homenagem abaixo no seu canal oficial do YouTube.
Sinônimo de Brasil no mundo todo, Pelé se aventurou na música e tem três discos gravados. A estreia foi no auge da carreira futebolística, no compacto duplo Tabelinha, de 1969, com ninguém menos que Elis Regina. Em 1977, o álbum Pelé foi lançado. E o mais recente é de 2006, Pelé ginga. Há gravações também com Jair Rodrigues e Roberto Carlos, cujo especial de fim de ano de 1977 também contou com a participação de Pelé. De acordo com dados do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), há 34 obras musicais e 15 gravações cadastradas no nome do ex-jogador.
O Rei do Futebol também foi cantado por muitos artistas. Em “Love, love, love” (1978), Caetano Veloso faz uma alusão ao discurso de despedida dos campos de Pelé, nos Estados Unidos. “O nome do Rei é Pelé” (2006) é uma louvação composta pelo flamenguista Jorge Ben Jor. Erasmo Carlos (1941-2022), que morreu mês passado, cita Pelé em sua música “Pega na mentira” (1981). Alcione também homenageou o ídolo dos campos na gravação de “O homem dos três corações” (2020), cujo título cita a cidade onde Edson Arantes do Nascimento nasceu, em Minas Gerais. Chico Buarque escreveu “O futebol” em 1989 e cita Pelé, entre outros ídolos.
Para Mané
Para Didi, para Mané
Quando é para Didi, para Mané
Para Didi, para Pagão
Para Pelé e Canhoteiro
Na TV e no cinema, Pelé também fez participações, inclusive em Hollywood. Em 1981, ele atuou em Fuga para vitória, com Sylvester Stallone e Michael Caine. Já em 1983, ele deu vida a um treinador em um orfanato em A vitória do mais fraco, de Terrell Tannen. Em Os Trapalhões e O Rei do Futebol, de 1986, ele se juntou aos comediantes mais famosos da época no Brasil. Na televisão, ele fez uma participação na novela O clone, de 2001.
Na política, Pelé também deu sua contribuição. Ele foi o ministro do Esporte, entre 1995 e 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso. No dia 25 de março de 1998, foi sancionada a Lei Pelé, que regulamentava os direitos trabalhistas dos jogadores do futebol.