Assista a todas as aulas do curso Cultura e Desenvolvimento
Organizado pelo Observatório Itaú Cultural, as aulas trataram desses conceitos no campo da gestão e das políticas culturais
Publicado em 18/06/2020
Atualizado às 11:39 de 03/07/2022
Somado ao lançamento da edição 27 da revista ObservatórioItaú Cultural, que é voltada a debates sobre gestão e políticas culturais, o Itaú Cultural organizou um curso sobre os conceitos importantes para esses campos: cultura e desenvolvimento, ambos com definição difícil e diversas interpretações. Todas as aulas desse curso estão agora disponíveis no nosso canal do Youtube. Assista pelo player abaixo. Também nesta página, veja os tópicos de cada aula e as leituras sugeridas para cada uma.
Ementa do curso
Cultura e desenvolvimento compõem um debate amplo e antigo. Apesar da retórica de frases como "Não há desenvolvimento sem cultura” ou “Cultura é imprescindível para o desenvolvimento", não se encontram evidências de inclusão efetiva da cultura no desenvolvimento nem de aceitação do desenvolvimento nas políticas culturais. A despeito das exceções, não há integração consistente entre essas áreas. Tendo isso em vista, devemos valorizar as iniciativas das ações dos cidadãos e da sociedade civil que têm resultados e trazem mudanças significativas, evidenciando a importância do que é local para o desenvolvimento.
Com essa problemática em perspectiva, o curso situa a reflexão no contexto da Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um plano de ação promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como referência importante para a comunidade internacional e para os agentes culturais de diferentes níveis territoriais. Embora os ODS não contenham um objetivo especificamente ligado à cultura, essa discussão está presente: tanto na ideia de que a faceta cultural é transversal aos 17 objetivos quanto em propostas de que a cultura se torne um deles, podendo assim contribuir mais para a Agenda 2030.
O curso provoca os agentes culturais a uma reflexão sobre como a cultura pode ser capaz de influenciar para que a Agenda 2030 seja relevante para todos os seus países membros. Pensar em termos de sustentabilidade de futuro exige uma profunda mudança na mentalidade tradicional do setor e das políticas culturais em todos os níveis, que devem configurar sua contribuição para esse desafio mundial.
Filme Alô, privilégio? É a Chelsea (Hello Privilege. It’s Me, Chelsea; 2019), dirigido pela realizadora e produtora negra Alex Stapleton e estrelado por Chelsea Handler, comediante branca estadunidense.
Autorxs negrxs: Sueli Carneiro, Ana Maria Gonçalves, Djamila Ribeiro, Jurema Werneck, Conceição Evaristo, Abdias Nascimento, Patricia Hill Collins, bell hooks.
Documento Agenda 21, feito a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no Rio de Janeiro, em 1992 [baixe]
Agenda 21 da Cultura (Barcelona, Espanha, 2004) [acesse]
Documento Culture 21: Agenda 21 da cultura, produzido em Bilbao, na Espanha, em 2015. Complementa o item anterior (Agenda 21, Barcelona, 2004) [acesse]
Documento La Cultura Cuarto Pilar del Desarrollo Sostenible, produzido na Cidade do México, em que se estabelece a cultura como o quarto pilar do desenvolvimento sustentável [em espanhol; acesse]
Documento Culture and Sustainable development: examples of institutional and proposal of a new cultural policy profile, produzido pela Comissão de Cultura da CGLU [em inglês; acesse]
Guia para Localização dos Objetivos de Desenvolvimento sustentável nos municípios brasileiros [acesse]
Documento Asegurar que la cultura forma parte integral de la respuesta a la pandemia de COVID-19: Declaració de la campaña Culture 2030 Goal [em espanhol; acesse]
Documento Decálogo para la era posterior a COVID-19, produto de uma série de fóruns da CGLU para definir quais podem ser as estratégias das cidades depois da pandemia. O ponto 8 estabelece a cultura como uma das estratégias fundamentais [em espanhol; acesse]
Documento La Carta de Roma 2020, omais recente relacionado à cultura nas cidades e estratégia em tempos de covid-19 [em espanhol; acesse]
AULA 5 | Alfons Martinell
As contribuições da cultura para a Agenda 2030
Enfoque cultural para o desenvolvimento
Algumas estratégias para incorporar os ODS à gestão cultural
Adriana Barbosa é a criadora da plataforma Feira Preta, a maior feira negra da América Latina, que, há 18 anos, busca fomentar negócios de afroempreendedores. Formada em gestão de eventos, Adriana começou a atuar profissionalmente em 1995, na área de comunicação, com trabalhos em emissoras de rádio, produtoras de TV e gravadoras. Em 2017 foi homenageada, com Lázaro Ramos e Taís Araújo, como um dos 51 negros com menos de 40 anos mais influentes do mundo segundo o prêmio Most Influential People of African Descent (Mipad). Em 2019, ganhou o Troféu Grão do Prêmio Empreendedor Social, da Folha de S.Paulo (com a aceleradora Pretahub), e recebeu o Prêmio Claudia 2019 em Empreendedorismo e Negócios.
