O acordeonista traz ao palco o disco A Gata Café
Publicado em 18/04/2018
Atualizado às 11:54 de 03/08/2018
O músico Toninho Ferragutti apresenta o disco A Gata Café acompanhado de mais quatro instrumentistas – comandantes de guitarra, sax, baixo e bateria. O álbum, gravado em janeiro de 2016, reúne dez composições do acordeonista e resulta da formação de um quinteto de sonoridade mais próxima do jazz. O trabalho rendeu ao veterano o Prêmio de Melhor Solista na categoria Música Instrumental no 28o Prêmio da Música Brasileira.
Mais próxima, porém, não significa única, só. O trânsito entre diversos gêneros e estilos musicais, característica que Ferragutti alia à técnica, forma esteio firme para além de uma mera definição. Ao vivo, a cooperação entre artistas e sons ganha medida outra, posto que a emoção se faz ainda mais presente.
O repertório enfoca pilares vários da vida do socorrense. “O Mancebo” e “Chapéu Palheta” são regravações, choros que fazem um convite à dança e retomam o tempo em que, no começo da carreira, o arranjador tocava em gafieiras. O samba-canção “Santa Gafieira” também remete aos salões, sendo este, no entanto, um retrato de um final de noite. A pedido do maestro pernambucano Spok, fez “Bipolar”, um frevo saltitante.
A diversidade continua com a faixa-título – “A Gata Café” nasceu de um episódio real: uma gata a procurar nova moradia despertou a atenção do criador de sonoridades. A aproximação foi tanta que o bicho (descoberto macho, na verdade) virou amigo, criatura que encontrou o procurado lar na casa de Toninho. Há ainda o tango “Nem Sol, Nem Lua”; a agitada “Com a Búlgara Atrás da Orelha”, trilha sonora da montagem teatral de Como Ter Sexo a Vida Toda com a Mesma Pessoa (monólogo da argentina Mónica Salvador); e, por fim, os títulos-homenagens “Beduína” (dedicada a Cinthia Camargo, esposa do músico), “Egberto” (composição que carrega traços de Egberto Gismonti) e “Cortejo do Rio do Peixe” (em referência às águas de sua terra natal).
Histórias e essências fundem-se em um espetáculo que é, no fundo, uma celebração da música instrumental brasileira – e de cada elemento que lhe serve de veio: uma gata-gato, o rememorar da própria trajetória, a admiração por pessoas queridas, a troca entre instrumentistas que, concomitantemente, ensinam e aprendem.
Toninho Ferragutti Quinteto [com interpretação em Libras]
sábado 5 e domingo 6 de maio de 2018
sábado às 20h | domingo às 19h
[duração aproximada: 80 minutos]
Sala Itaú Cultural – 224 lugares
Entrada gratuita
distribuição de ingressos
público preferencial: duas horas antes do espetáculo | com direito a um acompanhante – ingressos liberados apenas na presença do preferencial e do acompanhante
público não preferencial: uma hora antes do espetáculo | um ingresso por pessoa
[livre para todos os públicos]
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