POR UMA CIDADE MODERNA
COM ALMA BRASILEIRA
Levi marca a modernização de São Paulo ao flexibilizar espaços e integrar arte, design e paisagismo. Na Ocupação em sua homenagem, o Itaú Cultural trata de sua vida e obra nos eixos Rino Levi, Morar Moderno, Metrópole Vertical, Cidade Nova e Metrópole Cultural. Aqui, o passo a passo dessa mostra que revela o caráter humanitário e harmônico pensado por ele para a cidade.
RINO LEVI
O arquiteto e urbanista Rino Levi se destaca pela variedade e qualidade de projetos que marcam a paisagem urbana de São Paulo, assim como por sua atuação em favor da regulamentação da profissão no Brasil.
Filho de italianos, nascido em 1901 na capital paulista, forma-se em Roma, na Itália, em 1926. De volta ao país, funda pioneiramente um escritório só de arquitetura, que atua na metropolização do município de São Paulo e permanece em atividade após a sua morte, em 1965. Autor de residências, edifícios comerciais e industriais, cinemas e teatros, hospitais e garagens, desenvolve técnicas que lhe garantem reconhecimento dentro e fora do país.
Atento ao debate internacional de integração das artes e do paisagismo à arquitetura, procura adaptar sua obra ao clima e à flora tropical, conferindo a ela um caráter brasileiro.
MORAR MODERNO
A modernização de São Paulo é marcada pelo surgimento de novas formas habitacionais. Nesse contexto, Rino Levi elaborou projetos em diferentes escalas, privilegiando a flexibilidade dos espaços e a integração entre arte, design e paisagismo. As casas urbanas são introspectivas, dotadas de pátios internos onde o morador convive com a vegetação tropical, desfrutando de conforto e privacidade. Os apartamentos têm jardins comuns no térreo e os interiores com vista para a paisagem urbana. As casas de campo se definem pela abertura para o panorama da paisagem natural. Em todas elas, a disposição dos ambientes e o desenho do mobiliário amparam as atividades cotidianas a serem desenvolvidas conforme as suas especificidades e as necessidades dos moradores.
METRÓPOLE VERTICAL
Rino Levi participa da verticalização de São Paulo impulsionada nos anos 1920 pelo veloz crescimento demográfico da cidade. Seus primeiros edifícios destacam-se como torres no município ainda horizontal. Levi experimenta novas disposições de plantas dos apartamentos e escritórios, assim como a abertura das janelas e dos balcões para a paisagem urbana. Gradualmente, as fachadas tornam-se mais transparentes, exigindo a proteção do sol por meio de brises – dispositivos que impedem a incidência direta de radiação solar no interior de uma construção –, concebidos como planos abstratos geométricos. Nos projetos de garagens e hospitais, desenvolve sistemas de organização do programa de circulação que, no caso dos edifícios hospitalares, são planejados a partir de princípios científicos, como os da infectologia, fazendo de Rino Levi uma referência internacional entre arquitetos, engenheiros e médicos.
CIDADE NOVA
Rino Levi concebia a arquitetura integrada ao urbanismo e defendia a constituição de uma cidade moderna com “alma brasileira”, cuja “vegetação e belezas naturais garantissem uma graça de vivacidade e de cores única no mundo”. Nesse esforço, realizou projetos que interpretam a volumetria definida pela legislação urbanística e o tecido urbano existentes, adaptando-se a eles de modo criativo e preciso. Ao mesmo tempo, realiza obras que se destacam por proporem novas concepções urbanas em diálogo com o debate internacional, como o zoneamento monofuncional de áreas de habitar, circular, trabalhar e cultivar; a constituição de centros urbanos com forte carga simbólica, que se constituíssem como o coração da cidade; e os superblocos habitacionais, megaestruturas pensadas como bairros verticais.
METRÓPOLE CULTURAL
As salas de espetáculos cumpriram importante papel no processo de metropolização de São Paulo, introduzindo novos modos de lazer de massa e contribuindo para difundir outros parâmetros da vida urbana. Os cinemas projetados por Rino Levi destacam-se pela introdução de princípios científicos de acústica, visualidade da tela e esquemas de circulação de grandes multidões de espectadores, o que fez do arquiteto uma referência na área. A iluminação das fachadas conforma uma arquitetura da luz, que anima a cidade no período noturno, ao passo que sua articulação com outros usos no mesmo edifício dinamiza a vivência cotidiana. A qualidade técnica se mantém no projeto do Teatro Cultura Artística, que se destaca na paisagem pelo gigantesco painel de Di Cavalcanti em sua fachada.
SERVIÇO
Ocupação Rino Levi
Abertura: sábado, dia 29 de fevereiro, às 11h
Visitação: até 12 de abril
Piso térreo
Classificação etária: livre
De terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h
(permanência até as 20h30)
Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
Entrada gratuita
Realização:
Cristina R. Durán:
cristina.duran@conteudonet.com
Mariana Zoboli:
mariana.zoboli@conteudonet.com
Roberta Montanari:
roberta.montanari@conteudonet.com
Vinicius Magalhães:
vinicius.magalhaes@conteudonet.com
No Itaú Cultural:
Larissa Correa:
larissa.correa@terceiros.itaucultural.org.br
Fone: 11 2168-1950
Carina Bordalo (programa Rumos)
carina.bordalo@terceiros.itaucultural.org.br
Fone: 11 2168-1906