Alfons Martinell éespecialista em formação de gestores culturais, cooperação cultural e desenvolvimento, políticas culturais territoriais e cultura e educação. Na Universidade de Girona, na Espanha, atua como professor e diretor da Cátedra Unesco de Políticas Culturais e Cooperação. É codiretor do Laboratório de Investigação e Inovação em Cultura e Desenvolvimento, assim como conselheiro da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), entre outros órgãos.
Enrique Glockner éumsociólogo mexicano. Trabalha com a concepção e a aplicação de métodos de pesquisa e avaliações do impacto de programas e políticas, tendo experiência em campos como a implementação de modelos de participação dos cidadãos e a análise da governança e da confiança institucional. Está ligado a redes e organizações internacionais como a Comissão de Cultura das Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU) e tem trabalhado como perito na efetivação dos modelos metodológicos da Agenda 21 Local e da Agenda 21 para a cultura em governos regionais. É coordenador do Comitê Municipal Profissionalizante da Universidade Ibero-Americana Puebla, presidente da Fundação de Estudos e Desenvolvimento da Gerência Territorial e diretor do Grupo de Consultoria Interdisciplinar.
Marta Porto é jornalista e ativista cultural. Atua como editora, ensaísta, curadora e consultora de espaços, festivais e projetos artístico-culturais e de comunicação, sendo autora dos livros Nós do Morro:20 Anos; Olhares Femininos,Mulheres Brasileiras; Comunicação no Centro da Mudança; Aids e Teatro: 15 Dramaturgias de Prevenção; e Juventude, Cultura e Cidadania. Liderou – sempre voltada para a discussão das relações entre arte, política, comunicação e imaginário social – ações experimentais em escolas, museus, bibliotecas, centros comunitários, prisões, plataformas digitais e grandes eventos internacionais – como Rio+20, Barcelona 2004, Objeto Urbano e Mostra Internacional Arte sem Fronteiras –, além de laboratórios, programas de formação, coleções e séries editoriais, filmes, publicidade social e projetos de imersão. Publicou mais de 40 artigos e ensaios de crítica cultural, políticas de cultura e comunicação em revistas e coletâneas de vários países, e organizou e editou a revista ObservatórioItaú Cultural número 24.
Paula Moreno foi a mais jovem ministra da Cultura da Colômbia e a primeira mulher afro-colombiana a ocupar um cargo ministerial. É fundadora da Corporación Manos Visibles – a qual também preside –, que desde 2010 empodera líderes e integrantes de organizações de comunidades excluídas, em especial afrodescendentes. É ainda membro do conselho de administração da Fundação Ford e, em 2018, publicou suas memórias em El Poder de lo Invisible. Paula recebeu vários reconhecimentos, como a Ordem San Carlos, da Colômbia, a Ordem da Águia Asteca, do México, e o Prêmio de Excelência Fullbright. Em 2013, foi reconhecida pelo canal britânico BBC como uma das cem mulheres líderes no mundo e, em 2016, pelas Nações Unidas como uma das cem líderes afrodescendentes mais influentes.