Premiação destaca a originalidade da comunicação visual da América Latina, baseado na inovação, impacto e criatividade
Publicado em 10/05/2022
Atualizado às 18:30 de 10/05/2022
O projeto gráfico editorial do catálogo Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos, de 2017, foi selecionado para a 6ª edição do Latim American Design (LadAwards), prêmio internacional que destaca a originalidade da comunicação visual latino-americana, baseado na inovação, impacto e criatividade.
O Itaú Cultural, que completou 30 anos na época em que o projeto foi criado, teve a data celebrada com uma exposição que exibiu cerca de 700 obras de arte da coleção Itaú-Unibanco, no edifício da Oca, no Ibirapuera (SP). Paulo Herkenhoff foi convidado para realizar a curadoria, que também contou com Thais Rivitti e Leno Veras.
A exposição ocupou quatro andares do local e não apresentou um percurso único, seguindo a ideia de constelação, o que despertou vários sentidos no visitante.
Mestre em comunicação e membro da equipe curatorial da exposição, Leno Veras comentou que o contato com o acervo, que possuía cerca de 15 mil obras na época, foi uma experiência de pesquisa.
“São vários universos correlatos, dado que a coleção foi sendo formada ao longo dos anos, incorporando outras. A ideia de Modos de ver o Brasil vem da própria experiência da equipe curatorial, composta por mais de um lugar de fala e de uma perspectiva de identificar que este acervo era capaz e potente o bastante para que a gente pudesse, a partir dele, estabelecer uma diversidade de leituras historiográficas distintas”, destacou Leno.
Indicação ao LadAwards
A partir da ideia da exposição, surgiu a necessidade de se criar um catálogo. Ou seja: além de registrá-la, foi possível gerar um novo panorama do acervo, possibilitando a construção de uma narrativa visual mais dinâmica e otimizada, mostrando as obras em múltiplos contextos.
Para este projeto gráfico, feito pela designer Luciana Orvat, do estúdio Claraboia, com participação do designer Yoshiharu Arakaki e do, até então, diretor criativo Jader Rosa, hoje gerente do Observatório, foi utilizada a tipografia e as cores da identidade do evento.
Como representação do tempo de existência do Instituto, eles usaram três fitilhos, sendo um para cada década. Escrito em relevo, o título muda de acordo com o posicionamento da luz e, para completar, pontos ligados por traços se destacam na obra, dando a ideia de uma constelação. Foi justamente todo esse conjunto que contribuiu para a indicação ao LadAwards.
Yoshiraru destaca que isso é resultado de um trabalho feito em conjunto, desde a proposta da identidade, criação do título até a finalização do projeto. Ele afirma que tudo teve envolvimento do pessoal de produção, editorial, coordenadores e designers.
“Sempre falo que, sozinho, a gente não consegue. É um olhar em conjunto da equipe que fez com que a gente desse uma validação, uma versão final. Essa é minha participação em relação a identidade e, logicamente, todo mérito é para quem fez o projeto gráfico mesmo, a Luciana Orvat”, diz o designer.
Ele explica que a equipe teve esse papel de propor, validar e acompanhar o projeto de Luciana por meio da direção de Jader. “Acredito que a participação de cada um resultou nesse produto final. Ficamos muito felizes porque é um reconhecimento para a equipe e para a instituição como um todo. O Itaú Cultural está colhendo os frutos por meio de um trabalho coletivo”, conclui Yoshiharu Arakaki.