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TUPINIKIM Pizza Bar & Lounge | Série ‘Casas de show’

Fomos à cidade de Santo André, na Grande São Paulo, e conversamos com o produtor Sérgio DazRua sobre seu trabalho no TUPINIKIM Pizza Bar...

Publicado em 29/10/2015

Atualizado às 10:17 de 03/08/2018

Fomos à cidade de Santo André, na Grande São Paulo, e conversamos com o produtor Sérgio DazRua sobre seu trabalho no TUPINIKIM Pizza Bar & Lounge, uma das casas mais importantes para a cena do rap atualmente. No bate-papo, DazRua falou sobre formação de público, produção de shows, gestão de eventos e outros assuntos.

(Foto: Rafael Figueiredo)

 

Como surgiu o Tupinikim? A partir de que necessidades?

Sérgio DazRua: Nesses dias descobri que a localização geográfica do Tupinikim é uma resistência cultural com mais de 20 anos. O proprietário abria as portas e o quintal da casa para os artistas da região; os relatos são do fim dos anos 1980. A casa era uma espécie de oásis na região, que é um bairro comercial. Depois disso, nos anos 1990, funcionaram alguns bares na casa, o Porto, o Sarau... Nos anos 2000, surge o Tupinikim Bar. Todos eles nesse cunho alternativo, sempre com a preocupação de trazer música de qualidade misturada à gastronomia. Nisso já se vão oito anos de existência. Passei a fazer parte da atual gestão nos últimos cinco anos. E a principal necessidade do espaço ainda é a mesma: seguir resistindo com uma programação alternativa e música de consciência, música de qualidade. E, quando se fala em música de qualidade, estamos pensando em música autoral e música regional; não que o cover não tenha seu valor, mas acredito que tenha uma nota a menos ali na sonorização.

E as bandas que tocam na casa, como funciona a escolha e a programação?

Tanto as bandas nos procuram quanto nós as procuramos. Dependendo do projeto, se for algo que condiz com a proposta da casa, a gente abriga as bandas aqui. Mas rola de produtor, captador de show nos procurar com um projeto mais profissional, mais bem produzido mesmo, e a gente sempre leva em conta se a proposta conversa com o que a gente toca aqui, geralmente rap, jazz. Mas o mais importante é ser autoral, esse é o principal critério. A casa abre de quarta a domingo e todos os dias têm algo ao vivo, seja banda, seja DJ set ou sistema de som.

E como se dá o financiamento da casa? Já recorreram a edital?

O financiamento vem do proprietário, sem qualquer lei de incentivo ou parceria público-privada. O lucro vem do bar e da pizzaria, e a bilheteria é desenhada com um repasse de porcentagem para as bandas e outra porcentagem para alguns custos fixos, como segurança, garçom etc.

Aqui vocês estão próximos a uma unidade do Sesc, isso ajuda de alguma maneira?

No momento é indiferente porque a programação do Sesc acaba cedo. Tem um intervalo grande entre a programação de lá e a daqui do Tupinikim. O público no fim é o mesmo, mas acho que não atrai um público novo. Quanto aos artistas que passam pelo Sesc, acho difícil resolverem esticar e fazer outra data aqui. Até tentamos fazer algo nesse sentido. Um produtor do Sesc teve a iniciativa de fazer uma dobradinha de projetos que passaram por lá aqui também, uma vez por mês, mas não deu certo.

(Foto: Rafael Figueiredo)

 

E a formação de público, como vocês pensam em trazer a galera pra cá?

O Tupinikim já está com oito anos, então é um polo cultural já identificado e com um público legal. O que sinto na verdade é um rejuvenescimento desse público. Hoje a gente vê uma molecada mais nova vindo conhecer a casa. Outra coisa que identificamos é uma variação no público conforme a programação. Tem uma banda de Mauá que toca aqui com a gente e traz um pessoal de lá também, em cada um dos shows e apresentações que rolam aqui isso acontece em maior ou menor escala. Sempre tendo o Facebook como a melhor maneira de divulgar e atrair público.

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