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O Brasil, um país profundamente marcado pela diversidade de cores, de pessoas, de culturas e de costumes, lida também com uma intensa desigualdade racial, evidente na ausência de direitos e de políticas públicas, na disparidade de renda e na dificuldade de falar sobre os racismos. A edição 32 da Revista Observatório Itaú Cultural, “Perspectivas das ancestralidades no fazer cultural”, debate como as heranças negras e indígenas incidem na gestão, na economia e nas políticas culturais. Como escreve Stéfane Souto em um de seus artigos, “o campo cultural é espaço de imaginação e de criação radical de realidades outras. É terreiro de reencantamento e de sacudimento do mundo”.
A partir de diferentes perspectivas e reflexões, busca-se demonstrar de que modo a promoção de uma sociedade mais justa passa também pela defesa e valorização das culturas negras e indígenas. Nos dez textos que compõem a revista, discorre-se sobre a participação das artes negras na indústria cultural e no mercado e sobre a importância de políticas públicas voltadas para a igualdade racial. Há também análises sobre cenas expressivas, como do funk e da ballroom, e uma investigação sobre a mobilização da juventude indígena nas redes em prol da luta por direitos ambientais e culturais. A partir de um mapeamento de instituições culturais, esta edição reflete ainda sobre como as tecnologias afro e indígenas incidem na gestão cultural.
Ao lado dos textos, uma série de entrevistas em vídeo aborda as políticas inclusivas para a arte e para a cultura sob o aspecto da diversidade racial no Brasil. São quatro conversas com especialistas, gestores e artistas sobre esse tema fundamental quando se trata de combater a discriminação e promover a igualdade racial. Além disso, a terceira temporada do podcast Observe também traz conversas sobre funk, artes visuais e mediação cultural.
Esta edição da revista dialoga, ainda, com o projeto Ancestralidades (www.ancestralidades.org.br), parceria do Itaú Cultural (IC) com a Fundação Tide Setubal que tem como objetivo reunir e difundir conhecimentos sobre a história e a cultura negra no Brasil em uma plataforma digital. O espaço é destinado ao debate, à formação e à reflexão sobre as relações raciais no país, atualmente enfocando as experiências da população negra, de modo a transbordar suas ações e pesquisas para o conjunto da sociedade.
Dito isso, convidamos os leitores a refletir sobre como as ancestralidades, plurais e diversas, impactam os setores culturais e artísticos no país, conhecendo e se conectando às histórias e memórias que nos antecederam, a fim de interpretar o presente e projetar um futuro mais igualitário.
Boa leitura!
Equipe Observatório Itaú Cultural