Espetáculos de dança apresentam Angel e fazem sinergia com a mostra em sua homenagem

 

Ferida Sábia, dirigida pela bailarina e coreógrafa AnaVitória, trata de questões femininas, como a ancestralidade, afetos, desafetos, mudanças corporais, orgânicas e os ritos de passagem da puberdade à velhice. Amanhã é Outro Dia, traz um solo com Angel, dirigido pelo ítalo argentino Norberto Presta, em um corpo-a-corpo da coreógrafa com a cidade onde vive há 50 anos. Em abril, estreia em são paulo O tempo não dá tempo, com textos de gregório duvivier, gonçalo m. tavares, oscar saraiva.

 

 

De 1 a 4 de março (quinta-feira a domingo), a programação cênica do Itaú Cultural faz sinergia com a recém-inaugurada Ocupação Angel Vianna. Nos dias 1 e 2, às 20h, na sala Multiuso do instituto, é apresentada a instalação performática Ferida Sábia, com direção e coreografia de AnaVitória, que também atua ao lado de Angel Vianna, Priscilla Teixeira, Renata Costa e Soraya Bastos. Com direção e dramaturgia do ítalo argentino Norberto Presta, no sábado e domingo – dias 3 e 4, às 19h – Angel executa o solo Amanhã é Outro Dia no palco da sala Itaú Cultural.

 

Ferida Sábia é de 2012, tem autoria da bailarina e coreógrafa AnaVitória, debate questões de gênero e lança um olhar poético, reconciliador, provocativo, exploratório e sensório sobre o universo feminino, sustentado nos ritos de passagem desde a puberdade, passando pela maternidade e a velhice. Trata-se da terceira parte da trilogia vermelha composta por Afinal o que há por trás da coisa corporal? (2010) e Pulsão do Laço (2011). O espetáculo estreou no Centro de Artes Hélio Oiticica, seguindo para o Centro Coreográfico e para Galpão das Artes Tom Jobim, todos no Rio de Janeiro. Em 2017 foi apresentado na Praça das Artes em SP e na X Jornada de Dança na Bahia.

 

Angel Vianna, 89 anos, Priscila Teixeira, 56, Soraya Bastos, 50, Ana Vitória, 48, e Renata Costa, 34 – cinco bailarinas de idades e origens variadas, com sólida carreira no mundo da dança – tomam o palco em cenário que reúne 50 camisolas antigas. Nelas, estão bordadas à mão frases recortadas das histórias e relações de cada bailarina, suspensas por ossos e fotografias em Metacrilato, que exibem manchas e imagens de fluxos sanguíneos das artistas simbolizando a vida que corre, escorre e pulsa.  Uma grande camisola de parto dos anos de 1920 exibe uma videoinstalação de fios de lã que se enrolam em flores de cerejeiras, tramando uma rede sinuosa de movimento entre natureza e arte. Bacias esmaltadas contendo água e novelos/óvulos de lã são alguns dos objetos que remetem a este universo simbólico de ritos e mitos do feminino.

 

Solo de Angel

Sábado e domingo, dias 3 e 4, a apresentação é unicamente de Angel Vianna em Amanhã é outro dia!, com direção e dramaturgia do ítalo-argentino Norberto Presta. O espetáculo relaciona os 50 anos da chegada da coreógrafa e bailarina mineira ao Rio de Janeiro com a história daquela cidade e da dança no Brasil.

 

O diretor penetra na memória de Angel e reconstrói artisticamente o percurso das suas últimas décadas de carreira. “Desde sua chegada ao Rio, em 1965, seu corpo e o corpo da cidade viveram momentos marcantes, que se influenciaram mutuamente”, observa Presta. “É essa trajetória, transformada em dança, que Amanhã é outro dia! leva ao palco”, explica ele para quem a coreografia traz à tona a memória do corpo da mestra-bailarina em seus 89 anos de existência. No palco, Angel dança e conta a sua história em uma performance autoral, fato inédito desde seu último solo Angel, simplesmente Angel, de 1997.

 

Estreia em São Paulo

De 5 a 8 de abril, Angel Vianna se apresenta em O Tempo Não Dá Tempo, que estreou no Rio de Janeiro no início do ano e agora chega inédita para o público de São Paulo. Com textos de Gregório Duvivier, Gonçalo M. Tavares, Oscar Saraiva e direção de Duda Maia, o espetáculo trata do tempo presente, atiça a falta dele e ressalta a solidão diária. Em contraponto, traz a memória da infância para o agora, buscando o tempo da delicadeza.

 

Além de Angel, O Tempo Não Dá Tempo traz no elenco artistas de diferentes gerações, Ciro Sales, Juliana Linhares, Marina Vianna e Oscar Saraiva, em uma mescla de teatro, dança, performance e multimídia.  Para a diretora Duda Maia, colocar cinco gerações de atores/intérpretes em cena é um caminho que potencializa a percepção de tempo. Segundo ela, como o tempo de história de cada um é significativo na realização de um pequeno gesto, consequentemente, a leitura de cada espectador irá navegar por caminhos pessoais.

 

 

SERVIÇO

Ferida Sábia

1 e 2 de março, quinta-feira e sexta-feira, às 20h

Sala Multiuso

Duração: 35 minutos

Capacidade: 70 pessoas

Classificação Indicativa: Livre

Distribuição de ingressos:

Público preferencial: duas horas antes do evento, com direito a um acompanhante

Público não-preferencial: uma hora antes do evento, um ingresso por pessoa

Interpretação em Libras

 

Amanhã é outro dia

3 e 4 de março, sábado, às 20h; domingo, às 19h

Sala Itaú Cultural

Duração: 50 minutos

Capacidade: 224 lugares

Classificação Indicativa: 10 anos (apesar de não ter nenhuma cena ou tema inadequado, o tempo e a temática do espetáculo não são apropriados para crianças com menos de 10 anos)

Distribuição de ingressos:

Público preferencial: duas horas antes do evento, com direito a um acompanhante

Público não-preferencial: uma hora antes do evento, um ingresso por pessoa

Interpretação em Libras

 

 

 

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