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Nova Ocupação Itaú Cultural revela a
multiplicidade de Eduardo Coutinho

Um dos mais importantes nomes do documentário brasileiro, Eduardo Coutinho (1933-2014) teve formação que passou pelo cinema, teatro, jornalismo e até o curso da faculdade de Direito em São Paulo. A sua vida e obra compõem a 47ª edição do programa Ocupação, idealizado para destacar o trabalho e a trajetória de artistas que são referência em sua área. A Ocupação Eduardo Coutinho é formada por uma exposição, lançamento de livro, que analisa a sua filmografia completa, exibição de filmes – presencial e online –, um hotsite, uma masterclass e um curso.

 

A partir das 20h da quarta-feira, 2 de outubro, o Itaú Cultural abre no seu piso térreo a Ocupação Eduardo Coutinho. Formada por programação especial e com ferramentas de acessibilidade, trata-se de mais uma mostra do instituto para apresentar ao público a vida que gestou o artista homenageado, sua trajetória, processo de criação e obra. A curadoria é da equipe do instituto, formada pelos Núcleos de Audiovisual e Literatura e de Memória e Pesquisa, com cocuradoria do jornalista e pesquisador Carlos Alberto Mattos. Esta Ocupação tem parceria do Instituto Moreira Salles (IMS), detentor do acervo do cineasta.

“Nos vários módulos da exposição, o visitante poderá explorar aspectos importantes do cinema de Coutinho”, observa Mattos. “A potência da fala nos seus filmes baseados em conversas, por exemplo, ou o efeito da câmera sobre certos personagens. Ou ainda o permanente jogo entre verdade e representação na performance de quem se sentava diante dele numa filmagem”, prossegue ele, que também é autor de Sete Faces de Eduardo Coutinho, livro a ser lançado na abertura da mostra, em coedição da editora Boitempo, Instituto Moreira Salles e Itaú Cultural.

Trechos selecionados de filmes e depoimentos do cineasta expostos na mostra jogam luz em suas marcas inconfundíveis no cinema brasileiro dos anos de 1960 até a atualidade. “Algumas singularidades são destacadas, como os momentos de crise nas conversas entabuladas diante da câmera, a apresentação dos dispositivos de filmagem em cada documentário e as célebres performances musicais de seus personagens”, fala o cocurador.

Além disso, o espaço expositivo apresenta a cadeira em que Eduardo Coutinho sentava as pessoas que entrevistava em seus filmes mais recentes, como Jogo de Cena. Também serão expostas outras ferramentas caras ao cineasta, como a câmera principal das filmagens de Cabra Marcado para Morrer e sua máquina de escrever portátil.

A Ocupação também revela algumas de suas incursões como ator e realça a verve que tinha como ficcionista na relação com o teatro e a paródia, desde o início de sua carreira no cinema. Apresenta, ainda, produção do cineasta praticamente desconhecida. Por exemplo, os três primeiros filmes de sua carreira, realizados na década de 1950, nos tempos de estudante no Institut des Hautes Études Cinématographiques – Idhec, em Paris. São eles, o curta de ficção surrealista Le Téléphone, o documentário inconcluso Saint-Barthélemy e La Maison du Brésil, registro encenado do cotidiano da Casa do Brasil, onde ele estava hospedado.

Outro eixo revela a sua assídua presença no teatro durante a juventude, quando dirigiu Pluft, o Fantasminha em Paris nos anos de 1950 e trabalhou com Amir Haddad e Chico de Assis. No cinema, adaptou A Falecida, de Nelson Rodrigues, com o amigo Leon Hirszman, e aproximou Shakespeare do cangaço em Faustão. Nos seus documentários, estimulou a autofabulação dos personagens em busca de uma espécie de teatro da vida, conduta que seria radicalizada em As Canções, Jogo de Cena e Moscou.

O percurso da mostra iniciado por suas primeiras conversas, quando cresceu cinéfilo em São Paulo e depois foi estudar em Paris – passando pelo tempo que dedicou à televisão, quando fez documentários memoráveis para o Globo Repórter, nos anos de 1970 –, percorre essas múltiplas facetas do cineasta. Outra, bem pouco conhecida, é o interesse que tinha por citações e paródias manifestadas em filmes, textos e até dedicatórias.

Coutinho dizia que o som mais bonito que existe é a voz humana e é no eixo sobre a potência da fala que o público percebe o quanto ela era determinante nos seus documentários. É em torno das palavras que se desenrola o módulo “escritor acidental”, que revela quando, em determinado momento de sua vida, Coutinho deixou a escrita. “Já escrevi, como qualquer pessoa. Fui jornalista, não era bom escritor, mas escrevia. Há vinte anos que eu não escrevo e espero morrer sem escrever. As razões provavelmente são psicóticas”, disse sobre sua decisão. Mas, a contragosto, ainda redigia seus projetos e um ou outro texto. Sempre em sua inseparável máquina de escrever portátil.

 

Acessibilidade

Como é sabido, ferramentas de acessibilidade estão totalmente inseridas nas atividades do Itaú Cultural e não seria diferente em suas exposições. Na Ocupação Eduardo Coutinho, todos os videoguias foram preparados para atender tanto a surdos, quanto a cegos e ouvintes, em uma proposta de universalidade. Ao todo, o espaço expositivo comporta cinco faixas com trechos de vídeos de entrevistas com o cineasta ou obras dele, que não se repetem em outros locais do espaço. Ainda, o instituto preparou um teaser de acessibilidade para divulgação. Todos os vídeos da exposição são legendados e os de entrevistas tem interpretação em Libras, a Língua Brasileira de Sinais. O piso é tátil e tem pontos com audiodescrição. O mapa da exposição também é uma maquete tátil.

 

Atividades

 

 

< início

Ocupação Eduardo Coutinho

 

Abertura: 2 de outubro, a partir das 20h

Com lançamento do livro Sete Faces de Eduardo Coutinho

Visitação: até 24 de novembro

Classificação etária: livre

De terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h  (permanência até 20h30)

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Piso térreo

 

 

Mostra de filmes – Terças de Cinema

Nos dias 1,8,15,22 e 29 de outubro e 5, 12, 19 e 26 de novembro

Com sessões às 17h e às 19h

 

Mostra de Filmes – Online

De 3 a 20 de outubro

 

Masterclass e curso

Nos dias 7, 30 e 31 de outubro e 1 e 2 de novembro

Itaú Cultural

 

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones: 11. 2168-1777

Acesso para pessoas com deficiência

Ar condicionado

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

 

 

Realização:

Assessoria de Imprensa: Conteúdo Comunicação

 

Fone:  +55 11 5056-9800

 

 

No Itaú Cultural:

 

Fone: 11.2168-1950

 

Carina Bordalo (programa Rumos)

Fone: 11.2168-1906