Este é o eixo que trata do território de Lia de Itamaracá, a sua terra natal na Ilha situada no mar de Pernambuco, que lhe emprestou o nome musical. Uma espécie de constelação marítima, feita de paredes e chão da cor verde das águas deste lugar, abre a mostra. Por aqui, se começa a contar a sua história dentro e fora do Brasil.
O espaço expositivo abriga imagens, fotografias, audiovisuais, telas e detalhes da decoração da casa da cirandeira, que revelam este seu universo simbólico – desde as cores das paredes até a disposição dos objetos e nos móveis, que remetem a um santuário. Traz, também, imagens de Lia andando por Itamaracá ou visitando a escola onde foi merendeira, por exemplo. Até hoje ela fala com muito amor e respeito sobre este ofício, que a sustentou durante toda vida.
É onde se encontra o certificado de que Lia descende do Povo Djoula, da Guiné-Bissau. Além da foto de sua mãe, tem dezenas de imagens dela em seu cotidiano, entre amigos ou batendo papo despreocupado com as vizinhas, o que já rendeu até tema de música, detalhes de seus adereços, recortes de matérias sobre ela em jornais.
Há, ainda, muita informação sobre a ciranda, cujo movimento acompanha a onda do mar. Entre elas, a história de Antonio Baracho da Silva (1907-1988), mais conhecido como Mestre Baracho. Ícone da cultura popular pernambucana é atribuída a ele – que, se hoje estivesse vivo, completaria 116 anos – a popularização deste gênero. Falam dele, suas filhas, Severina e Dulce. Elas formam o coro da banda de Lia. Também pode se ver trechos do próprio mestre, em documentário gravado pela TV Viva em 1985.
Aqui, o palco começa a tomar forma dentro do espaço expositivo. O som é do ritmo do surdo marcando o tom da ciranda. É onde se traça uma linha da transformação que ela fez neste gênero musical, sua subida aos palcos, a luta para a gravação de discos.
Só para citar um dos vídeos presentes neste eixo, ele mostra os festejos em torno da ciranda realizada em comemoração ao aniversário de Lia, em janeiro deste ano. Uma playlist criada pela cantora Alessandra Leão, que integra a curadoria desta mostra, apresenta mestres diversos da ciranda, como Baracho. Outra é dedicada a Lia.
Neste eixo, há muitas matérias sobre ela, desde 1977, permitindo acompanhar o seu percurso musical. Também estão ali imagens de shows que fez e as capas de seus discos, em um arco completo do primeiro álbum ao último, gravado em 2019 com DJ Dolores. Outras fotos com ela e Beto Hees, seu produtor desde 1997, dão conta do momento em que a cantora rompeu com os limites, geralmente conferidos aos artistas da chamada cultura popular.
Este núcleo é o centro da exposição e da ciranda e, acima de tudo, lugar de quem “mestra” – no caso, Lia de Itamaracá. Uma série de audiovisuais permeiam o espaço que reúne diversos trechos de um acervo de cerca de 40 horas de imagens inéditas de sua vida, feitas pela cineasta brasileira Karen Akerman. A diretora cobriu turnês internacionais e acontecimentos importantes, como o seu cotidiano, o trabalho na escola, em casa, o aniversário de 60 anos, entre outros.
Uma das características da cantora é o esmero com que se veste para se apresentar e a imensa variedade de figurinos feitos especialmente para ela por Jane Travassos, sua estilista pessoal, e outros. Na exposição tem alguns de seus modelos: o vestido de sereia, de Gilka Brechó; a saia de fuxico, de Jane, e o rendado azul, tradicional da ciranda, de Alice Assal. Encontra-se, ainda, exemplares dos acessórios que usa nas apresentações, mais uma de suas marcas.
Mulher e profissional altamente homenageada, aqui estão, ainda, o seu diploma de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o broche da Ordem do Mérito Cultural, a medalha Mérito Cultural Gilberto Freyre e o certificado que lhe foi conferido como patrimônio vivo do estado de Pernambuco.
Mudando o foco para outros aspectos da vida de Lia, além da profissional, outras imagens mostram a sua trajetória. Por exemplo, uma foto dela dançando com indígenas do povo Fulni-ô – também conhecidos como Carnijó e Formió, situados próximo ao rio Ipanema, no município de Águas Belas, em Pernambuco. Para a curadoria, essa imagem diz muito sobre a força da cantora, que a levou a circular por outras rodas da cultura e outros territórios. Também se vê a sua ligação com a Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, comprovando que ela coloca sua arte a serviço de pautas de movimentos populares.
De 20 de abril a 11 de julho de 2022
Terças-feiras a sábado das 11h às 20h
Domingos e feriados das 11h às 19h
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149 – Piso térreo
Próximo à estação de metrô Brigadeiro.
Ingressos: gratuitos
Informações pelo telefone:
(11) 2168-1777. Atualmente, esse número funciona de segunda-feira a domingo, das 10h às 18h.
E-mail:
atendimento@itaucultural.org.br
Espetáculos
Com apresentação do MC Roger de Renor
Ciranda de Ritmos
De 21 a 24 de abril (sexta-feira e sábado às 20h; quinta-feira e domingo às 19h).
Na sexta-feira, dia 22, a apresentação será transmitida simultaneamente na página do Itaú Cultural no YouTube.
Reservas dos ingressos pela plataforma INTI, a partir de 14 de abril – acesso pelo site do Itaú Cultural.
Ciranda Sem Fim
De 28 de abril a 1 de maio (quinta-feira a sábado às 20h; domingo às 19h).
Na sexta-feira, dia 29, a apresentação será transmitida simultaneamente na página do Itaú Cultural no YouTube.
Reservas dos ingressos pela plataforma INTI, a partir de 21 de abril – acesso pelo site do Itaú Cultural.
Sala Itaú Cultural
Piso: Térreo
Classificação indicativa: livre
Duração: 60 minutos
Capacidade: 224 lugares
Entrada: gratuita
Cancelamentos
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