Curiosidades

Afazeres e influências do chamado Bruxo do Cosme Velho

Machado de Assis é conhecido como poeta, romancista, contista, dramaturgo, ​​cronista e crítico literário e teatral brasileiro. Além desse percurso, a Ocupação revela outras atribuições dele e influências de autores clássicos em sua obra. Veja pistas nestes comentários que acompanham algumas das peças ali exibidas.

Enxadrista

​​​Machado de Assis participava de torneios de xadrez e contribuía para a Revista Musical e de Bellas Artes escrevendo sobre o assunto. Na exposição, é possível ver páginas da publicação que citam o autor e a sua colocação em uma disputa realizada em 1880. O jogo também marcou sua obra: Iaiá Garcia, romance de 1878, possui uma personagem enxadrista.
(Acervo Fundação da Biblioteca Nacional – Hemeroteca Digital Brasileira)

Carta do pianista português Arthur Napoleão a Machado de Assis comentando um problema de xadrez. Napoleão era um jogador experiente e amigo íntimo do autor.
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

Censor

Nessa função, ele assinou, por exemplo, um parecer sobre a tradução de Lessa Paranhos da comédia Os nossos íntimos, do dramaturgo Victorien Sardou.
A análise, datada de 11 de junho de 1862, foi escrita pelo autor durante a sua atuação como censor no Conservatório Dramático Brasileiro. Ele se manteve vinculado à instituição por dois anos, de março de 1862 a março de 1864, trabalho associado à sua militância pelo desenvolvimento do teatro brasileiro na imprensa fluminense.
(Acervo comodato UFRJ/Unirio/Academia Brasileira de Letras)

Funcionário público

Machado trabalhou como servidor público por mais de quarenta anos, tratando de questões cruciais para o país. Em 1873, começou a trabalhar na Secretaria de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Em 1881, ainda no funcionalismo público, ele passou a atuar como oficial de gabinete do ministro da Agricultura. Oito anos depois, em 1889, voltou a compor o quadro de funcionários da secretaria.
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

Biblioteca

A biblioteca pessoal de Machado de Assis pertence à Academia Brasileira de Letras e tem o perfil enciclopédico comum ao século XIX, com muitos títulos em francês. O interesse do autor pelas ciências também é uma característica, assim como a presença de clássicos da literatura mundial. O maior escritor brasileiro tinha uma biblioteca “limpa”, com poucos grifos e marginálias.
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

Influências

Edição em francês de O vermelho e o negro (Le rouge et le noir), do escritor Stendhal. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, o defunto autor se compara ao francês: “Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, cousa é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinquenta, nem vinte, e quando muito, dez. Dez? Talvez cinco.”
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

Edição em francês de As provinciais (Les provinciales), do francês Blaise Pascal. Pensador cristão, Pascal discutia, além de religião, temas como a epistemologia, usando recursos do ceticismo para questionar os limites possíveis do conhecimento. As provinciais são uma série de cartas de pensamento moral e de crítica aos jesuítas. Machado de Assis cita o autor e suas ideias em Memórias póstumas de Brás Cubas.
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

Tradutor

Durante parte considerável de sua carreira, Machado de Assis realizou traduções literárias de escritores renomados, cujos originais são em francês, alemão, inglês, espanhol e italiano. Abaixo a indicação de tradução sua para Oliver Twist (1838), de Dickens.
Tradução de Oliver Twist (1838), de Charles Dickens, publicada de maneira anônima no Jornal da Tarde, em 1870, foi atribuída a Machado de Assis pelo pesquisador José Galante de Sousa, tendo em vista uma carta de 14 de junho de 1970 em que o escritor informa que, por “uma circunstância”, não poderá mais verter o livro para o português para o jornal, sendo “obrigado a interromper este trabalho que eu fazia com mais vontade que aptidão”.
A carta é encerrada com um aparte de sabedoria inesperado – e de tons bem machadianos: “Qualquer que seja porém este meu pesar, não pode influir nas circunstâncias que me determinam.”
(Acervo Fundação da Biblioteca Nacional – Hemeroteca Digital Brasileira)

Traduções

Carta do escritor e diplomata Luís Guimarães Júnior a Machado de Assis, na qual informa que a tradução de Memórias póstumas de Brás Cubas feita por Julio Piquet havia sido publicada em Montevidéu, no Uruguai. A correspondência foi acompanhada de um exemplar da tradução, lançada em 1902. Esta foi uma das duas traduções da obra de Machado realizadas durante a sua vida, ao lado de Esaú e Jacó, ambas para o espanhol. O autor respondeu a Guimarães Júnior: “A tradução só agora a pude ler e completamente, e digo-lhe que a achei tão fiel como elegante.”
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

​​​Tradução do livro Dom Casmurro para o russo, publicada em 1961.
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

Tradução do livro Dom Casmurro para o alemão, publicada em 1978.
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

Tradução do livro Memórias póstumas de Brás Cubas para o japonês, publicada em 2012.
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

Tradução do livro A igreja do diabo para o italiano, publicada em 2016.
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

Tradução do livro Esaú e Jacó para o esperanto, publicada em 2019.
(Acervo Academia Brasileira de Letras)

De 18 de novembro de 2023, 11h, a 4 de fevereiro de 2024
Piso Paulista (térreo)
Itau Cultural

Concepção e realização:
Itaú Cultural
Curadoria: Gerência de Curadorias e Programação Artística do Itaú Cultural
Consultoria: Hélio de Seixas Guimarães, Henrique Marques Samyn e Luciana Antonini Schoeps
Projeto expográfico: Francine Moura e Amanda Albino (assistente)

Lançamento
Coleção Todos os livros de Machado de Assis

Organizado por Hélio de Seixas Guimarães
Editora Todavia e Itaú Cultural

Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149 – próximo à estação Brigadeiro do metrô / Piso térreo

Visitação:
Terça-feira a sábado, das 11h às 20h;
domingos e feriados, das 11h às 19h.
Acesso para pessoas com deficiência física
Entrada gratuita

Mais informações:
Telefone: (11) 2168-1777
Whatsapp: (11) 96383-1663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br
site: www.itaucultural.org.br

Estacionamento:
Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

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